sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A Secularização e o Academicismo – corroem a vocação Pastoral da IPB

Estamos nos aproximando de mais uma reunião ordinária do Supremo Concílio da IPB. Estamos orando por esse evento importante para a Igreja Presbiteriana do Brasil, que não raro traça alguns rumos para o próximo quadriênio.

Quanto a eleição do presidente, surgem rumores que o ilustre Reverendo Roberto Brasileiro se candidatará mais uma vez. Como membro da IPB, acho que isso não é bom para o desenvolvimento da igreja, qual corpo vivo. A IPB precisa ter a oportunidade de revelar outros Moderadores. Se ele continuar, continuará fazendo seu bom trabalho e dando exemplo de humildade, como tem feito até hoje. Mas tem muita gente interessada na reeleição do Reverendo Roberto, talvez mais que ele mesmo.  Seja qual for o resultado desse aspecto da reunião, encomendaremos a Deus em nossas orações, e continuaremos apoiar quem quer que seja.

Uma de minhas esperanças é que uma visão mais compenetrada da vocação ministerial na IPB seja repensada. Os dois grandes problemas da vocação ministerial da IPB são: 1. Secularização, 2. Academincismo.

1. Secularização: Quando os pastores olham para as igrejas como oportunidade de emprego, ele trata a Igreja de Cristo, a Noiva de Cristo, como uma prostituta de Satanás. Quando alguns se formam nos seminários ou institutos da IPB, o conforto, beneficio$, são mais visados que o chamado ardente de Deus em sua alma. Não sei como, não sei mesmo, mas algo precisa ser feito

Chegam nos seminários e institutos dizendo: “Eis-me aqui Senhor, envia-me a mim”! No fim do período de estudo, isso muda... a paixão ardente pelas almas, fica de lado, a glória de Deus não é mais visada. As Juntas Missionárias da IPB não podem “cobrir” as ofertas das Igrejas locais, e sempre ouvimos a respeito das necessidades em campos missionários, [Vários fatores podem envolver uma decisão. Isso é verdade] ... Deus sabe quando E$$E é o fator preponderante!

Que bom seria se a prioridade de ordenação levasse em conta as necessidades missionárias da IPB!

Você Seminarista que está lendo essa postagem, não engrosse o caldo dos mercenários na Igreja. Cuide de seu coração, jejue, ore, leia a Bíblia. Se você perceber que quer ficar no ministério por causa do dinheiro, saia dele! Você poderá ir para o inferno com essa disposição. Deus não quer esse tipo de pessoa na Igreja, elas existem para cumprir o que Jesus disse do “joio”. Não seja você!

2. Academicismo: É triste dizer que a ânsia academicista destruiu o faro pastoral e missionário de muitos Reverendos da IPB. Já que hoje na IPB os famosos são os doutores, esse status vira objeto de busca de muitos. Não somos mais atraídos por exemplos missionários como de Ronaldo Lidório e Marcos Severo. Isso exige suor e lágrimas, enfrentamento com hostes demoníacas, discipulados, ensino, visitas, gastos, decepção, tristezas, sofrimento, dependência do poder de Deus e não da capacidade pessoal... essa é a bancada examinadora!

Lamento mesmo dizer que a região Andrew Jumper e Makenzie viraram uma “Meca” Acadêmica para muitos Reverendos na IPB, e para outros benefícios pessoais.

Aqui, fica claro o ponto anterior. Já que muitos tratam a Igreja como Prostituta do Diabo, um acadêmico é bem mais caro para uma Igreja! Infelizmente já ouvi isso... um carnal com títulos pode olhar a si mesmo como tendo o “Passe” mais caro que os demais colegas. Daqui a alguns anos, os Pastores na IPB que não tiverem Mestrados e Doutorados serão tratados como sendo inferiores, se já não o são.

A IPB cometeu, a meu ver, um engano. Quem precisa de ensino bíblico e teológico são nossos irmãos nas igrejas locais, não os pastores que tiveram de 4 a 5 anos de ensino de qualidade bíblica e confessional nos seminários - E como isso é bom para o púlpito da IPB!

Precisamos de um programa de ensino que deve visar os Presbíteros e Diáconos, Oficiais segundo a CI e os irmãos que de fato constituem a IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL. Somos mais de 1 milhão de crentes, não de Reverendos! São esses irmãos que deixam a marca na sociedade, um tal de sacerdócio universal dos crentes deveria existir mesmo, pelo menos na identidade doutrinária e evangelística.

(Já disse que uma das maneiras de fazer isso seria tornar os Símbolos de Fé disponíveis a todos os crentes, e existir um programa periódico de estudo desses Símbolos, acompanhado pelos Presbitérios. Mas quem vai convencer a IPB e a Editora Cultura Cristã disso? Vou dizer uma experiência pessoal a respeito disso: Certa vez no IBEL um professor disse que ficou impressionado com o crescimento dos Mórmons. Eu disse a ele, que os Mórmons distribuem gratuitamente o Livro de Mórmons aos interessados, ao passo que nós nem os Símbolos de Fé distribuímos aos crentes da nossa Igreja! Na verdade, eles fazem mais pela mentira do que nós fazemos pela verdade.)

  • Não adianta fazer Congressos que não terá utilidade prática e abrangente, como é o caso dos Congressos (caros) em Águas de Lidóia. Muitos sairão de lá admirados com que ouviu do fulano e beltrano, que foi um avivamento (aprendi que não existe agenda para isso!), mas e os meus irmãos pobres das Congregações? A minha Bíblia diz que os tais assentarão com o Cordeiro em Tronos Celestiais para Reinar, mas não poderão entrar nesse congresso de Evangelização e Avivamento da IPB, caso não tenham dinheiro...!?


Conclusão


Que os delegados do Supremo Concílio da IPB, tenham temor, e olhem para os interesses do Reino de Cristo, a Igreja. E que a Fé Reformada, continue sendo o norte de nossa Igreja. Que Deus derrame um avivamento e perdoe os que tratam a Igreja como ponto acadêmico ou secular, que os tais se arrependam, amem a glória de Deus e as almas da Noiva, e que tenham uma consciência evangelística (IPe 2.9,10). Que o discipulado da  mensagem da Cruz - isto é, a renúncia - faça parte de sua vocação!

5 comentários:

  1. Luciano Sena, o concílio poderia começar pelos pastores 'mestrandos' e 'doutorandos' do ABC paulista. Existe um quantidade desnecessária de pastores por denominação nas melhores localizações, enquanto falta em bairros humildes, no interior e principalmente na janela 10'40 do Brasil - o sertão!

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  2. É o que tenho dito meu irmão... 'ordenação começando pela necessidade missionária'. O cara mau vai para o seminário já tem chamado de "mestre".

    Infelizmente.

    Um irmão disse, se não fosse SAF e os obreiros (e pastores "desconhecidos") a IPB não teria presença em muitos lugares do Brasil... mas em torno da Meca Acadêmica, é mel para abelhas...

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    1. Tem se falado, infelizmente, que a IPB é uma denominação parasitária, que cresce à custa de conversões por outras igrejas e da ascensão econômica de algumas famílias, sem nenhuma participação/influência na comunidade local. Como nós, leigos, podemos reagir a esses sintomas que veem o crescimento com desconfiança aqui no interior?

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  3. Temos que evangelizar, só isso. Mesmo sem apoio do Pastor local, ou com ele, temos que cumprir o ide.

    E caso tenha alguma liderança, influenciar outros...

    http://mcapologetico.blogspot.com.br/2013/05/como-desenvolver-em-uma-igreja.html

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  4. "IPB é uma denominação parasitária"

    nunca ouvi isso....

    as seitas é que são parasitarias.

    Ouvi acusações de que a IPB é uma igreja de elite...é uma pena, talvez seja reflexos do que este o post esta denunciando.Temos que chorar lamentar e nos arrependermos da soberba.

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