sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Teologia da Prosperidade – o 'evangelho' segundo o diabo!

Ao ler os Evangelhos percebemos que Jesus Cristo NUNCA fez ninguém ficar rico. Ao contrário, parece que ele mais trabalhava em favor de uma modéstia do que em conceder bênçãos financeiras.


De modo oposto, noto que na verdade o diabo usou a mesma linha de interpretação dos proponentes da Teologia da Prosperidade ao tentar Jesus conforme revela-nos Mateus 4 (Quem me ajudou a ver isso foi o Pr Ed René). Veja:


1) Disse para Jesus transformar a pedra em pão: determinar que as coisas acontecessem segundo as suas necessidades.


2) Disse para Jesus pular do templo: se aventurar em grandes desafios financeiros pois ‘Deus é contigo!’


3) Disse para Jesus se apoderar das riquezas do mundo por meio da 'adoração': que em atos de adoração proféticas (velas, fotos, documentos ungidos, etc) você receberá ‘o melhor desta terra!’


Além disso, notamos que o diabo tentou Jesus varias vezes para ele usar sua autoridade em favor próprio.

Veja uma série de estudos sobre esse assunto aqui no Blog @prendei.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

‘Ellen White, secretária de Deus!’ E eu acredito em Papai Noel...

“Ellen White sempre insistia em dizer que tudo vinha de Deus. Já para o segundo tomo de Spiritual Gifts (1860), disse:

"Eu dependo do Espírito do Senhor tanto para relatar ou escrever as visões, como para tê-las. É-me impossível recordar as coisas que se me mostraram, a não ser que o Senhor mas apresente no momento em que a Ele lhe aprouver motivar-me a relatá-las ou escrevê-las.”( Spiritual Gifts, tomo 2, p. 293)

Esta assombrosa declaração ia muito além do que os escritores bíblicos jamais reclamaram para si mesmos; e, em realidade, ia muito além de qualquer coisa do que ela tivesse afirmado jamais. Este chamado às armas foi contagioso. Outros se fizeram eco do clamor e o têm estado usando desde então. George A. Irwin (presidente da Conferência Geral Adventista desde 1897 até 1901) seguiu o exemplo dela ao afirmar num tratado titulado "The Mark of the Beast" (1911) que:

“É desde o ponto de vista da luz que veio por meio do Espírito de Profecia [os escritos da Sra. White] que a questão será considerada, crendo como cremos que o Espírito de Profecia é o único intérprete infalível dos princípios bíblicos, já que é Cristo, por meio de seu agente, quem proporciona o verdadeiro significado de suas próprias palavras”.

(FONTE: A Mentira Branca. Caso queira esse livro em pdf, me envie um e-mail: blogapologetico@gmail.com )

Isso é Ellen White!

Depois os adventistas dizem que é o dom de profecia...

Será que outros tem esse dom hoje na seita Adventista?

Se sim, Papai Noel existe?

sábado, 19 de novembro de 2011

Mais uma confusão Adventista: Três ou Dois ‘sacramentos’?

O Protestantismo fiel, sempre ensinou que a Bíblia ensina dois sacramentos. O Santo Batismo e a Santa Ceia. Visto que a palavra ‘sacramento’ tem sempre certa associação com as superstições Papistas, vários crentes, como é o caso dos Batistas e Pentecostais, preferem usar apenas ‘ordenança’.

E como toda seita gosta de ter marcas que lhes dão algum estereótipo peculiar, a seita adventista diz que Jesus deixou três sacramentos (ou como dizem eles também) ‘ordenanças’. Veja quais são:

“A Igreja é o instrumento de Deus para administrar as ordenanças do batismo – rito de entrada na Igreja [...] e da Ceia do Senhor e lava-pés [...]” (Nisto Cremos, pg 202).

“As ordenanças do Lava-pés e da Ceia do Senhor constituem o serviço da Comunhão. Portanto, Cristo instituiu essas duas ordenanças para nos assistir ao entrarmos em comunhão com Ele.” (Nisto Cremos, pg 267).

A Ordenança do Lava-pés [...] Jesus instituiu a ordenança do Lava-pés. Ele não apenas deixou o exemplo como também insistiu em que deveríamos segui-lo [...] Essa ordenança, que precede a Ceia do Senhor” (Nisto Cremos, pg 267).

E caso alguém ache que o Nisto Cremos está apenas usando ‘ordenança’ como sinônimo de algum ato litúrgico, veja agora esses dois  trechos: “Ao transformar essa cerimônia preparatória numa ordenança [...]” “O serviço do Lava-pés [...] Aqueles que desejam desfrutar de contínuo companheirismo com Cristo, devem participar da ordenança.” (Nisto Cremos, pg 268, 270).

Exatamente, o livro oficial de crenças adventistas diz que ‘lavar os pés uns dos outros’, como ato cerimonial, é uma ordenança, ou sacramento. Mas o que é ordenança para os adventistas? Deixemos o Nisto Cremos dizer: “Uma ordenança corresponde a um rito religioso simbólico estabelecido ou observado, o qual carrega consigo as verdades centrais do evangelho e que é de obrigação perpétua e universal.” (Nisto Cremos, pg 263).

Porém, a informação fica confusa quando notamos em outros trechos do livro:

“Duas grandes ordenanças beneficiam a fé cristã – Batismo e Ceia do Senhor.” (Nisto Cremos, pg 276).

“Cristo prescreveu duas ordenanças – o batismo e a Ceia do Senhor.” (Nisto Cremos, pg 263).

Bem confuso não é mesmo?

Pergunto aos Adventistas:

São duas ou três ordenanças? O Lava-pés é uma ordenança ‘menor’? Sendo menor do que o Batismo e Santa Ceia, ainda pode ser classificada como ordenança? É menor em que sentido?

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Só será salvo o pecador que DESEJAR ser salvo (Ap 22.17; Jo 3.16) !!!


“O debate determinismo-indeterminismo no meio da fé cristã divide as pessoas entre calvinistas e arminianos [...] Os calvinistas tendem a considerar a vontade como sendo livre enquanto manifestação do caráter de uma pessoa. Insistem que Deus não força a vontade a agir de maneira a violar a sua natureza. Negam que Deus use forças mecânicas para conduzir as pessoas a violarem a própria natureza, tratando-as como se fossem marionetes. Não é de admirar que calvinistas e arminianos discordem sobre varias passagens bíblicas que parecem ensinar visão libertária da liberdade. Duas passagens bíblicas comumente discutidas são Apocalipse 22.17 e João 3.16. N versão ARA [...], lê-se em Apocalipse 22.17; “Quem quiser, receba de graça a água da vida”. É fácil interpretar essas palavras em português como uma corroboração da visão libertária do livre-arbítrio. Entretanto, uma leitura literal do texto grego diz: “Aquele que o desejar, que tome.” O verbo querer não aparece no texto original. O que não é discutido no texto é o que leva uma pessoa a esse estado de desejo. O calvinista diz que a pessoa chega a tal estado como resultado da ação divina do desejo. A expressão de graça significa que a água da vida não tem custo. Como Wright explica: “Não é a vontade humana que é livre neste versículo, mas o evangelho.”
No caso de João 3.16, lê-se na versão ARA: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” O que engana as pessoas nessa tradução é a expressão todo o que, a qual parece significar que aquele que quiser poderá se qualificar. Mas não há uma palavra e João 3.16 que possa ser traduzida por todo o que. A versão ARC [...] elimina essa confusão, traduzindo a expressão em questão da seguinte forma: “Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” A questão relevante nessa disputa é por que algumas pessoas crêem e outras não. Conquanto calvinistas e arminianos tenham suas visões concorrentes, o próprio texto não suporta uma posição indeterminista. A fim de encontrar uma teoria do livre-arbítrio na Bíblia, os versículos citados teriam de mostrar que a vontade é não-causada de uma maneira em vez de outra, por causas externas ou por influencias internas. Descobrir isso nas passagens bíblicas que servem de apoio para o livre-arbítrio requereria ler no texto mais do que o próprio texto está dizendo.”
Ronald Nash. Questões Ultimas da Vida, p. 363,364.

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terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Espiritismo: uma avaliação – Parte 2 (Rev. Júlio Andrade Ferreira)

"ESPIRITISMO E INTERPRETAÇÃO

Entendemos que todo o sistema espírita é contrario à Escritura. Visto que citam às vezes a Escritura, pretendendo tê-la a seu lado, importa demonstrar, não só incoerência da citação de um livro cuja autoridade negam, mas também convêm lembrar que não obedecem às regras de sã interpretação ao fazerem tais citações. De fato, as declarações da Escritura devem ser entendidas, não isoladamente, mas em relação ao conjunto, essa relação chamamos de “analogia da fé”. A interpretação deve respeitar o contexto, isto é, as informações do autor, o escopo da obra, os textos paralelos. Toda interpretação tem de ser, por isso mesmo, cristocêntrica.

TEXTOS A RESPEITO DE COMUNICAÇÃO COM OS MORTOS: Essa pretensão de comunicação com os mortos é condenada na Escritura. Os textos explícitos a este respeito são: Deut 18.11; 1 Sam 28; Isaias 8.19; Lucas 16.30,31.

1- Deut 18.11: “Entre ti (Israel) não se achará... nem quem consulte mortos”.
Para tal declaração, Allan Kardec encontra desculpas: a) “Se a lei de moisés deve ser tão rigorasamente observada neste ponto, força é que o seja igualmente em todos os outros”

RESPOSTA: Só por um principio do Novo Testamento devemos abandonar algum preceito da lei mosaica. Esse está confirmado. Veja-se Lucas 16. 30,31
b) “O legislador hebreu queria que seu povo abandonasse todos os costumes adquiridos no Egito, onde as evocações estavam em uso e facilitavam abusos...”

RESPOSTA: “Deus não proíbe bons costumes só por serem de outros povos”
c) “Moisés devia, pois, por política, inspirar aos hebreus aversão a todos os costumes que pudessem ter semelhanças ou pontos de contato com o inimigo.” 

RESPOSTA: “Como se vê, o argumento aqui é o mesmo, acrescido apenas de um novo motivo que só a moral do espiritismo poderia justificar, a saber- que uma coisa lícita ou boa, foi condenada simplesmente por política de moisés contra seus inimigos! E ainda que, por política, se pode caluniar a Deus, atribuindo-lhe a condenação do Ele mesmo realmente condena.”

d) “A evocação dos mortos não se originava no sentimento de respeito, afeição ou piedade para com eles.”

RESPOSTA: “A verdade, porém, à luz da história, pe que não houve povo, na antiguidade oriental, que respeitasse mais os mortos.” Refere-se aos egípcios.

Em face dos textos citados (Deut. 18.11; Isaias 8.19; Lucas 16.30,31) há ainda outrs posição que importa seja esclarecida. O prof. Henrique Mauter acha que a proibição de consultar mortos (implica os textos) de os mortos voltarem. E acha mais que uma possibilidade, se vier a ser provada experimentalmente, não invalidará o valor do Cristianismo como verdadeira fonte de orientação espiritual de formação de caráter.

Quanto a esta posição do Cristianismo não há mesmo dúvida. Há contudo, outros textos como 2 Co 5.1-10; Fl 1.21-25; 2 Pe 2.4-9; Jd 6,7; Ap 6.9-11 que esclarecem algo sobre a situação dos mortos. A possibilidade de sua volta ao mundo, além de inútil e perigosa conforme patente, é tão avessa à situação deles que... o melhor é não esperá-lo [...]

2- Mt 17.1-13: Trata-se da transfiguração que os espíritas pretendem  [que] tenha sido uma sessão espírita. 

Fazemos as seguintes observações: a) Cristo podia ser intermediário entre vivos e mortos, mas não andou envolvido em sessões dessa natureza. A transfiguração foi um fenômeno excepcional (Mt 16.28). b) Cristo preferiu ser “mediador” a ser “médium” ( 1 Tm 2.5,6). C) Cristo proibiu a divulgação da transfiguração, enquanto os homens não tivessem a compreensão de seu papel verdadeiro após a ressurreição (Mt 17.19). d) O s discípulos apresentaram o fato como indicativo da divindade de Cristo; não como espécime de invocação de mortos (1Jo 1.1-4; 2 Pe 1.16). e) Os discípulos viram Moisés e Elias; não consta que estes tivessem falado com eles ou que os tivessem visto. O objetivo da vinda de Moisés e de Elias não foi evidentemente o que o Espiritismo preconiza em outras sessões. f) A lição do incidente coloca Cristo, e não os mortos, como mestre. “Ouvi-o” (Mt 17.5).

Pudesse os espíritas aproveitar todos esses ensinos dos textos citados!"
...(continua)

Rev. Júlio Andrade Ferreira

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

‘A estrela dos magos era diabólica’!?

As seitas gostam de alimentar uma ânsia exclusivista, produzindo interpretações bíblicas desconjuntadas. E para satisfazer essa fome os Líderes das Testemunhas de Jeová ensinam que a estrela que levou os magos até o local onde Cristo nasceu, foi na verdade uma estrela do diabo! Eles afirmam que os astrólogos eram pagãos e que eles avisariam a Herodes depois de encontrar-se com Jesus, podendo resultar em sua morte. Por isso essa estrela não foi de Deus!

Eu acho que existem outras coisas envolvidas para essa interpretação. Eles odeiam o natal e aniversários (natalícios). Com a explanação de que a estrela foi uma arte diabólica, o volume negativo cresce na mente do TJ, contribuindo para o bem comum da interpretação doutrinária. Por exemplo, quando um TJ olha para uma ‘arvore de natal’ com seus apetrechos, a estrela lhe chama atenção, pois ali em cima está ‘o sinal de Satanás’!

Existem outras crenças desse tipo que muitos não sabem que existem entre os TJs:
1) Ressurreição dos ungidos desde 1918.
2) Jeová não é onipresente,
3) Jeová vai ser ‘pai-avô’,
4) Os ungidos no céu ajudam as Testemunhas entenderem a Bíblia,
5) Os que passarem com vida no Armagedon continuarão a ter filhos,
6) Os superintendes e missionários não podem ter filhos,
7) As Testemunhas vão ensinar as pessoas no milênio a verdade,
8) Os anciãos serão príncipes na nova terra,
9) Deus escolheu as Testemunhas de Jeová desde 1919,
10) Somente os ungidos tomam a ceia... etc, etc...

E quanto a estrela, a leitura de Mateus 2.1-23 não deixa dúvidas que o sinal foi Divino.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A atuação do Espírito Santo segundo Calvino.

Um aspecto notório nos escritos cristãos desde os tempos primitivos até o século 19, talvez, é a ausência de uma teologia clara sobre o que a igreja pensa sobre o Espírito Santo. Até o Credo Niceno-Constantinopla (381 aD) não faz referência exaustiva sobre essa Pessoa Divina. Antes no Credo Apostólico apresenta a curta citação: “Creio no Espírito Santo”. Nada mais. Talvez essa omissão anterior da manifestação teológica ortodoxa sobre o Espírito Santo, intimidou os cristãos posteriores a se posicionarem.



João Calvino, um dos teólogos mais conhecidos da história da igreja, é provavelmente o que mais tratou da obra do Espírito Santo, até então. Mesmo que não tivesse um livro especifico sobre Ele. Em suas Institutas nota-se distribuído em suas paginas referências diretas sobre o tema. Interrompendo esse longo tempo de 'silêncio' teológico.



A BÍBLIA E O ESPÍRITO SANTO
A leitura dos capítulos 6 a 9 das Institutas, observa-se que Calvino não excluí a Palavra de Deus do Espírito Santo e de Suas atuações.

 “Assim a Escritura, coletando-nos na mente conhecimento de Deus de outra sorte confuso, dissipada a escuridão, mostra-nos em diáfana clareza o Deus verdadeiro.” Inst.VI.1



As palavras acima estão intimamente relacionadas com aquilo que dizemos sobre o Espírito Santo. A Palavra de Deus é instrumento do Espírito e produto do mesmo. Nesse mesmo capítulo ele diz “...que Deus, o Opífice do Universo, se nos faz patente na Escritura e [o] que se deve dEle pensar [nela] se expõe, para que não busquemos por ambíguas devesas alguma incerta Deidade.” Pensar assim das Escrituras apenas atesta a convicção do reformador que A Palavra de Deus é instrumento vivo do Espírito Santo. Numa época onde ouvimos constantes apelos ao subjetivismo, sentimentos místicos. Tal afirmação de Calvino coloca os olhos nas Escrituras. O Espírito fala ali. Para Calvino A Palavra de Deus é como 'um fio em um labirinto para conhecermos a Deus'. Inst. VI.3.



Essas palavras eram relevantes, especialmente em uma época em que a autoridade da Escritura não era reconhecida à parte da autoridade da Igreja Católica Romana. Calvino é incisivo sobre isso quando chama de “o erro perniciosíssimo de que [apenas] tanto valor assiste á Escritura quanto lhe é concedido pelos alvitres da Igreja.” Além de dizer que isso é 'um grande escárnio ao Espírito Santo'. Inst.VII.1. Calvino mostra que Agostinho não deve ser invocado para apoiar esse erro. Inst. VII. 3.



O que deve ser buscado pelos cristãos não é uma simples satisfação de consciência, além que essa ser vacilante, mas é segundo Calvino, 'o íntimo testemunho do Espírito' ( Inst. VII. 4 ). Isso não é em nada desassociado do seu conceito anterior de conhecimento da Palavra de Deus como sendo algo necessário. Antes é a evidência para intima conexão entre Espírito e Palavra feito por Calvino. Ele diz “...na Escritura se vêem manifestos sinais de Deus [nela] a falar, dos quais se patenteia que a doutrina aí contida é de teor celestial.” (Inst VII. 4). 'O testemunho do Espírito Santo é superior a toda razão' ( Inst. VII.4).



Nas seguintes palavras, João Calvino coloca claramente aquilo que a doutrina reformada posterior desenvolveria com destreza, especialmente na Confissão de Fé de Westminster que a bem dizer, reproduziu quase que literalmente a explicação de Calvino. De fato, essas palavras devem receber atenção.



“Ora, assim como só Deus é idônea testemunha de Si [Mesmo] em Sua Palavra, também assim a Palavra não logrará fé nos corações humanos antes que seja [neles] seladas pelo testemunho interior do Espírito. Portanto, é necessário que penetre em nosso coração o mesmo Espírito que falou pela boca dos Profetas, para que [nos] persuada de que [ele] hão proclamado fielmente [o] que [lhes] fora divinamente ordenado.” ( Inst. VII.4).



Por ser a Escritura inspirada pelo Espírito Santo, não significa que todos a receberam com fé e submissão. Antes, isso é outra obra que o Espírito faz com Sua Palavra nos corações de quem Ele quer. A teologia Reformada fiel a esse pressuposto tem em suas bases e doutrina da Vocação Eficaz.



Trabalhar com evidências a favor da Escrituras é contrário ao pensamento de Calvino. Esse é um assunto acirrado entre os apologistas atuais. Pressuposicionalistas ou Evidencialistas tem a melhor defesa? Embora Calvino tenha sido um apologista ele usou sempre a autoridade assumida das Escrituras, desta forma ele é pressuposicionalista ( Inst. VII.5).



Mas o acima reconhecido não deve ser interpretado como que ‘não existe provas’. Para Calvino existe provas, mas o que ele não faz é usá-la como base para o convencimento. Uma das evidências é a superioridade da sabedoria contida nas Escrituras diante da sabedoria humana ( Inst. VIII.1). Os conselhos refletem a inspiração divina, ou seja, a atuação do Espírito Santo sobre a formação da Escritura. A beleza de certas porções e antiguidade da Bíblia. A fidelidade dos autores e a evidência sobrenatural dos milagres contidos na Escrituras (ainda que isso não prove nada por si mesmo, antes que o registro seja mostrado fidedigno e sobrenatural). Diante de todas as provas ele concluí que tais “...não se revestem de suficiente valia para prover-lhe segura credibilidade, até que o Pai Celestial, nela manifesta Sua divinal majestade [...] quando a certeza lhe haja sido fundada na convicção interior do Espírito Santo.” ( Inst. VIII. 13).


ESPÍRITO SEM A BÍBLIA?


 Um perigo antigo, e muito mais agora, é a busca do Espírito Santo dissociada da busca da Escritura. Não que o Espírito de alguma forma teria dificuldade com isso, muito menos que isso em si mesmo seria prejudicial. Mas Ele tem trabalhodo dentro dos limites que Ele mesmo colocou, ou seja, Iluminando as Escritura. Quando Cristo disse que o Espírito convenceria ‘do pecado do juízo’, isso está claro que seria por meio do produto do mesmo Espírito Santo, onde Lei de Deus mostra o pecado e revela sua justa ira. Ou seja: A Bíblia (Jo 17.17).

 Calvino diz que essas pessoas agindo assim, colocam de lado 'o magistério do Espírito' e fazem pouco da leitura da Bíblia. O reformador pergunta: “Gostaria de saber que tal é esse Espírito de cuja inspiração se transportam a alturas tão sublimadas que ousem desprezar como pueril e rasteiro o ensino da Escritura?” ( Inst.IX.1).



Arrisco-me em dizer, mas para Calvino Espírito Santo e Escritura são sinônimos! A Bíblia é a boca do Espírito Santo.

 Ele coloca de maneira clara que a função do Espírito é selar as promessas do evangelho em nós e não conduzir-nos para novas doutrinas ( Inst. IX.1 ).



Calvino, em um jogo de palavras bem articuladas e raciocínio aguçado, mostra que em nada adianta dizerem que as novas revelações do Espírito são examinadas á luz das Escrituras, pois estariam submetendo o Espírito a Sí mesmo. O Espírito Santo fala com autoridade sobrepujante nas Escrituras ( Inst. IX.2). Uma comparação com o pensamento de Calvino agora será interessante. Se para ele, só é possível entender e receber a Bíblia sob a iluminação do Espírito Santo, então é necessário um ativo trabalho do Espírito ainda hoje, e até o fim, sobre os homens (O que a CFW também diz).


CONCLUSÃO

 Para João Calvino, 'sem' o Espírito os homens até sabem que a Bíblia é a Palavra de Deus, porém não resulta em nada tal conhecimento se o autor divino não aplicar tal conhecimento na alma do homem ( Inst. IX.3).


João Calvino é o teólogo que menos acumula erros em sua doutrina (se é que teve alguma e não seria nós os enganados...). Exatamente por esse motivo. Ele olhava para a Bíblia como a doce e autoritária voz do Espírito Santo. E a tratava com reverência e delicadeza.

 
Que os herdeiros da fé Reformada, e todos os cristãos, prestem detida atenção em como estão olhando para a Palavra escrita de Deus. Um modo inspirado de nos orientar nisso seria ler o Salmo 119. Esse Salmo sem dúvida alguma, superior ao que Calvino, CFW e qualquer outro tenha escrito, mostra a beleza e magnitude da Palavra do Senhor.