quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Pensamentos ‘berkhofianos’: entrevista ‘com’ o grande teólogo - Parte 2


Louis Berkhof, o senhor afirma que Deus é incompreensivo?
“A igreja cristã confessa, por um lado, que Deus é o Incompreensível, mas também, por outro lado, que Ele pode ser conhecido e que conhecê-lo é um requisito absoluto para a salvação. Ela reconhece a força da questão levantada por Zofar, “Porventura desvendarás os arcanos de Deus ou penetrarás até a perfeição do Todo-Poderoso?” Jó 11.7. E ela percebe que não tem resposta para a indagação de Isaías. “Com quem comparareis a Deus? Ou que cousa semelhante confrontareis com ele?” Isaías 40.18. Mas, ao mesmo tempo, ela também está atenta à afirmação de Jesus: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” João 17.3. Ela regozija no fato de que “o Filho de Deus é vindo, e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro, e estamos no verdadeiro, em seu Filho Jesus Cristo” 1 João 5.20. As duas idéias refletidas nestas passagens sempre foram sustentadas lado a lado na igreja cristã.”


Mas como isso é possível? Ele é e não é compreensivo ao mesmo tempo?
"Os escolásticos distinguiam entre o Quid e o Qualis de Deus, e sustentavam que não sabemos o que Deus é em Seu Ser essencial, mas podemos saber algo da Sua natureza, daquilo que Ele é para nós, como Ele se revela em Seus atributos divinos. As mesmas idéias gerais foram expressas pelos Reformadores, apesar de que eles não concordavam com os escolásticos quanto à possibilidade de adquirir real conhecimento de Deus pela razão humana desajudada, partindo da revelação geral. Lutero fala repetidamente de Deus como o Deus Absconditus (Deus oculto), em distinção dele como o Deus Revelatus (Deus revelado). Em algumas passagens ele até fala do Deus Revelado como ainda um Deus Oculto, em vista do fato de que, mesmo através da Sua revelação especial, não podemos conhecê-lo plenamente. Para Calvino, Deus, nas profundezas do Seu Ser, é insondável. “Sua essência”, diz ele, “é incompreensível; desse modo, Sua divindade escapa totalmente aos sentidos humanos”. Os Reformadores não negam que o homem possa aprender alguma coisa da natureza de Deus por meio da Sua obra criadora, mas sustentam que ele só pode adquirir verdadeiro conhecimento de Deus por meio da revelação especial, sob a influência iluminadora do Espírito Santo."


Posso conhecê-Lo como ele é na medida em que sou capaz de conhecê-lo!? É isso?
“A teologia reformada sustenta que Deus pode ser conhecido, mas que ao homem é impossível Ter um exaustivo e perfeito conhecimento de Deus, de modo algum. Ter esse conhecimento de Deus seria equivalente a compreendê-lo, e isto está completamente fora de questão: “Finitum non possit capere onfinitum”.

Certo... Nesse ponto então é que entre em cena a TEOLOGIA, o estudo de, ou sobre Deus?
“Kuyper chama a atenção para o fato de que a teologia, como conhecimento de Deus, difere num importante ponto de todos os demais tipos de conhecimento. No estudo de todas as outras ciências, o homem se coloca acima do objeto de sua investigação e ativamente extrai dele o seu conhecimento pelo método que lhe pareça mais apropriado, mas, na teologia, ele não pode colocar-se acima, e, sim, sob o objeto do seu conhecimento. Noutras palavras, o homem só pode conhecer a Deus na medida em que Este ativamente se faz conhecido. Deus é, antes de tudo, o sujeito que transmite conhecimento ao homem, e só pode tornar-se objeto de estudo do homem na medida em que este assimila e reflete o conhecimento a ele transmitido pela revelação. Sem a revelação, o homem nunca seria capaz de adquirir qualquer conhecimento de Deus. E, mesmo depois de Deus ter-se revelado objetivamente, não é a razão humana que descobre Deus, mas é Deus que se descerra aos olhos da fé. Contudo, pela aplicação da razão humana santificada ao estudo da palavra de Deus, o homem pode, sob a direção do Espírito Santo, obter um sempre crescente conhecimento de Deus.”

Interessante esse fato... A Teologia propriamente dita não é de autoria humana?
“A teologia seria totalmente impossível, sem uma auto-revelação de Deus. E quando falamos de revelação, empregamos o termo no sentido estrito da palavra. Não se trata de uma coisa na qual Deus é passivo, um mero “tornar-se manifesto”, mas uma coisa na qual Ele ativamente se faz conhecido. Não é, como muitos pensadores modernos o vêem, um aprofundamento discernimento espiritual que leva a um sempre crescente descobrimento de Deus por parte do homem; mas sim, um ato sobrenatural de auto-comunicação, um ato prenhe de propósito, da parte o Deus Vivente. Não há nada surpreendente no fato de que Deus só pode ser conhecido se Ele se revela, e na medida em que o faz.”

Mas e a consciência religiosa, nossas pressuposições morais corretas, a reflexão que todo ser humano faz do divino, quando corretas, não é em si mesmo também uma ‘teologia’?
“Deus tem-se dado a conhecer. Ao lado do conhecimento arquetípico de Deus, que se acha no próprio Deus, há também um conhecimento ectípico dele, dado ao homem por meio da revelação. Este último relaciona-se com o primeiro como uma cópia com o seu original e, portanto, não tem as mesmas proporções de clareza e perfeição. Todo o nosso conhecimento de Deus é derivado da Sua auto-revelação na natureza e na Escritura. Conseqüentemente, o nosso conhecimento é, de um lado, ectípico e analógico, mas, de outro, é também verdadeiro e preciso, visto que é uma cópia do conhecimento arquetípico que Deus tem em Si mesmo.”


*Extraído da Sistemática de Berkhof
Veja a primeira parte AQUI.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Os Ungidos das Testemunhas de Jeová, já foram racistas?


Segundo as Testemunhas de Jeová, os seus Líderes foram escolhidos e ungidos em 1919 para restaurar a verdade de Jeová. Dizem que essa escolha foi baseada na fidelidade que os tais tiveram pela "verdade".


Mas podemos destacar algumas coisas em relação ao racismo (entre outros) que provam que os tais homens eram iguais aos muitos americanos da época segregacionista nos EUA. Muitas testemunhas duvidariam disto. Veja essas declarações do chamado "Escravo Fiel e Discreto", especialmente nas eras presidencias de C. T Russel e J. F Rutherford:


""...É verdade que a raça branca exibe algumas qualidades de superioridade sobre qualquer outra...” - Zion’s Watch Tower de 15/7/1902, pág. 3043 (reimpressão)


“Deus pode mudar a pele etíope [negra] no seu devido tempo.” - Zion’s Watch Tower de 15/7/1904, pág. 3320 (reimpressão)


 "Deus... evidentemente tem sido um respeitador das raças, e tem abençoado especialmente certos ramos da raça Ariana na Europa e América... a raça branca tem sido mais abundantemente abençoada com a luz das boas novas do que outras... a Igreja eleita provavelmente será composta principalmente da altamente favorecida raça branca.."A Bíblia versus a Teoria da Evolução (1898), págs. 30,31 (em inglês)


"As raças negra e latina provavelmente sempre serão inclinadas à superstição."Zion's Watch Tower de 1/4/1908, pág. 99


"...as diversas raças da humanidade provavelmente terão seus interesses espirituais como Novas Criaturas melhor preservados por alguma medida de separação." Estudos das Escrituras - Vol III (1904), pág. 490 (em inglês)


"EDUCAÇÃO DE NEGROS EM CINCINNATI - Negros por toda a cidade vão a esta escola por opção. Eles sentem que podem ter melhores oportunidades permanecendo em seu próprio grupo, e estão provavelmente certos... sob as condições imperfeitas presentes, uma sábia segregação é provavelmente uma vantagem para todos os envolvidos." A Idade de Ouro de 1/10/1919, pág. 8 (em inglês)


"Eles [os negros] têm sido e são uma raça de serviçais... Não há no mundo um serviçal tão bom quanto um bom serviçal de cor, e a satisfação que ele obtém por prestar um fiel serviço é uma das mais puras satisfações que há no mundo."A Idade de Ouro de 24/7/1929, pág. 207 (em inglês)


 

"Hispânicos.. e outras raças retrógradas..." A Idade de Ouro de 30/11/1927, pág. 141 (em inglês)


"Cuidadosas observações em uma escola em Londres mostraram que as crianças davam suas melhores risadas, não com comédias 'pastelão', mas...olhando um mineiro negro comer um prato cheio." A Idade de Ouro de 1928, pág. 684 (em inglês) ""


Fonte: http://testemunha.orgfree.com/dossie.htm#Racismo (adaptado).

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Os Mórmons: Deuses e recebimento do Espírito Santo


Em coversas com irmãos eu já disse que, das chamadas ‘seitas cristas’, os mórmons são mestres em inventar doutrinas absurdas. Entre o romanismo e mormonismo, fica difícil dizer qual mais se afastou da simplicidade do evangelho.


Veja um estudo mórmon. Destaco em grifo as partes que nos parece estranhamente contrárias ao que a Fé Bíblica revela:


“Como alguém pode receber o Espírito Santo? Algumas ideias aleatórias sobre o dom do Espírito Santo

Um quórum de deuses

Um quórum de três deuses preside sobre esta terra. Nesse quórum do sacerdócio, cada membro está em um diferente estágio de deidade e atua em uma missão ou dispensação para conosco, deuses mortais:

Convênio eterno foi feito entre três personagens antes da organização desta terra, e se relaciona com sua dispensação de coisas aos homens na terra; esses personagens, de acordo com o registro de Abraão, são chamados Deus, o primeiro, o Criador; Deus o segundo, o Redentor; e Deus o terceiro, a testemunha ou Testador. (Teachings of the Prophet Joseph Smith, p. 190)

O Espírito Santo como um deus

Como o terceiro membro desse quórum, o Espírito Santo também é um deus. Ele será reconhecido por muitos neste mundo, porém, como o Deus supremo. Em várias culturas, pessoas acreditam que Deus é um espírito, sem um corpo físico, o qual inspira a humanidade a fazer o bem e a buscar a paz; que se comunica conosco através de impressões e sentimentos. Isso soa como uma descrição dos frutos do Espírito Santo. Talvez não seja coincidência que o Espírito santo seja o deus que preside sobre o reino telestial, onde a maioria de nós parece se encaixar.¹

Aqueles que entendem a sua relação com o Pai e o Filho e buscam por mais luz também precisam conhecer as operações do Espírito Santo e buscar a sua influência, como o primeiro Consolador.

As ordenanças do sacerdócio e a deidade

Ao nos tornarmos conscientes de nossa origem e potencial divinos, e nos esforçarmos para viver a verdade, passamos a desenvolver uma relação mais pessoal com os membros da deidade. Oramos ao Pai em nome do nosso irmão mais velho, recebemos inspiração através do Espírito Santo; somos batizados em nome dos três deuses; administramos e recebemos ordenanças por sua autoridade; simbolicamente aprendemos como entrar no lar de nosso Pai e ser por Ele abraçados.

O recebimento das ordenanças é parte de desenvolvermos uma relação pessoal com a deidade. Sem um esforço sincero de viver os princípios do evangelho e receber suas respectivas ordenanças, não conseguimos experimentar totalmente “o poder da divindade” em nossas vidas, ter acesso aos “mistérios da divindade” e “o conhecimento de Deus” ou entrar na presença do “Pai e viver” (D&C 86:19-22).

Os dois batismos

Algumas escrituras chamam as duas primeiras ordenanças do evangelho de “batismos” – batismo de água e batismo de fogo.² Acho essas expressões significativas ao evocarem duas partes de um mesmo processo purificador, assim como uma “imersão” nos princípios simbolizados nas duas ordenanças. Entender a beleza e profundidade dessas ordenanças nos impedirá de reduzi-las a uma mera questão de filiação à Igreja.

Joseph Smith ensina que os dois “batismos” estão relacionado se tinham o objetivo de trazer ao indivíduo a influência do Espírito Santo. Ao invés declarar o recebimento do dom do Espírito Santo como um complemento do batismo na água, ele vê o batismo na água como um passo preparatório para receber o Espírito Santo:

Batismo é uma santa ordenança preparatória para a recepção do Espírito Santo. É o canal e chave pela qual o Espírito Santo será administrado. (Words of Joseph Smith, p. 03)

Um mandamento

Nenhum de nós tem a autoridade para designar um deus a uma tarefa; tampouco podemos “transferir” o Espírito Santo a alguém – ele não é nossa propriedade e não temos poder sobre ele. Ao impôr as mãos sobre a cabeça de outra pessoa, um portador do sacerdócio dirá “recebe o Espírito Santo”. O modo imperativo da frase nos comunica que estamos recebendo um mandamento.

Ao fazermos convênios com Deus, não esperamos que Ele venha a nós sem o nosso esforço de nos aproximarmos Dele. De forma semelhante, não podemos esperar “receber o Espírito Santo” sem buscar a sua influência na nossa vida.

Achegai-vos a mim e achegar-me-ei a vós; procurai-me diligentemente e achar-me-eis; pedi e recebereis; batei e ser-vos-á aberto. (D&C 88:63)

Há uma forma de saber com certeza se temos ou não a influência do Espírito em nossas vidas:

Nenhum homem pode receber o Espírito Santo sem receber revelações. O Espírito Santo é um revelador. (Words of Joseph Smith, p. 256.)

Se o Espírito Santo é um revelador e somos ordenados a receber o Espírito Santo, estamos sermos instruídos a receber revelações. Receber revelações verdadeiras para su aprópria vida é receber o Espírito Santo. Para tanto, a ordenança em si não é suficiente. A ordenança externa é um passo necessário para abrir as portas à ordenança interna, ao longo de toda a vida. Parafraseando o que disse Joseph, se um homem ou uma mulher recebe o Espírito Santo, ele ou ela receberá revelações do céu. Se isso não acontecer, é porque o Espírito Santo não está sendo bem-vindo, recebido.

Mas se não sois levados por revelação como podeis escapar da danação do inferno?(Words of Joseph Smith, p. 345.)

NOTAS

¹ D&C 76: 81-86.

² Por exemplo, Mat. 3:11, 2 Né. 31:13, D&C 39:6, Moisés 6:66.


terça-feira, 13 de novembro de 2012

O que está acontecendo com a Igreja do Evangelho Quadrangular?


"Jesus salva, batiza no Espírito Santo, cura e voltará!" Me lembro da primeira vez que perguntei a um amigo sobre o significado do nome da igreja pentecostal fundada pela cristã, Aimée Semple McPherson. A resposta foi interessante...


A IEQ deve disputar entre as cinco denominações cristãs de maior expressão no Brasil. Cresceu na chamada ‘segunda onda’ aqui no Brasil, e debaixo da desafiadora tarefa de disputar com a Assembleia de Deus, Congregação Cristã [e Deus é Amor]. Diga-se de passagem, a IEQ diferenciou-se por não usar os costumes adotados entre os pentecostais.


Pois bem, sabemos de igrejas do EQ que estão usando campanhas místicas que antes apenas ‘centros espíritas evangélicos’ praticavam. E isso em várias partes.


  • Será que essas práticas estão sendo realizadas com consenso da Liderança?


Curiosamente fui ler as crenças oficiais da IEQ e me surpreendi com a inclusão do dízimo no seu sistema crenças essenciais, nos seguintes termos:


“Dízimos e ofertas: Acreditamos que os dízimos e as ofertas são ordenanças de Deus para a sustentação do Seu ministério, disseminação do evangelho e liberação de bênçãos específicas (Malaquias 3:10; 1 Coríntios 16:1,2).”  (AQUI)


Ao dizer ordenança, a IEQ ‘sacramentalizou’ o dízimo. Além disso, ao afirmar que o dízimo serve também como a ‘liberação de bênçãos específicas’, se identificam com a teologia da prosperidade. Abrindo caminho para o que estamos presenciando na IEQ. Um terreno fértil para erros sem limites nas chamadas ‘campanhas’.


E o dízimo? O dízimo deve ler lido sob seus princípios; filantrópico, eclesiástico e de confraternização (Lv 27.30-34; Dt 14.22-29; Nm 18.21). E sua ligação com bênção a Israel tem outra aplicação na era do Novo Testamento. E nem mesmo no VT, existia "bênçãos especificas". Em várias partes do texto do Antigo Testamento, as mesmas bênçãos estavam ligadas ao cumprimento de vários outros mandamentos. Veja: Dt 11.8-14; 27,28,30


Parece que o futuro "Evangélico" da IEQ está ameaçado...

sábado, 10 de novembro de 2012

Luta-se pelos gays... mas quem salvará as mulheres muçulmanas?

"Manual islâmico para um casamento feliz: “Puxe a esposa pela orelha, bata nela com a mão ou com uma vara” O crescimento do islamismo nos EUA e na Europa é fato inegável. E com sua crescente influência, livros com temas islâmicos começam a aparecer, revelando a realidade dos costumes islâmicos.


O livro “A Gift For Muslim Couple” (Um Presente para o Casal Muçulmano), disponível no Canadá, chocou o público canadense por trazer instruções de como maridos islâmicos podem bater nas esposas com a mão ou com uma vara, ou puxá-la pela orelha.


O livro de 160 páginas, escrito pelo acadêmico muçulmano Maulavi Ashraf Ali Thanvi, é dedicado a recém-casados muçulmanos.


O manual dá instruções de como ter um casamento feliz e evitar problemas, e avisa que o marido deveria se controlar para não bater excessivamente na esposa.


Embora o livro tenha recebido reações indignadas do público canadense, está amplamente disponível em lojas virtuais muçulmanas, sem maiores consequências.


Bater na esposa como instrução matrimonial pode parecer estranho para pessoas no Brasil, EUA e Canadá, mas é uma prática comum e generalizada no mundo islâmico. Evidentemente, os líderes muçulmanos negarão que sua religião seja violenta ou que permita que as esposas apanhem, mas a realidade…


A escalada de violência contra as mulheres muçulmanas foi revelada recentemente por um relatório que afirma que quase 1.000 mulheres e meninas foram assassinadas por “honra” no ano passado só no Paquistão. Não há dados oficiais dos outros países muçulmanos, ainda mais que casos de esposas assassinadas são acobertados pelos próprios parentes e pela polícia.


As esposas que não são assassinadas podem ser banhadas em ácido pelo marido islâmico se cometerem o “crime” de aprenderem a ler e escrever, como foi o caso da paquistanesa Fakhra Younus, que se suicidou recentemente com a idade de 33 anos, depois de viver 12 anos cega de um olho, surda e com vários outros problemas físicos ocasionados pelo banho de ácido efetuado pelo marido. Só em 2011, mais de 8.000 ataques com ácido foram praticados contra moças e mulheres, por vários motivos, no Paquistão. Se uma jovem, por exemplo, se recusa a casar com um islâmico, o próximo passo pode ser uma chuva de ácido.


Contudo, não é só nos países islâmicos que as mulheres são submetidas a certos costumes islâmicos. Na Inglaterra, mais de 1.000 meninas, algumas com 10 anos de idade, já passaram por operações de mutilação genital, onde os órgãos sexuais externos são removidos, a fim de impedir que mais tarde as moças tenham prazer sexual, mesmo depois do casamento. Tal mutilação, de acordo com os que a praticam, servirá como prova da “pureza” da mulher quando ela casar. Líderes islâmicos da Inglaterra já foram flagrados defendendo essa mutilação.


Essa mutilação, ao que se supõe, tem como alvo as filhas das famílias muçulmanas. O tratamento para as filhas das famílias não muçulmanas é totalmente diferente.


Na Inglaterra, gangues de estupradores — predominantemente muçulmanos — aliciam meninas muito novas, geralmente de sangue inglês, para se tornarem propriedade sexual para uso pessoal e para prostituição. A crise alcançou agora proporções epidêmicas. De acordo com a Secretaria dos Direitos das Crianças da Inglaterra, um número elevado de 10.000 meninas brancas menores de idade podem estar sendo vítimas.


Se uma gangue muçulmana é pega e seus integrantes conseguem fugir da Inglaterra para seu país islâmico original, a polícia inglesa simplesmente cruza os braços a fim de não perturbar autoridades islâmicas de outro país.


Por causa das leis antipreconceito, as autoridades inglesas não podem lidar com o problema de forma decisiva, mostrando que homens muçulmanos estão literalmente estuprando milhares de meninas inglesas. Tal exposição colocaria a Inglaterra na mira da ONU, que os acusaria de preconceito contra a religião islâmica e contra homens de pele não branca.


Na Inglaterra, o estupro islâmico de meninas brancas já é quase normal. Agora, a epidemia está alcançando até mesmo os EUA, onde gangues muçulmanas também estão mirando meninas brancas.


Os direitos das mulheres e das meninas são pisoteados, em favor dos direitos humanos e a dignidade de homens muçulmanos, por causa de loucas leis antipreconceito. Por causa dessas leis, os ingleses pouco podem fazer para deter os estupradores islâmicos. Por causa dessas leis, os estupradores islâmicos muito fazem contra as meninas inglesas.


Contudo, o que aconteceria se 10.000 meninas islâmicas estivessem em poder de gangues evangélicas de estupradores ingleses na Arábia Saudita ou Paquistão? As autoridades muçulmanas teriam igualmente medo de lançar uma feroz campanha policial contra os estupradores ingleses por causa de leis antipreconceito? Os jornais e TVs falariam vagamente de certo problema com meninas, sem citar a origem especifica dos estupradores? Ao serem pegos, os ingleses poderiam fugir do país com a consciência tranquila de que as autoridades islâmicas nunca teriam coragem de exigir a extradição deles?


Em qualquer país islâmico, uma gangue de estupradores ingleses seria dispensada de julgamento e cadeia. A própria população, sob os olhos e consentimento das autoridades, lincharia sumariamente os criminosos.


No entanto, o que ocorre na Inglaterra é o inverso. Jornais e TVs não podem falar diretamente do grave problema de gangues de estupradores que mantém 10.000 meninas inglesas sob seu poder. Não podem falar a fim de não violar a dignidade, honra e direitos humanos dos muçulmanos envolvidos nos crimes.


A cegueira do multiculturalismo da Inglaterra não os deixa ver que as gangues de estupradores não só cometem violência física e psicológica contra as meninas, mas também contra a dignidade, a honra e os direitos humanos delas.


Meninas têm menos dignidade, honra e direitos humanos do que homens islâmicos? Ao que tudo indica, sim, pois até em países islâmicos eles fazem o que querem com suas mulheres e meninas. E agora, pelo visto, podem também fazer o que querem com mulheres e meninas de países que não são islâmicos.


Enquanto homens como Jimmy Carter dizem que há opressão contra as mulheres no Ocidente somente porque há igrejas cristãs que não ordenam mulheres, o islamismo já vai mostrando como será o futuro das mulheres nos EUA e Europa: hoje, meninas condenadas à prostituição, amanhã moças condenadas aos haréns islâmicos, marcadas pela “pureza” da mutilação genital. Se tentarem abrir a boca para reclamar de alguns dos tratamentos, o chicote — ou o ácido — descerá sobre elas. Seu destino, quer gostem ou não, será a escravidão sexual.


Com informações do Daily Mail. Fonte: www.juliosevero.com

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Estudo sobre a Doutrina da Reconciliação - Parte 1

INTRODUÇÃO

A doutrina da Reconciliação é, certamente, uma das mais doces nas Escrituras. Nela encontramos a manifestação do amor de Deus em Cristo Jesus, fazendo a paz e removendo a inimizade que causava separação entre Ele e o pecador.


Neste estudo apresentaremos uma abordagem sistematizada da doutrina da reconciliação. Nosso objetivo é considerar o ensino a partir das principais referências bíblicas sobre o tema, passando pelas informações no Antigo Testamento e relacionando a doutrina com outros pontos doutrinários relevantes. Para tanto abordaremos temas como a natureza da reconciliação, o autor, o agente, os embaixadores, o ministério, o tempo, os meios, os objetos e as bênçãos da reconciliação.


Deste modo esperamos oferecer ao leitor uma abordagem prática de como Deus promoveu a nossa reconciliação em Cristo Jesus, removendo a inimizade que nos separava e nos impedia de desfrutar todas as graças decorrentes da obra expiatória de Cristo Jesus.


Crer na doutrina da reconciliação é descansar na maneira graciosa como Deus trata aqueles que foram comprados na cruz do calvário.

1 O USO DO TERMO NO NOVO TESTAMENTO

 
Nas ocorrências do termo katallasso no NT encontramos o registro, nos textos pertinentes, das seguintes variações – katallaghn, katallagh e katallaghv. Segundo Berkhof os principais termos para reconciliação no Novo Testamento são “katalasso e katalage - significam ‘reconciliar’ e ‘reconciliação’. (…) O ofensor reconcilia, não a si próprio, mas a pessoa ofendida.”[1] (katallaghn, cf. ocorrência em Rm. 5.11).


O termo, no seu uso mais comum, discute a reconciliação no âmbito dos relacionamentos conjugais. E, conforme as anotações do Theological Dictionary of the New Testament a idéia no texto de 1ª Co. 7.11 não é de que necessariamente a esposa que busca a reconciliação tenha alguma culpa, mas está ativamente interessada em buscá-la.[2]


Já nas ocorrências mais específicas que norteiam a relação Deus-Homem, apenas o apóstolo Paulo faz uso do termo com as variações supracitadas. Mas a idéia não é a de que Deus é reconciliado ou reconcilia a si mesmo, mas a de que Ele próprio proporciona a reconciliação do homem consigo mesmo, bem como do mundo[3]. Para corroborar com este pensamento devemos lembrar o caráter imutável de Deus. Ele não pode sofrer qualquer tipo de mudança, por isso, o que muda é a nossa relação com ele.



2 A IDÉIA DA RECONCILIÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO

 
A estrutura do culto do Antigo Testamento já trazia consigo o conceito de reconciliação.

Ao falar sobre o tema Calvino diz:

Ora, visto que o uso da lei foi múltiplo, como se verá melhor no devido lugar, na verdade foi especialmente outorgada a Moisés e a todos os profetas a incumbência de ensinar o modo de reconciliação entre Deus e os homens, donde também Paulo chama Cristo o fim da lei (Rm 10.4).[4]

Todos os elementos apontavam para Cristo e para a sua obra. Mais especificamente no propiciatório já encontramos referências à idéia da doutrina bíblica da reconciliação.


Na estrutura religiosa do AT encontramos o Tabernáculo como uma espécie de morada provisória do Senhor no meio de Israel[5]. Lá, além do lugar santo encontrávamos também o Santo dos Santos, onde o sumo sacerdote entrava uma vez por ano para fazer a expiação do pecado do povo. Ali estava a Arca da aliança e sobre ela uma “tampa” chamada de “Propiciatório”[6]. Ao borrifar o sangue sobre o propiciatório a ira de Deus era aplacada e o resultado era o perdão do pecado e a restauração da comunhão do pecador à comunhão com Deus.[7] Devemos lembrar que objetivamente isto acontece na cruz, quando o Cordeiro de Deus é imolado para que fossemos reconciliados com ele. Uma obra especial e cara, como declara Baillie, que diz: “Nossa reconciliação é infinitamente cara a Ele, não no sentido de que foi difícil para ele nos perdoar, (…) É sua natureza amar e perdoar.”.[8]


Todo esse rito cerimonial do culto veterotestamentário apontava para a reconciliação que encontramos em Cristo Jesus. Quando o Messias veio ele se tornou a nossa propiciação, como se observa na declaração de Paulo: “Romanos 3:25 - a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos;”

3 A NATUREZA DA RECONCILIAÇÃO

Stott diz que reconciliação tem a ver com a nossa inimizade contra Deus e a nossa alienação dele.[9] Assim, a reconciliação, propriamente dita, é a remoção desta alienação proporcionando uma relação harmoniosa e pacífica com Deus.

Esta idéia fica mais clara quando percebemos, por exemplo, a argumentação de John Murray, que expande a idéia. Ao comentar o texto de Romanos 5.11, uma das referências bíblicas centrais acerca da doutrina da reconciliação, ele afirma que na reconciliação o que se destaca não é a remoção da nossa inimizade contra Deus, pelo contrário, o verso supracitado salienta o fato de que Deus removeu de nós a alienação que havia da parte dEle para conosco.[10]

Sttot também observa que esta reconciliação, ou a remoção da base da alienação, tem a ver com a não imputação das nossas transgressões. Ele diz “De modo que em sua misericórdia Deus recusou-se a levar em conta contra nós os nossos pecados ou exigir que sofrêssemos a penalidade deles.”[11]. Contudo, vale ressaltar que esses pecados foram imputados à Cristo. Portanto, cremos que somos plenamente reconciliados com Deus e aceitos por ele, porque nossos pecados foram imputados a Cristo e Sua justiça nos foi imputada.

Desse modo, podemos dizer que a Reconciliação é a obra do Pai através da qual Ele remove a alienação do pecado[12], libertando o homem de toda inimizade, por meio de Cristo. Assim, Deus remove a barreira tanto por causa da nossa rebeldia, quando por causa de sua ira. Devemos notar ainda que ao fazê-lo por meio de Cristo, Deus se revela como o verdadeiro Emanuel, ensinando-nos que toda a manifestação do seu amor pelo eleito tem seu fundamento no sacrifício de Cristo.[13]

3.1 A RECONCILIAÇÃO OBJETIVA E SUBJETIVA

Tal qual na doutrina da justificação, também podemos pensar em termos de reconciliação objetiva e reconciliação subjetiva.

RECONCILIAÇÃO OBJETIVA

Ao falar sobre a expiação objetiva, Berkhof diz:

Que dizer que a expiação influi primordialmente na pessoa por quem é feita. Se um homem age mal e presta satisfação do mal que praticou, esta satisfação visa a influir na pessoa que praticou o mal, e não na parte ofendida. No caso em foco, significa que a expiação foi destinada a propiciar a Deus e reconciliá-lo com o pecador.[14]

Certamente, quando falamos em termos de uma reconciliação objetiva devemos lembrar das palavras do apóstolo Paulo em 2ª Coríntios que diz que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo. Assim, na reconciliação objetiva devemos considerar dois fatores: Primeiramente, Deus, na qualidade de ofendido é o agente que remove a base da alienação tornando-se, em Cristo, favorável ao homem. E em segundo lugar, ele faz isto na cruz, como uma obra terminada, portanto, realizada de uma vez por todas.

Esta reconciliação objetiva é a base da reconciliação subjetiva

RECONCILIAÇÃO SUBJETIVA

Já no seu aspecto subjetivo a reconciliação se relaciona com a posse e o gozo desta condição de reconciliação. Esta condição está intimamente relacionada ao ministério da reconciliação que foi confiado à Igreja. Quando anunciamos o evangelho proclamamos a mensagem da reconciliação convidando o pecador para este relacionamento com o Senhor. Stott ainda vê outros aspectos envolvidos nesta reconciliação subjetiva que ele chama de plano horizontal da reconciliação.[15] Neste plano horizontal vemos a reconciliação como um aspecto motivador da nova relação na comunidade cristã, formada por judeus e gentios, senhores e escravos e etc.

Há outros estudiosos que trabalham esse conceito de revelação objetiva e subjetiva em termos de ação e resultados.

Ivan Ross diz: “A reconciliação como ação seria a remoção da base da alienação de Deus e a reconciliação como resultado seria a relação harmoniosa e pacífica estabelecida em virtude da base da alienação de Deus para conosco ter sido removida.”[16] Uma forma diferente de trabalhar os conceitos de objetiva e subjetiva.

... [1] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Tradução de Odayr Olivetti. 2. ed. Campinas: Luz Para o Caminho, 1992. p. 376
[2] KITTEL, Gerhard and FRIEDRICH, Gerhard. Theological Dictionary of The New Testament – Abridged in one volume. Reprinted. Grand Rapids: William B. Erdmans Publishing Company, 1992, p. 40
[3] Idem, p. 41
[4] CALVINO, João. Institución de la Religión Cristiana. 3 ed. Paises Bajos: Fundación Editorial de Literatura Reformada, 1986. v.1 p. 28
[5] A Doutrina da Propiciação - http://www.ibcambui.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=198:a-doutrina-da-propicia&catid=51:estudos&Itemid=80. Acessado em 20 de setembro de 2009.
[6] Para maiores detalhes veja os textos em Ex. 25.17-22; Lv. 16.5-19.
[7] BÍBLIA ONLINE 2.0. Sociedade Bíblica do Brasil – Software– verbete “propiciação”.
[8] BAILLIE, D.M. God Was In Christ - An Essay on Incarnation and Atonement. New York: Charles Scribner’s Sons, 1948. p. 174, 175.
[9] STOTT, John R. W. A cruz de Cristo. São Paulo: Vida, 1996. p. 89
[10] MURRAY, John. Comentário Bíblico Fiel - Romanos. Editora Fiel. p. 198
[11] STOTT, John R. W. A cruz de Cristo. p. 88
[12] Deve se notar a relação intimamente necessária entre a doutrina da expiação e da justificação com a doutrina da reconciliação. Calvino diz: “Enquanto Deus computar os nossos pecados, Ele não pode fazer outra coisa senão nos considerar com aversão”, contudo, ele ainda diz “o amor por nós foi a razão por que ele (Deus-Pai), expiou os nossos pecados por intermédio de Cristo.” Comentário 2ª Coríntios, p. 122.
[13] CALVINO, João. 2 Coríntios. Tradução de Valter Graciano Martins. 1. ed. São Paulo: Edições Paracletos, 1995. p. 122
[14] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Tradução de Odayr Olivetti. 2. ed. Campinas: Luz Para o Caminho, 1992. p. 286
[15] STOTT, John R. W. A cruz de Cristo. São Paulo: Vida, 1996. p. 85
[16] ROSS, Ivan Gilbert. Apostila de Teologia Sistemática xerografada. CPO/IBEL

  Autor: Rev. Cleverson Gilvan, pastor da Igreja Presbiteriana de Patrocínio, MG.
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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Características de um Líder Cristão


1) SERVO: Um líder cristão serve, assim como Jesus (Mc 10.45). Quem não serve para servir não serve para nada, nem para liderar. O líder serve para suprir as necessidades de seus liderados ( Cl 4.13 ).


2) INFLUÊNCIA: Um líder deve influenciar seus liderados. Nunca mandar, coagir ou reprimir seu grupo, pois eles não são propriedades sua. Convencer é uma tarefa mais inteligente para o líder e para seus liderados.


3) EXEMPLO DINÂMICO: Um líder cristão é exemplar. Faz o que fala e fala o que faz. Seu exemplo é eficaz, atuante. Assim, ele não será hipócrita. As pessoas terão segurança em citá-lo como referência de vida e não apenas como bom palestrante (I Tm 4.12; Mt 10.24,25).


4) CONVICTO: Um líder sem convicção, é um líder duvidoso. Ter convicção não é ser teimoso, mas é estar convencido de seus ideais. Pois ele estudou, avaliou e orou à luz da Palavra de Deus, para chegar a uma conclusão. Ele sabe o que está defendendo e está apto de promover o projeto idealizado (At 6.1-4).


5) HUMILDADE: Um líder escuta seus liderados. Acata sugestões desses, obedece seus próprios líderes. Caminha sob autoridade e não sobre. Reconhece suas limitações e erro. Respeita seus liderados como seus prprios líderes. Trata-os como ovelhas ( I Pd 5.1-4 ).


6) ENSINA: Um líder cristão, deve ser um ensinador das Escrituras Sagradas. Tudo o que ele faz e fala deve ter um objetivo único: Instruir e instruir bem, os outros servos de Cristo a crescerem em graça e conhecimento, para glória de Deus. ( Js 1.8; Mt 28.19,20; I Tm 4.11,13,16 ).


7) GERA OUTROS LÍDERES: Um líder cristão jamais será infrutífero nessa área. Se ele não gera outros líderes provavelmente ele não é um líder. Ele não se preocupa em ser substituído. Jesus capacitou outros para substituí-lo na obra. Um líder cristão não deve ser centralizador ( Nm 27.16,17; Mt 28.19 ).


8) AMA: O líder cristão preocupa-se com o bem estar dos seus liderados. Ele não se preocupa apenas com o grupo mas principalmente com os indivíduos do grupo. Não um em detrimento do outro. Os objetivos devem visar o bem estar deles também e não somente a conclusão do projeto ( Jo 13.1 ).

domingo, 4 de novembro de 2012

A Erudição Adventista contra a Inerrância Bíblica - Parte 1


No site da UNASP, está disponível um artigo de autoria de Amin A. Rodor, Th. D. (de setembro de 2005), intitulado A BÍBLIA E A INERRÂNCIA. Neste artigo, Rodor apresenta uma crítica resumida ao conceito protestante, ortodoxo, a respeito da Inerrância Bíblica.


Pretendo interagir com aquele artigo, porém, me concentrarei no que ele disse, mesmo que baseado em outros. Resumo quatro aspectos básicos, do artigo de Rodor, que creio será o cerne de nossa questão:


1. A inerrância é uma tese posterior ao período bíblico e patrístico, sendo uma reação Reformada ao liberalismo teológico. O principal articulador seria F. Turrentin, e o expositor mais recente B. Warfield.

2. A inerrância não é inerente ao ensino da Inspiração Divina, nem é ensinado na própria Bíblia!

3. Existem erros e imperfeições evidentes e inegáveis na Bíblia, de diversas formas. Se a inerrância fosse uma doutrina necessária, ‘Deus deveria de cuidar disso e impedir tais erros’.


Em postagens futuras pretendo avaliar essas proposições que deduzi do tal trabalho.


Rodor deixa de falar do real motivo de negar a inerrância, que ele como adventista tem. A crença em Ellen White. No artigo ele a cita duas vezes com uma intenção inócua. Veja a citação 86:


“Ellen White, em sua abordagem pessoal às Escrituras Sagradas sugere uma resposta segura. Ela disse: “Tomo a Bíblia tal como ela é, como Palavra Inspirada. Creio nas declarações de uma Bíblia inteira.” Citação 91: E “Ao declarar o propósito da Bíblia Ellen White disse: “em Sua Palavra Deus conferiu aos homens o conhecimento necessário à salvação.”


De fato, nem os inimigos de Ellen White [sou um deles] jamais veriam em suas palavras rejeição da Inerrância por destacar a Inspiração desta maneira.


Na verdade o Adventismo, em tese, tem um compromisso com a Exatidão das Escrituras, visto que herdaram de Teólogos Reformados a crença de que os seis dias da criação são dias literais, por exemplo. Com isso, os adventistas tem um compromisso inegociável, por causa do sábado.


Acho que não existe nos escritos de Ellen White, algo que assegure alguma dúvida dela com respeito a inerrância das Escrituras. Pelo que já lia dela, até onde foi ela que escreveu, ou mesmo plagiando de outros, ela defendia uma Bíblia exata. Mas visto que não leio Ellen White tal como um adventista lê, pode ser que em minha pesquisa em seus livros eu não tenha percebido isto.


Se essa minha impressão estiver correta, o real motivo do Adventismo aderir à teologia liberal, no assunto da inerrância, não é na verdade um escorregão diante dos desafios dos últimos 150 anos. Na verdade é para salvaguardar o ministério profético de Ellen White, chamado de espírito de profecia, sinal da igreja remanescente. O erudito adventista, o Dr Samuelle Bacchicchi apresentou vários erros históricos de Ellen White. Isso, quer ele ou outros tenham observado, provocaria um abismo intransponível entre o ministério profético bíblico e o ministério de Ellen White, que para os adventistas não é apenas uma influência literária e teológica, mas profética tal como os bíblicos:


No Centro White encontramos afirmações, que confirmam o que suspeito:


“2. A teoria da “intervenção”: Este conceito afirma que se em sua humanidade um profeta de Deus erra, e a natureza desse erro é suficientemente séria para afetar materialmente(a) a direção da igreja de Deus, (b) o destino eterno de uma pessoa, ou (c) a pureza de uma doutrina, então (e só então) o Espírito Santo imediatamente move o profeta a corrigir o erro, para que não seja causado nenhum erro permanente. Esta posição pode se alinhar com a realidade objetiva das Escrituras e dos escritos de Ellen White. O “tesouro” – a verdade ou mensagem dada por Deus – é não apenas uma “infalível revelação de Sua vontade”, mas é também “autorizada” – serve de norma para o cristão e tem autoridade sobre ele. Comentando sobre a questão da infalibilidade, Ellen White escreveu: “Unicamente Deus é infalível.” “O homem é falível, mas a Palavra de Deus é infalível.” Quanto ao “vaso de barro”, o lado humano da equação, a Sra. White acrescentou: “Tudo quanto é humano é imperfeito”, e “nenhum homem é infalível.” Alguns têm tropeçado no fato de que há imperfeições nos escritos de Ellen White. “Não há acusação que possa ser levantada contra Ellen White, em seu papel profissional como profeta, que não poderia e não tenha sido primeiro levantada contra os escritores da Bíblia...” “Não reivindiquemos mais para a Sra. White do que reivindicaríamos para os escritores bíblicos;...” “Precisamos ser consistentes; precisamos tratar Ellen White exatamente como trataríamos qualquer profeta dos tempos bíblicos. Se não rasgamos de nossa Bíblia os salmos escritos por Davi, as profecias de Jeremias e Jonas e as duas epístolas de Pedro, então não temos direito de lançar fora os escritos de Ellen White.” (http://www.centrowhite.org.br/textos.pdf/02/refer%C3%AAncia_01b.pdf [negrito acrescentado])


Nem é preciso continuar para mostrar que o real motivo da rejeição da Inerrância é esse... Em postagens futuras, tratarei do que Amim Rodor escreveu.