A Bíblia nos
revela que Deus ordenou, para o período mosaico, um tabernáculo, um templo, um
santuário para adoração, onde o seu povo ofereceria sacrifícios e ofertas, e
seria conduzido pelos sacerdotes neste projeto de reconciliação permanente (Ex
26; I Rs 6). O templo não era muito grande, e tinha utensílios e uma câmara
interna. O físico total desse templo era chamado de Santo e o recôndito interno, atrás da cortina era chamado de Santo dos Santos. A Bíblia nos mostra,
na carta aos Hebreus, que tal templo era símbolo do próprio céu e do supremo
serviço sacerdotal de Cristo quando subiu ao céu após a sua ressurreição.
Após uma
década incomodando as igrejas cristãs, anunciando a volta de Cristo para
1843/1844, um grupo de imaturos cristãos, desviados e de hereges arianos,
colheram os frutos de sua falsa profecia e desobediência ao Senhor Jesus (Mt
24.36).
O orgulho de
Satanás continuou dominando partes do grupo, que recalculou outras datas.
Outros, tentaram dar ‘um jeitinho’ na vergonha
da falsa profecia. E difundiram mais uma interpretação para a data vexatória,
22 de outubro de 1844. Agora, sob orientações místicas de profetas sem limites,
especialmente de uma jovem que sofria de moléstias mentais (alucinações que ela
chamava de visões), de nome Ellen White, produziram uma reinterpretação que
teorizam da seguinte forma – em 22 de
outubro de 1844 Jesus entrou no Santo dos santos no céu.
Antes de
mostrar como o desconhecido autor da carta aos Hebreus, divinamente inspirado,
antecipou a destruição da mais importante
doutrina Adventista, que na verdade é uma doutrina remanufaturada de uma dass
maiores decepções profética que o mundo já viu, é necessário provar e verificar
suas afirmações sobre essa entrada de Jesus Cristo no santíssimo em 1844.
Deixemos seus documentos oficiais decifrarem
a ‘entrada de Jesus no santíssimo em 1844’:
Crença Fundamental 24: “O Ministério de Cristo no
Santuário Celestial
Há um santuário no Céu. Nele Cristo
ministra em nosso favor, tornando acessíveis aos crentes os benefícios de Seu
sacrifício expiatório oferecido uma vez por todas, na cruz. Ele foi empossado como nosso grande Sumo
Sacerdote e começou Seu ministério intercessório por ocasião de Sua ascensão. Em 1844, no fim do período profético
dos 2.300 dias, Ele iniciou a segunda e última etapa de Seu ministério
expiatório. O juízo investigativo revela aos seres celestiais quem
dentre os mortos será digno de ter parte na primeira ressurreição. Também torna
manifesto quem, dentre os vivos, está preparado para a trasladação ao Seu reino
eterno. A terminação do ministério de Cristo assinalará o fim do tempo da graça
para os seres humanos, antes do Segundo advento.”
Note
bem, que o Adventismo crê que Jesus foi empossado Sumo Sacerdote na sua
ascensão ao céu, isto é por volta de 31 d.C. Obviamente, muita coisa não foi
dita aí neste trecho. Precisamos verificar outras fontes para entendermos o que
está nas entrelinhas da seguinte afirmação: ‘Em 1844, no fim do período profético dos
2.300 dias, Ele iniciou a segunda e última etapa de Seu ministério expiatório’.
A
profetisa adventista Ellen White, escreveu a respeito, ‘explicando’ até
parcialmente o texto de Hb 6.19,20;9.12, ao falar da doutrina do juízo
Investigativo do seguinte modo:
“Durante dezoito séculos este ministério continuou no primeiro
compartimento do santuário. O sangue de Cristo, oferecido em favor dos crentes
arrependidos, assegurava-lhes perdão e aceitação perante o Pai; contudo, ainda
permaneciam seus pecados nos livros de registro. Como no serviço típico havia
uma expiação ao fim do ano, semelhantemente antes que se complete a obra de
Cristo para a redenção do homem, há também uma expiação para tirar o pecado do
santuário. Este é o serviço iniciado quando terminarem os 2.300 dias. Naquela
ocasião, conforme predito pelo profeta Daniel, nosso Sumo Sacerdote entrou no
lugar santíssimo para efetuar a última parte de Sua solene obra – purifica o
santuário... em 1844, os
23000 dias, entrou Ele então no
lugar santíssimo do santuário celeste, a fim de levar a efeito a obra
final da expiação, preparatória à Sua vinda.” (O Grande Conflito,
p.420,421).
Em
seu livro Primeiros Escritos,
afirmou: “Esta porta não foi aberta até que a
mediação de Jesus no lugar santo do santuário terminou em 1844. Então Jesus Se levantou e fechou a porta
do lugar santo e abriu a porta que dá para o santíssimo, e passou para
dentro do segundo véu, onde permanece agora junto da arca e onde agora chega a
fé de Israel.”
“
... o tempo profético terminou em
1844, e Jesus entrou no lugar santíssimo para purificar o santuário no
fim dos dias”
“Assim
como o sacerdote entrava no lugar santíssimo uma vez ao ano, para purificar o
santuário terrestre, entrou
Jesus no lugar santíssimo do celestial, no fim dos 2.300 dias de Daniel
8, em 1844, para fazer
uma expiação final por todos os que pudessem ser beneficiados por Sua mediação,
e assim purificar o santuário.” (páginas - 63, 247, 255)
Ou
seja, Jesus era Sumo Sacerdote, mas não entrou no Santíssimo
Celestial antes de 1844 para realizar
essa ‘segunda fazer’ de sua obra.
O
grande problema é que o escritor inspirado da carta aos Hebreus, de forma
clara, argumenta que Jesus entrou no Santíssimo, no Santo dos Santos, ‘no dia’ de sua ascensão. E nada, nada é
argumentado no sentido de que ele esperaria para dar continuidade a um suposto segundo
estágio de sua obra, depois de um tempo de espera. Veja:
A qual temos como âncora da alma,
segura e firme, e que penetra até ao interior do véu, Onde Jesus, nosso
precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de
Melquisedeque.
Mas depois do segundo véu estava o
tabernáculo que se chama o santo dos santos, Que tinha o incensário de
ouro, e a arca da aliança, coberta de ouro toda em redor; em que estava um vaso
de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as
tábuas da aliança; E sobre a arca os querubins da glória, que faziam
sombra no propiciatório; das quais coisas não falaremos agora particularmente.
Ora, estando estas coisas assim preparadas, a todo o tempo entravam os
sacerdotes no primeiro tabernáculo, cumprindo os serviços; Mas, no
segundo, só o sumo sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia por
si mesmo e pelas culpas do povo; Dando nisto a entender o Espírito Santo
que ainda o caminho do santuário não estava descoberto enquanto se conservava
em pé o primeiro tabernáculo, Que é uma alegoria para o tempo presente,
em que se oferecem dons e sacrifícios que, quanto à consciência, não podem
aperfeiçoar aquele que faz o serviço; Consistindo
somente em comidas, e bebidas, e várias abluções e justificações da carne,
impostas até ao tempo da correção. Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote
dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos,
isto é, não desta criação, Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por
seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna
redenção. Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma
novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne,
Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo
imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para
servirdes ao Deus vivo?
De sorte que era bem necessário que
as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias
coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes. Porque Cristo
não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo
céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; Nem também
para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra
no santuário com sangue alheio; De
outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do
mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para
aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. E, como aos homens está
ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, Assim também
Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá
segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.
Hebreus 9:23-28
Tendo, pois, irmãos, ousadia para
entrar no santuário, pelo sangue de Jesus,
Pelo
novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,
Hebreus 10:19-20
Na
argumentação Adventista, esses textos não podem ser aplicados no todo como
aparecem nas traduções. Os eruditos adventistas dizem:
“O
livro de Hebreus revela a existência de um santuário real no Céu. Em Heb. 8:2 a
palavra “santuário” é tradução do grego ta
hagia, forma
plural de lugar santo (coisa). Usos adicionais deste termo no plural podem ser
encontrados, por exemplo, em Heb. 9:8, 12, 24, 25; 10:19; 13:11. Ás varias traduções deixam a impressão de
que Cristo ministra apenas no lugar santíssimo ou no lugar santo, não no
santuário. Isto ocorre porque os tradutores consideram ta
hagia como
plural intensivo, traduzível como singular. Mas o estudo da Septuaginta e de
Josefo mostra que o termo ta hagia se refere invariavelmente a “coisas
sagradas” ou aos “lugares santos” – isto é, ao próprio santuário. E o termo
geral utilizado em referência ao santuário inteiro, com seus lugares santo e
santíssimo. Que o livro de Hebreus utiliza ta
hagia para se
referir ao santuário inteiro, é algo que possui forte apoio exegético na
própria epístola. O primeiro uso de ta hagia em Hebreus, ocorre em 8:2, em aposição a
“verdadeiro tabernáculo”. Uma vez que é claro a partir do verso 5 do mesmo
capítulo, que “tabernáculo” (skene) indica o santuário inteiro, em Hebreus
8:2 ta hagia do
mesmo modo deve designar todo o santuário celestial. Não existe razão para
traduzir o plural ta hagia camo lugar santíssimo em Hebreus.
Na maioria
dos casos, o contexto favorece a tradução de ta
hagia como “o
santuário” (Nisto Cremos, p.427- nota 1).
Isto
é, as referências do autor aos Hebreus não seriam, necessariamente, ‘dentro do
compartimento interno’, ou seja, no Santíssimo Lugar. Desta forma, tais
argumentos servindo à causa de Ellen White, salva a doutrina de que Jesus
entraria ali em 1844, e golpeia na mente de qualquer adventista a leitura
simples e obvia da carta aos Hebreus.
Na
verdade existe uma pressuposição teológica para essa ausência constante da
especificação do uso ‘O santo lugar’, em
Hebreus. Jesus quando morreu a Bíblia diz que o véu rasgou por inteiro.
Portanto, a Bíblia mostra que no céu, após a morte de Cristo, não existe mais
separação de compartimentos: ““o santuário” (não há compartimento separado
no santuário antitípico e celestial), no qual os crentes têm “ousadia para
entrar” pela fé.” (Dicionário Vine, p. 972).
Além
disso, e determinante, o contexto dos versículos citados, está perceptivelmente
indicando a parte mais sagrada do templo, para mostrar que o templo celestial
está aberto a todos, desde quando Jesus entrou ali na presença do Pai, tipificado
pelo Santíssimo.
Obviamente,
o Adventismo prefere Ellen White do que a Bíblia.
E na prática, a conclusão
teológica dessa doutrina exclusiva Adventista, deve levar essa gente enganada e escrava de Ellen White, a olhar
para boa parte do livro aos Hebreus como
tendo utilidade até 22 de outubro de 1844... o que negarão, obviamente.