sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

FALÁCIAS ARGUMENTATIVAS DOS ANTITRINITÁRIOS

Por Bruno dos Santos Queiroz

 A doutrina da Trindade está baseada em três pressupostos bíblicos: (1) Unidade: "Há absolutamente um só Deus e Deus é absolutamente um só" (Deuteronomio 6.4; 1 Timóteo 2.5; Marcos12.32; 2 Samuel 7.22; Romanos3.30; Tiago 3.19). (2) Deidade: o Pai é Deus absoluto, o Filho é Deus absoluto e o Espírito Santo é Deus absoluto (1Coríntios8.6; Filipenses 2.11; Isaías9.6; João1.1; Hebreus1.8; Colossenses2.9; Judas.4; 2Coríntios3.17-18; Romanos8.9) e (3) Distinção: O Pai, o Filho e o Espírito Santo são três pessoas (Subsistências) distintas (João8.17-18; Atos7.55; João 14.26; Mateus12.31-32. Mtateus 3.16,17; Mateus 28.19).1 Apesar da clara base bíblica da fórmula trinitária alguns argumentos têm sido levantados contra ela, os quais pretendo refutar abaixo:

1. ARGUMENTO DO SILÊNCIO:
       Defende que para uma doutrina ser bíblica ela precisa aparecer de maneira explícita nas Escrituras. Assim é comum vermos antitrinitários perguntando: “Onde a palavra ‘trindade’ aparece na Bíblia? ’’, ou ainda “só acredito na Trindade se você me mostrar o verso que diz ‘o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um só’”. Evidentemente, como a Bíblia não é um tratado de Teologia Sistemática, não se deve esperar encontrar nela a palavra Trindade, mas sim seu conceito e textos sobre as quais está embasada.

2: ARGUMENTO DA ADULTERAÇÃO
       Argumenta que se um texto apoia a Trindade, ele foi adulterado. Ainda que não haja argumentos sólidos e consistentes, e até mesmo fortes evidências contrárias, atribuem adulterações a textos como Mateus28.19 e Isaías 9.6. No entanto as credências desses textos estão acima de qualquer contestação séria. Geralmente, os antitrinitários preferem o duvidoso Textus Criticus do que o tradicional Texto Majoritário, comumente cometendo uma falácia cronológica, como se a veracidade de um manuscrito fosse determinada por sua antiguidade2.

3: ARGUMENTO DA POSSIBILIDADE DE TRADUÇÃO
Textos como Tito 2.13 e Romanos 9.6 podem ser traduzidos tanto se referindo a divindade do Filho, quanto do Pai. Na realidade as duas possibilidades de tradução não só não contrariam a Trindade, como a apoiam. É importante ressaltar que uma possibilidade de tradução que ignora o contexto pode levar ao erro, a exemplo de traduções equivocadas de João 1.1 “um deus” e Hebreus 1.6 “prestar homenagem”, quando o contexto favorece mais a tradução “Deus” e “adorar”.

4: EXIBICIONISMO CRONOLÓGICO
       Afirma que a Trindade é falsa porque foi desenvolvida e sistematizada após o término da escrita bíblica. No entanto, embora tenha sido sistematicamente formulada tempo depois do término da escrita bíblica, a Trindade sempre esteve presente nas Escrituras. Desde o início do Cristianismo tinha-se a noção de que o próprio Cristo, enquanto Logos, era Deus absoluto (Jo1.1), em Paulo ele preexiste na forma de Deus (Fp2.6), em hebreus, Ele é o Senhor que no princípio fundou a Terra (Hb1.10). Nas cartas paulinas os Três são vistos como constituindo um só, “Jeová é o Espírito” (2Co3.17), e o Espírito de Deus é o Espírito de Cristo (Rm8.9). A Trindade foi espiritualmente revelada nas Escrituras, mas precisava-se de tempo e distância para chegar-se a uma formulação dos conteúdos revelados. A Trindade está presente espiritualmente, desde os primeiros tempos da Igreja, e seria pura questão de palavras insistir que a Trindade só foi descoberta tempo depois.

5: PARALELISMO INDEVIDO DE PASSAGENS
Deve-se tomar muito cuidado com o método comparativo e o paralelismo textual. Nem sempre uma expressão ou construção textual de uma passagem tem o mesmo sentido da de outra. Não é porquê “deus” se refere a Moisés e juízes num sentido que deverá ter o mesmo sentido para Cristo3. Nem que “espírito” por poder se referir a um aspecto antropológico humano ou a um elemento impessoal, que terá o mesmo sentido ao se referir ao Espírito Santo. Palavras em contextos diferentes tem significados diferentes.

6: INVALIDAÇÃO PRESSUPOSICIONALISTA
       Relembrando, existem três pressupostos básicos na fórmula trinitária: (i) Unidade; (ii) Divindade e (iii) Distinção. A falácia 6 argumenta que uma pressuposição da Trindade invalida a outra. Assim pensa-se que o primeiro pressuposto (unidade), contraria os outros dois. Assim é comum vermos antitrinitários citando textos que falam que “há um só Deus”, no entanto isso não é argumento contra a Trindade, mas sim a favor. Além do mais o pressuposto primeiro não invalida os outros dois, pois estes se referem à hipóstase, e aquele à essência.

7: CONFUSÃO CONCEITUAL
       Alguns confundem a Trindade com o modalismo, e assim querem refutar a Trindade mostrando que o Pai, o Filho e o Espírito Santo não são a mesma pessoa, enquanto é justamente isso que a Trindade ensina. Outros confundem também com tríade, e assim alegam que a Trindade é um politeísmo disfarçado, ou “três deuses” ou ainda com tripartidismo, e assim acham que a Trindade ensina que existem três seres divinos em um só Deus, ou ainda que Jesus é parte de uma Trindade, ou que para a Trindade Deus é uma unidade composta, que Jesus é uma pessoa separada de Jeová, ou mesmo que a Trindade ensina um Deus com divisões e separações.

8: ALEGAÇÃO DE PAGANIZAÇÃO
      Ensina que a Trindade é pagã por usar termos filosóficos ou por haver conceitos semelhantes em culturas pagãs. O erro desse argumento é esquecer-se da Revelação Geral de Deus, da origem comum das culturas e geralmente se baseia numa confusão conceitual dos pressupostos da Trindade ou em um uso equivocado do método histórico-comparativo.

9: ARGUMENTO ANTIFILOSÓFICO
       Afirma que a Trindade é falsa por usar termos filosóficos gregos em sua formulação. Esquecem-se da Revelação Geral de Deus e ignoram que a Trindade é derivada primariamente das Escrituras e não da filosofia. A realidade é que por influência da filosofia grega pagã, argumentos neoplatônicos foram usados para defender tanto a trindade como o unitarismo, nas discussões de Atanásio e Ário, por exemplo. Ário, um antitrinitário fez uso da filosofia platônica da ideia de Monas. Vários elementos da filosofia grega invadiram o Cristianismo, e foram usados tanto para defender doutrinas bíblicas como antibíblicas. Existe uma falsa ideia, entre aqueles que querem 'purificar' o Cristianismo do paganismo, segundo a qual tudo o que possui influência da filosofia grega é heresia. É verdade que não podemos menosprezar a Bíblia (nossa única regra de fé) em favor de filosofias humanas, nem ignorar que muitas heresias têm sua origem no pensamento greco-romano. No entanto, será um equívoco de nossa parte achar que a filosofia grega não trouxe nenhuma contribuição positiva para a epistemologia cristã, embora não como fundamento base para derivar uma doutrina. O próprio apóstolo Paulo não ignorou a literatura grega (At17.28). Segundo Gordon Clark: "Não importa o quanto um estudante principiante gostaria de evitar a filosofia, mais cedo ou mais tarde ele enfrentará essas dificuldades ou resignará a teologia em desespero."4

10: ARGUMENTO ANTICATÓLICO
       Há por parte de alguns, um ódio contra tudo que possa remeter às palavras, “pagã” e “católico”, de modo que qualquer dogma que supostamente tenha alguma ligação com essas palavras são atacadas com todas as forças. Embora seja verdade que a Igreja Romana seja a mãe de muitas heresias, alguns só negam a Trindade por amor ao judaísmo e ódio ao catolicismo, e não por apreço à verdade. É comum vermos pessoas levantando fatos históricos como a inquisição para invalidar a Trindade. Ignoram que quem revelou a doutrina da Trindade foi Deus e não a Igreja Romana.

11: CONFUSÃO ENTRE ECONOMIA E ONTOLOGIA
       Por economicamente o Pai ser maior que o Filho e o Filho maior que o Espírito, acreditam que isso também seja válido ontologicamente. Boa parte das críticas levantadas contra a Trindade erra justamente neste ponto, apresentado a hierarquia funcional como argumento contra a igualdade essencial das Pessoas da Trindade. Esse equívoco se vê por aqueles que insistem em provar que o Pai é maior que o Filho e o Espírito menor que o Filho e que assim a Trindade é invalidada. É comum insistirem, a partir daí, que um sabe mais que o outro, que há diferença de poderes entre Eles, etc.. Tais argumentos acabam por confundir função com essência e por isso conduzem a essas conclusões desastrosas. Uma compreensão clara da hierarquia funcional entre as hipóstases da divindade e da igualdade essencial entre elas eliminaria muito dos argumentos falaciosos levantados contra a Trindade.

1http://brunosunkey.blogspot.com.br/search/label/Trindade
2http://aprendiz.witnesstoday.org/ARTIGO_TEXTUS_RECEPTUS.htm
3http://www.ia-cs.com/2014/07/testemunhas-de-jeova-jesus-e-deus-assim.html

4http://www.monergismo.com/textos/trindade/A_Trindade_Gordon_Clark.pdf

sábado, 12 de dezembro de 2015

IPB: Evangelização Confessional x Pragmatismo das Comunidades – Parte 1

É com profunda dor e decepção escrever essa breve introdução dessa série de postagens, especialmente com alguns que caíram pelos caminhos da dura pressão de resultados. Que acabaram cedendo ao que é a pior ameaça contra a herança litúrgica e reformada histórica, que a Igreja Presbiteriana do Brasil tem sofrido na última década. Creio que isso é pior que a pressão pentecostal sofrida na década de 90. Sem dúvida alguma, a IPB deixa de ser IPB onde uma Comunidade Presbiteriana é plantada. Esse é um câncer, um sistema corrosivo, destruidor para as igrejas presbiterianas.

Para acalmar alguns, a determinação de não usar o nome Comunidade foi desferido pelo Supremo Concílio da IPB. Devo, porém, dizer três coisas: 1. Foi apenas isso, o que de fato não mudou nada na prática. As comunidades continuam com suas mesmas características litúrgicas e eclesiológicas, quando não, humanistas. 2. Algumas demonstram que não estão nem um pouco submissas a essa decisão, continuam com o nome “comunidade”. 3. Muitos pastores de renome no Brasil não querem ‘mexer’ nisso, pois já estão envolvidos com os congressos promovidos pelas Comunidades.

Daqui a mais dez anos, talvez, não existirá mais IPBs em muitos lugares - sociedades internas, cultos solenes, hinos, símbolos de fé, farão parte da história de uma igreja morta, morta por um parasita que se tornou um monstro. A única coisa que se respeita da CI da IPB são as garantias de salários para os pastores. Se até lá o Senhor não voltar, estaremos cheirando o vômito do Senhor Jesus.

Apesar de dizer assim, Ele pode causar uma mudança (Mt 16.16-18).

I. QUAL É O GRANDE PROBLEMA?

As comunidades perderam na prática a compreensão da doutrina bíblica da depravação total (Rm 3.9-18). E passaram a buscar um estilo de igreja que agrade as pessoas. Isso causa um prejuízo incalculável na proclamação do evangelho. A advertência de Paul Washer é sábia:

 “[..] àqueles que estão constantemente buscando formas inovadoras de comunicar o evangelho para um nova plateia [seeker-sencitive], faria bem começar e terminar uma pesquisas nas Escrituras. Os que enviam milhares de questionários perguntando aos não convertidos o que mais desejam em um culto devem perceber que dez mil opiniões de homens carnais não carregam a autoridade de um “i” ou “til” da palavra de Deus. Devemos entender que há um grande abismo de diferenças irreconciliáveis entre o que Deus ordenou nas Escrituras e o que a atual cultura carnal deseja.” (O Poder do Evangelho e Sua Mensagem, p. 20).

Van Til, apesar de focar a questão da lógica, comenta algo bem interessante:

“O Deus do cristianismo é para ele [para o homem caído] logicamente irrelevante para a experiência humana.” (Apologética Cristã, p.138).

Em um resumo bem simples, mas real e verdadeiro, as Comunidades não estão erradas em querer plantar igrejas, mas o tipo de igreja que querem plantar, não é uma que agrada a Deus em primeiro lugar, mas que agrada a cultura e os gostos dos filhos da ira (Ef 2.1,2).

Em certo sentido, enquanto as igreja neopentecostais procuram agradar o misticismo brasileiro, usando elementos abolidos do Antigo Testamento, eles pelo menos estão buscando na Bíblia, com péssima exegese, a formatação de seus métodos, enquanto as Comunidades Presbiterianas estão indo direto à cultura popular caída (Veja AQUI). Ambos os seguimentos são iguais.

II. QUAL É O SEGUNDO GRANDE PROBLEMA?

Não posso deixar de dizer algo de máxima importância. Muitos dos presbiterianos conservadores estão apáticos e não estão envolvidos na evangelização árdua em suas igrejas. Não evangelizar é o mesmo de evangelizar errado. Ser inativo é ser tão reprovável quanto ser pragmático.  Criticar eles por fazerem errados, e não FAZER o certo é também cair em erro. Recentemente, um conhecido reformado em uma palestra sobre evangelização disse:

‘Vou falar de evangelização urbana, mas eu mesmo não evangelizo.’

O nosso doutor, foi ‘sinceramente hipócrita’. Ele não deveria dar a tal palestra nessa igreja. Aqui é onde estamos perdendo espaço para as Comunidades, que apesar de estarem erradas, não estão erradas na disposição.

Bom lembrarmos que não existe uma forma de evangelização, ela deve ser feita sempre e de diversas maneiras. Na pregação no culto solene, na visitação, no discipulado, nas reuniões, nas ruas, isso deve estar impregnado na vida do ministro, dos obreiros, dos líderes locais e de todos os crentes. Joel Beeke mostra que os puritanos eram evangelizadores por excelência, ao estilo da época (Espiritualidade Reformada, cap. 7º). A visitação de Richard Baxter demonstra um pastor evangelista (Manual Pastoral do Discipulado, Editora Cultura Cristã).  O conteúdo, sabemos, nunca foi formatado aos ditames do mundo caído.

A Bíblia adverte que temos essa obrigação e promessa (Mt 28.18-20; I Pe 2.9,10). E temos dois documentos na IPB que deixam em relevo que nossa missão envolve a evangelização, juntamente com outras ações nobres da Igreja:

“Catecismo Maior de Westminster - 159. Como a Palavra de Deus deve ser pregada por aqueles que para isto são chamados? Aqueles que são chamados a trabalhar no ministério da Palavra devem pregar a sã doutrina, diligentemente, em tempo e fora de tempo, claramente, não em palavras persuasivas de humana sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder; fielmente, tornando conhecido todo o conselho de Deus; sabiamente, adaptando-se às necessidades e às capacidades dos ouvintes; zelosamente, com amor fervoroso para com Deus e para com as almas de seu povo; sinceramente, tendo por alvo a glória de Deus e procurando converter, edificar e salvar as almas. Jr 23:28; Lc 12:42; Jo 7:18; At 18:25;20:27;26:16-18; I Tm 4:16; II Tm 2:10,15;4:2,5; I Co 2:4,17;3:2;4:1,2;9:19-22;14:9;II Co 4:2;5:13,14;12:15,19; Cl 1:28; Ef 4:12; I Ts 2:4-7;3:12; Fp 1:15-17; Tt 2:1,7,8; Hb 5:12-14.”

“Constituição da IPB - “Art. 2º. A Igreja Presbiteriana do Brasil tem por fim prestar culto a Deus, em espírito e verdade, pregar o Evangelho, batizar os conversos, seus filhos e menores sob sua guarda e "ensinar os fiéis a guardar a doutrina e prática das Escrituras do Antigo e Novo Testamentos, na sua pureza e integridade, bem como promover a aplicação dos princípios de fraternidade cristã e o crescimento de seus membros na graça e no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo".

“Art. 14. São deveres dos membros da igreja, conforme o ensino e o Espírito de nosso Senhor Jesus Cristo: a) viver de acordo com a doutrina e prática da Escritura Sagrada; b) honrar e propagar o Evangelho pela vida e pela palavra; c) sustentar a igreja e as suas instituições, moral e financeiramente; d) obedecer às autoridades da igreja, enquanto estas permanecerem fiéis às Sagradas Escrituras; e) participar dos trabalhos e reuniões da sua igreja, inclusive assembleias.”

Se é assim que se estabelece a Igreja Presbiteriana do Brasil, me parece que muitos estão se escondendo na crítica ao pragmatismo, o que de fato deve ser feito, mas estão parados. Outros nem na crítica a esse movimento cancerígeno, estão na Torre de Marfim, intocáveis, desde que sua fama e títulos sejam honrados.

O QUE FAZER NA PRÁTICA?


Na próxima postagem a respeito do tema, irei trazer mais informações a respeito da evangelização confessional, querendo Deus.

sábado, 17 de outubro de 2015

O chifre pequeno de Dn 7 é o mesmo de Dn 8? Outro problema adventista...

As seitas que constroem seu império teológico em cima de especulações e interpretações proféticas andam constantemente em areias movediças. O caso adventista é notório. Um teólogo adventista escreveu que a religião adventista tem sua principal sustentação da doutrina de 1844.

“Se a doutrina de 1844 não era bíblica, Ellen White pertencia à mesma classe de Mary Baker Eddy e Joseph Smith.”

“Se o juízo de 1844 não era bíblico, a igreja [adventista] tampouco o era.”

“A lógica me dizia que se a data de 1844 não fosse bíblica, o adventismo não seria nada mais do que uma seita.”

(1844: uma explicação simples das principais profecias de Daniel, pp. 9,10)

Se ele estiver certo, estamos diante de uma religião construída na areia! Por isso, os adventistas precisam defender a fábula de 1844, tal como as Testemunhas de Jeová a fábula de 1914.

Um dos pilares indispensáveis para o adventismo começar sustentar qualquer coisa em relação a 1844, é necessário que a interpretação de Daniel 8 case com Daniel 7, na identificação do chifre pequeno. Consciente disso, os adventistas fazem um exercício hermenêutico para que essa suposição seja possível.

O chifre pequeno de Daniel 8 é Roma. O verdadeiro cumprimento do chifre pequeno de Daniel 8 só pode ser realmente encontrado em Roma pagã (ou império romano) e sua sucessora, a igreja romana; estas são vistas propositalmente – tal como em Daniel 7 – sob seu pior aspecto. As seguintes considerações oferecem apoio a esta conclusão: 1. Baseados no princípio de que as sucessivas visões de Daniel são paralelas e ampliam as visões de Daniel 8 representa, percebemos que em vários sentidos o chifre pequeno de Daniel 8 representa um paralelo e uma ampliação das informações que obtivemos a respeito do chifre pequeno de Daniel 7 e da besta a partir da qual esse chifre cresceu. Em Daniel 2 e 7 Roma vem depois da Grécia; portanto, Roma também deve seguir a Grécia em Daniel 8.”  (Uma Nova Era segundo as Profecias de Daniel, C. Marvyn Maxwell, pp.158,160).*

Para começo de conversa, há um consenso maciço de que a profecia de Daniel 8.14 se cumpriu nos dias de Antíoco Epifânio, no período dos Macabeus, por mais que os adventistas lutem contra a onda dos interpretes. Uma das maiores autoridades em Velho Testamento da atualidade assevera a respeito dessa interpretação:

“Não pode haver qualquer dúvida de que o chifre pequeno no capítulo 8 indique um rei do império grego, a saber, Antíoco Epifânio.” (Gleason L. Archer Jr. Panorama do Antigo Testamento, p. 504. Edições Vida Nova).

Em segundo lugar, perceba que a conclusão de Maxwell é totalmente gratuita – “portanto”, já que seguia lá uma sequencia assim, aqui tem que ser também’, é a conclusão de Maxwell. Qualquer forma de interpretar desta maneira é possível!! Desde que queira...

As visões de Daniel 2 e 7, não esmiuçaram com mais detalhes das sequencias no período do império Grego (como foi o caso do capítulo 8), e isso não deve ser tomado como prova da pressuposição adventista.

Em terceiro lugar, a conclusão é forçada, diante do número de Reinos e figuras abrangidas em cada visão. Na visão do Capítulo 2, a estátua está em quatro divisões principais (ouro, prata, bronze e ferro com barro) Na visão do capítulo 7, também há quatro divisões principais, mas não com as mesmas figuras (leão, urso, leopardo e um monstro, um animal não identificado).

Já na visão do capítulo 8, há apenas duas divisões principais – um carneiro e um bode. Nos capítulos 2 e 7, o ultimo reino recebe atenção em divisões subsequentes. No capítulo 8, também o último também possui subdivisões. Mas é outro reino, não Roma, mas sim a Grécia.
O aclamado pregador brasileiro, Hernandes Dias Lopes, adverte bem a respeito dos dois chifres:

O pequeno chifre do capítulo 8 não deve ser confundido com o pequeno chifre do capítulo 7.8. A origem do 7.8 é o quarto império (império romano). A origem do 8.9 é o bode, o terceiro reino: o império grego.”

‘Portanto, a confusão é facilmente identificada e eliminada: o chifre de Daniel 7.8 é um dos dez chifres que o quarto animal tem da visão deste capítulo, enquanto o chifre de Daniel 8.9 sai de outro chifre, que está em um dos quatro ventos cardeis, de outro reino, de um dos quatro reis que dividiriam o Império Grego. Cronologicamente, o chifre de Daniel 8.9 sai do terceiro animal, o Leopardo com asas e quatro cabeças, da visão de Daniel 7.6. O chifre de Daniel 7 sai do Império Romano. Na visão de Daniel 8, o Império Grego é um Bode e não um Leopardo, como o é na visão de Daniel 7.’


*No meu livro A Conspiração Adventista apresento respostas aos questionamentos de Maxwell contra a interpretação tradicional de Antíoco Epifânio. 

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

"Posso ouvir músicas de cantores Adventistas?" - AUGUSTUS NICODEMUS

Temos aqui um breve esclarecimento vindo de uma das maiores autoridades teológicas do Brasil.

Que a advertência  possa servir para as igrejas evangélicas e protestantes, tomando cuidado com o principio de associação. Os adventistas estão usando as músicas para abir as portas das igrejas para seu proselitismo.





quarta-feira, 9 de setembro de 2015

O deus Mórmon e o deus Adventista

Um apologista adventista no facebook, escreveu dizendo que eu creio em “um deus amorfo”, ‘o deus fantasma da Confissão de Fé de Westminster’. Um adventista chegou me ‘dizer’ que Ellen White acertou em cheio, e o papa vai unir todas as igrejas pelo decreto dominical e pela trindade filosófica! Já outro apologista adventista, insiste em dizer que essa minha propaganda é enganosa, visto que os adventistas creem na mesma trindade cristã do protestantismo.

Já está provado que o Adventismo não crê na Trindade Cristã. Na justificativa dada aos pioneiros semi-arianos, na dependência das visões de Ellen White, produziram outra crença, distante das cuidadosas definições clássicas e bíblicas dos credos. Aqui no blog e no meu livro A Conspiração Adventista, temos apresentamos provas substanciais a respeito desse desvio.

Pois bem, nesta postagem quero mostrar mais alguns detalhes a respeito da crença mórmon e da crença adventista. Já fiz isso em outra postagem, mas com outra base. Observe bem essa informação a respeito dos pioneiros adventistas:

“Os pioneiros apresentavam basicamente duas razões para rejeitar essa doutrina. A primeira é o fato de que muitos credos protestantes definem a Trindade como uma essência “sem corpo ou partes”. Em outras palavras, Deus não era entendido como um ser pessoal, mas abstrato e fantasmagórico. Essa compreensão sobre a Trindade “espiritualiza a existência do Pai e do Filho como duas pessoas distintas, literais e tangíveis”. Os pioneiros argumentavam que esse conceito contradiz a Bíblia, pois ela apresenta Deus como um ser pessoal “tangível”, que “possui corpo e partes”. (http://setimodia.wordpress.com/2011/11/03/os-pioneiros-adventistas-e-a-trindade/  )

Agora observe essa afirmação de um profeta mórmon, Brigham Young, contemporâneo dos pioneiros adventistas:

“Não podemos crer, por um momento sequer, que Deus não possua um corpo, partes, paixões ou atributos.” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja, p.29).

Continuando nos mesmos artigos citados, perceba agora a caricatura que tinham (e pelo incrível que pareça, até hoje alguns eruditos adventistas ainda erram  quando falam) da doutrina da Trindade:

A segunda razão é uma consequência lógica da primeira: os credos não distinguem claramente as pessoas da Divindade. Na linguagem teológica tradicional, a palavra pessoa não tem o sentido atual de individualidade, mas indica uma “face” ou “manifestação”. Portanto, de acordo com essa compreensão da Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo não são três pessoas distintas, mas três manifestações ou revelações da essência divina. “Trinitarianismo” era definido como a “doutrina de que o Pai, o Filho e o Espírito são unidos em uma e a mesma pessoa”. Os adventistas criam na “personalidade distinta do Pai e do Filho, rejeitando como absurdo o trinitarianismo, que insiste que Deus, Cristo e o Espírito Santo são três pessoas e, mesmo assim, uma só pessoa”

Agora veja o mesmo profeta mórmon:

“o Pai e o Filho não são uma só pessoa.” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja, Brigham Young, p.29).

A caricatura da doutrina da trindade, bem comum nos detratores dessa doutrina, acabou sendo combustível para produzirem heresias a respeito dessa doutrina. Claro, que os desdobramentos da rejeição dos credos, foram diferentes em ambos os casos. Mas o diabo iniciou a confusão. Abandonaram a fé cristã a respeito da Trindade (Jd 3,4).



sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Rev. Leandro Lima - A Lei, o Sábado e o Domingo

No vídeo abaixo, o reverendo Leandro Lima, apresenta as noções reformadas a respeito da Lei. 
E a partir dos 26 minutos, trata da questão da substituição do sábado, pelo Dia do Senhor, o domingo (Ap 1.10). 



quarta-feira, 12 de agosto de 2015

O Desafio de Azenilto – Como criticar as Testemunhas de Jeová e justificar a Igreja Adventista? – Parte 4, A.

No segundo capítulo do livro “O Desafio da Torre”, temos um golpe frontal a uma pretensão do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová. A reivindicação de serem eles, um ‘único canal de comunicação de Deus’. Esse canal, porém, não é no sentido que lemos no campo teológico. De que a Igreja é o povo de Deus, que ele usa para comunicar Sua vontade aos homens. A maneira que o ensino TJ assevera, é exclusivista e misticamente denominacional. Azenilto demonstra isso em algumas citações das publicações da Torre de Vigia. E depois, apresenta uma lista definitivamente destruidora para essa afirmativa auto exclusiva da liderança TJ. O autor adventista de O Desafio da Torre das páginas 29 a 35 nos brinda com uma lista de cinquenta (isto mesmo que você leu) cinquenta [50], previsões e mudanças proféticas no esquema de interpretações da Torre de Vigia, que faz com que apresentação como a seguinte, torne-se quase que uma anedota, se não fosse trágico:

“Jeová não permite que sua organização [a Torre de Vigia e seus súditos] vá em qualquer direção que esteja inclinada a ir.” (Organizados, p. 9).

Acabou indo dezenas de vezes...

Depois da lista, Azenilto concluí corretamente:

Apesar disso tudo, a Sociedade Torre de Vigia e Tratados reivindica ser uma entidade teocrática, ou seja – diretamente dirigida por Deus, representados o “carro antítipico de Jeová” (Ezequiel 1), o servos ao qual o Senhor confiou os Seus bens (Mateus 24.45-47), o Israel espiritual, o exclusivo canal para a transmissão da verdade divina, etc. Seus livros são referidos como instrumentos de advertência de desmascaramentos dos erros e hipocrisia da cristandade...” (O Desafio da Torre de Vigia, p. 36[grifo meu]).

Quais justificativas as Testemunhas de Jeová ‘recebem’ do Corpo Governante a respeito desses fracassos?


1. Que eles não são inspirados e podem cometer erros: “As Testemunhas de Jeová não professam ser profetas inspirados. Cometeram erros.” (Raciocínios, p. 162)
2. Que a luz da verdade brilha mais e mais: “A Bíblia mostra que Jeová habilita Seus servos a entender Seu propósito de maneira progressiva (Pv 4:18; João 16:12).” (Raciocínios, p. 390).
3. Os servos de Deus na Bíblia também cometeram erros de interpretação: “Como no caso dos apóstolos de Jesus Cristo, tiveram às vezes expectativas erradas. – Luc 19:11; Atos 1:6.” (Raciocínios, p. 162).

Agora, vamos aos fatos adventistas em comparação ao que foi dito no livro de Azenilto Brito...

A história nos revela que um americano, Guilherme Miller [e seus amigos], calculou a volta de Cristo para março de 1843. Depois, para março de 1844, depois para outubro de 1844. Todos, obviamente, fracassados. Tanto, que os apologistas adventistas, acusam (querendo justificar a IASD) Miller e seus companheiros disso:

Ellen White, assim como os demais adventistas, nunca marcaram datas para a volta de Jesus. Quem se aventurou nisso foram os mileritas (seguidores de Guilherme Miller), observadores do domingo e que pertenciam a várias denominações evangélicas da época: Batista da Comunhão Restrita, Batista da Comunhão Livre, Batista Calvinista, Batista Arminiana, Metodista Episcopal, Metodista Evangélica, Metodista Wesleyana, Metodista Primitiva, Congregacional, Luterana, Presbiteriana, Protestante Episcopal, Reformada Alemã, etc. Poderíamos dizer que esses sim eram “profissionais” na “arte” de marcar datas. Não negamos nossa origem milerita, mas jamais iremos aceitar que como movimento organizado os Adventistas do Sétimo Dia marcaram datas para a o retorno glorioso do Salvador.” (http://novotempo.com/namiradaverdade/ellen-g-white-%E2%80%93-a-profetisa-que-nao-falhou-parte-3/)

Porém, o que pensava Ellen White, a profetisa inspirada (de Leandro Quadros, o autor das palavras acima, bem como de Azenilto Brito), a respeito do movimento do advento e do próprio G. Miller? Veja alguns exemplos:

[...] multidões se convenceram da exatidão dos princípios de interpretação profética adotados por Miller e seus companheiros, e maravilhoso impulso foi dado ao movimento do advento.” (Grande Conflito, p. 335).

“Os que se ocupam de proclamar a terceira mensagem angélica pesquisam as Escrituras seguindo o mesmo plano que o pai Miller adotava.” (Reviewand Herald, 25/11/1884. Citado em Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, p. 111.).

Reproduzo aqui, uma parte do meu livro A Conspiração Adventista, páginas 52 a 55:

“Ellen White disse que Miller “[...] deixou de lado as opiniões preconcebidas, dispensou comentários e usou apenas as concordâncias das referências bíblicas”78. [...] Além disso, Ellen White diz que “anjos estavam guiando a compreensão de Miller”79. Observe que foi o entendimento de Miller que estava sendo orientado por anjos. Ellen White reveste Guilherme Miller de autoridade profética dizendo: “Assim como Eliseu foi chamado [...] também Guilherme Miller foi chamado para deixar o arado e desvendar ao povo os mistérios do reino de Deus”80. A comparação é presunçosa, dificilmente Miller teria tal concepção de si mesmo, mas o que revelou a sequência dos fatos faz com que essa declaração de Ellen White seja vazia e indigna de credibilidade. Um pouco de leitura da história (bíblica) de Eliseu e a de Guilherme Miller os afasta de qualquer comparação, a não ser que a profetisa queira conceder autoridade divina ao idealizador de sua principal doutrina. Depois ela afirma que “em quase todos os lugares que Miller pregava resultava em avivamento”81. Ellen White, nesse trecho, afirma que Miller também era um avivalista! Um acontecimento natural foi combustível para que a mensagem de Miller sobre 1844 fosse aceita. Uma chuva de meteoros em proporções alarmantes foi vista nos EUA, então de forma alvoroçada, associaram aquele evento com Mateus 24:29 e Apocalipse 6:13. Ellen White afirmou: “[...] apareceu o último dos sinais que foram prometidos pelo Salvador como indícios de Seu segundo advento” 82 Às vezes alguns acontecimentos têm chamado a atenção de cristãos para a proximidade da vinda do Senhor Jesus. Isso aconteceu com o tsunami e, atualmente, com o aquecimento global (compare com Lucas 21:25). Mas a insistência inadequada com certos acontecimentos, com o intuito de promover a autenticação de um movimento religioso, leva a erros que dificilmente são abandonados, pois parece mais importante a autenticação do grupo do que aceitar que houve algum erro, e corrigi-lo de acordo com a verdade83. Se o acontecimento fosse o real cumprimento de Mateus 24:29, a vinda de Cristo se daria logo em seguida, pois a passagem diz assim: “...as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados. (30) Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do homem...”. O termo ‘então’, no original grego é um “[...] advérbio demonstrativo de tempo, denota ‘nesse ou naquele momento’[...]”84, portanto, a interpretação de Ellen White é órfã, também, de apoio linguístico. Obviamente, a natureza escatológica do grupo pode dizer muito mais coisas para o ‘então’ (caso seja preterista, futurista, idealista ou historicista). Mas, o movimento Adventista, nos dias de Miller, esperava a vinda literal de Cristo em 1844. Não há como usar um processo de magnitude profética, de longa extensão, para creditar desculpas ao pensamento de Ellen White, sendo que ela aplicou tais textos bíblicos a esse acontecimento. Ellen White, nesse trecho, afirma que Miller também era um avivalista!” [Notas: 79. O Grande Conflito, p.320. 80. Ibidem, p.330. 81. Ibidem, p.331. 82. Ibidem, p.332. 83. Antony Hoekema. A Bíblia e o Futuro, p.177,178. Editora Cultura Cristã. 84. W. E. Vine. Dicionário Vine, p. 596.]

Se a proposta do autor de O Desafio da Torre de Vigia é questionar as reivindicações proféticas do Corpo Governante, baseado no que revelaram os fatos a respeito das previsões deles, o que dizer a respeito de Miller e seus cálculos, tendo em vista as opiniões divergentes acima? Ele foi ou não usado por Deus para anunciar a vinda literal de Cristo em 22 de outubro de 1844, e em outras datas? Se os fatos colocam em xeque as pretensões proféticas da Liderança TJ, não temos também as mesmas provas para considerar a opinião de Ellen White a respeito de Miller uma fantasia de uma mente sonhadora?

Deixo os leitores fazerem o julgamento usando os princípios que nosso cavaleiro Azenilto Brito escreveu...

Outra objeção interessante em O Desafio da Torre de Vigia é o argumento do autor na página 36 a respeito da justificativa da Torre baseada em Provérbios 4.18. Ele escreveu:

Basta ler o contexto de Prov. 4:18 para perceber que o assunto não é progresso de conhecimento e aprimoramento doutrinário de entidades religiosas, mas o despertar do indivíduo para a vida adulta [...]” (O Desafio da Torre, p.36 [grifo meu]).

Curiosamente, o famoso e polêmico livro adventista, Questões Sobre Doutrina, cita o texto de Provérbios 4.18 na percepção jeovista, e não de Azenilto Brito, veja:

Os adventistas do sétimo dia crêem que o conhecimento humano da verdade divina é progressivo: “A vereda aos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” (Pv 4.18). Certamente devíamos saber mais sobre a vontade e o propósito de Deus do que os justos de épocas passadas, e no futuro devemos, justificadamente, esperar maior desdobramento da verdade bíblica.” (p. 34[grifo meu]).

Pelo jeito, os autores de Questões não leram o contexto de Pv 4.18, segundo Brito, e incluiu os “adventistas do sétimo dia” como a “entidade religiosa” que muda posições doutrinárias. Para rejeitar categoricamente a posição da Torre de Vigia, Azenilto Brito não vê nenhuma possibilidade de Pv 4.18 ter alguma implicação no progresso do conhecimento da verdade por parte de grupos religiosos – excluindo assim os autores de Questões... mas que escritor tem mais autoridade e representação na IASD - Azenilto Brito ou os escritores de Questões Sobre Doutrina?

Pode ser que as Testemunhas de Jeová tenham mais apoio em sua interpretação de Pv 4.18 entre os Adventistas do que o próprio Azenilto Brito!!!

Na próxima postagem ainda continuarei no desenvolvimento dessa parte 4, pois trataremos de erros de Ellen White e das explicações dadas, e se coadunam com o que as Testemunhas de Jeová pensam, ou se o autor de O Desafio da Torre está também comprometido.


Deus nos fortaleça na verdade (Jo 8.32).

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

O Desafio de Azenilto – Como criticar as Testemunhas de Jeová e justificar a Igreja Adventista? – Parte 3

O autor do livro, O Desafio da Torre de Vigia, introduz na página 22 de seu livro o nascimento do “Russelismo”. Informa que o anteriormente protestante (presbiteriano e depois congregacional) Charles Russel, ouviu a pregação de um antigo milerita, não unido à Igreja Adventista do Sétimo Dia, pregar o retorno de Cristo novamente para outra data, 1874. Como aconteceu com a data de 1844, o Azenilto Brito afirma que eles “viram-se a braços com o novo desapontamento.” (P. 23).

Ocorreu depois disso, como consta a história relatada no livro em mira, que uma influência posterior de Nelson Barbour, que Cristo estaria presente desde 1874 invisivelmente. Valeu-se da tradução do termo grego “parousia”, conforme aparecia numa tradução de Benjamim Wilson. O sr. Azenilto então introduz uma afirmativa curiosamente comprometedora:

“Essa interpretação inédita no seio da cristandade foi pronto e aceita pelo Sr. Russel.” (p. 23).

E podemos perguntar, após o desapontamento de 1844: não foi também, a desculpa de uma entronização de cristo no santíssimo celestial a solução? E uma solução aceita de pronto, solução essa com uma interpretação inédita no seio do cristianismo? Sendo essa doutrina, única e exclusivamente da IASD?!

Outra coisa, diferentemente de Russel e Barbour, a reformatação deles não foi baseada em visões místicas, como foi o caso do Adventismo. O mesmo autor de Desafio da Torre de Vigia, foi tradutor do livro A História do Adventismo, que diz:

“O. R. L. Croiser evidentemente, a que visitassem alguns de seus vizinhos mileritas aos quais haviam ajudado a ganhar para Cristo, a fim de encorajá-los com sua nova confiança. Talvez para ganhar tempo eles tomaram um atalho em meio a um milharal ajuntado em grandes molhos. Enquanto atravessava o milharal, Edson nos conta: “Detive-me em meio ao campo. O céu parecia abrir-se-me à vista e vi distinta e claramente que em lugar de nosso Sumo Sacerdote sair do lugar Santíssimo do santuário celestial para vir à Terra [em 22 de outubro], ... Ele pela primeira vez entrava nesse dia no segundo compartimento desse santuário; e que Ele tinha uma obra para realizar no Santíssimo antes de vir à Terra... Num sentido muito especial a Igreja Adventista do Sétimo Dia nasceu naquele momento, naquele milharal, quando aquele fazendeiro contemplava a Cristo.” (A História do Adventismo, p. 49,50).

Depois, a profetisa Adventista, Ellen White também faz a mesma visão, ou segundo ela, recebe a uma visão, semelhante. A visão está no mesmo livro citado acima.

Portanto, nesse ponto, o Desafio de Azenilto foi vencido. Tratar a história daquele tema (1874 e Russel) com dois pesos e duas medidas. No caso TJ, acertadamente indica ele, foi uma farsa, por isso acabou em desapontamento a falsa profecia, e com posterior ‘remanejamento’... mas, no caso adventista, a orientação divina para a falsa profecia!!! Dois pesos e duas medidas...

Na página 24 me deparei com outra ‘indireta’ incongruente. O autor diz que não é verdade que as Testemunhas de Jeová não se dividiram. Algo que parece se ouvir entre os seguidores da Torre de Vigia. E nesse ponto, ele parece até mostrar que pessoas ‘dissidentes’ da Torre estão mostrando seus erros. ‘Não dá para entender’ qual o objetivo dessa informação. Se quando vemos o autor falando nas redes sociais, com críticos do adventismo, ele classifica com desdém os “dissidentes adventistas”?! Pode-se então divulgar o que D. Anderson, W. Rea, D. Ford, e tantos outros colocaram? Simplesmente a informação foi apenas para causar embaraço para os seguidores da Torre de Vigia, mas as implicações não são também pesadas pelo autor, olhando a sua denominação. Enquanto os de lá devem olhar a Torre de Vigia como a “única organização de Jeová”, qualquer opositor está contra o dono dessa organização... os adventistas devem olhar para a sua como a “igreja remanescente”, qualquer opositor, deve ser visto como se opondo contra Deus...

O retrovisor de Azenilto e a Dilma... [?!]

Nos dias das eleições presidenciais (2014), em um debate entre os candidatos Aécio Neves e a Dilma, ele disse que Dilma ficava “olhando para o retrovisor” em suas críticas. Em pouco tempo, Azenilto me disse que ‘eu era igual ela, e ficava olhando para o retrovisor, e lembrando do passado da IASD, quando ela ainda não estava muito decidida em torno da Trindade.’ Embora ele jamais interagiu com minhas informações sobre a crença do adventismo hoje a respeito da trindade, eu duvido que ele se lembrou do que escreveu no livro, O Desafio da Torre de Vigia, quando me disse aquilo. Perceba:

“Um estudo cabal das doutrinas das “testemunhas” requer que seja empreendido numa perspectiva histórica, analisando-se as origens de seus ensinos e as razões por que se fixaram. Obs: A ideia do Advento secreto, por exemplo, surgiu como explicação sucedânea ao desapontamento de Russel e seus associados em 1874. Para sustentar tal ponto de vista teve de contornar uma série de problemas na interpretação de várias passagens bíblicas: a ressurreição corporal de cristo teve de ser negada, o episódio da ressurreição dos justos foi reinterpretado segundo o ponto de vista do Advento secreto, etc.” (p.25).

Além de olhar para o retrovisor, ele não atinou, que tudo o que disse acima a respeito de 1874, aplica-se perfeitamente ao que a história nos conta a respeito de 1844 entre os adventistas.

1.      Foi uma explicação reajustando o desapontamento da data de 1844.
2.      Tiveram que fazer da ascensão de Cristo um ‘ministério bifásico’, com várias complicações bíblicas especialmente com a carta de Hebreus.

E o retrovisor não parou!!! Na página 26 ele se propõe fazer, mais adiante no livro, um estudo detalhado do livro O Mistério Consumado de 1917. Perceba que esse livro as Testemunhas não usavam em 1992 [data do livro de Azenilto], na verdade desde os dias que 1914 entrou em cena, no valor doutrinário da seita, por volta dos anos 30. Substituído nesta década pelo livro Luz, depois na década de 60 pelos livros Caiu Babilônia – O Reino de Deus já domina e Cumprir-se-á, então, o Mistério de Deus. E por fim, em 1988 pelo livro Revelação – Seu Grandioso Clímax está Próximo! (Testemunhas de Jeová - Proclamadores do Reino de Deus, p. 148).Todos esses, demarcando as interpretações do livro de Apocalipse da liderança dominante na época, e sendo propagado como “nova luz de Jeová” .

Mesmo assim, o cavaleiro do Desafio da Torre, olha para o retrovisor! E ainda admite:

“Um convite para recapitular a história da organização para comprovar ser um “profeta” de Deus, com base em O Mistério Consumado é surpreendente. Dito livro continha vários ensinos e interpretações proféticas hoje rejeitados por esse mesmo grupo, de supostos profetas que outrora difundia.” (p. 26).

Agora entendo por que o sr Azenilto, jamais topou fazer uma avaliação da doutrina da “Igreja Remanescente” com a história da doutrina de Deus/Trindade, entre eles! Entendo, pois o argumento é válido e, pelo que parece, destrutivo.

O capítulo primeiro do livro O Desafio da Torre de Vigia, termina com questionamentos tendo por base as várias mudanças doutrinárias que a seita da Torre de Vigia produziu na história. Azenilto Brito, questiona a credibilidade das mudanças, tendo a chancela propagada pela seita como sendo o povo de Deus e ‘profeta de Deus’.

Sabe-se que, mesmo após a organização da IASD ela continuou tendo mudanças. Ellen White mesmo foi responsável por algumas delas, porém bem cedo na história adventista, que cabe-se até a compreensão. Olhando, no entanto, para a doutrina de Deus, a natureza de divina de Cristo, sua natureza humana santa, percebemos que as mudanças ocorreram, muito tempo depois. Até mesmo a doutrina da trindade e da divindade, precisou de pressões para ser modificada, talvez mais fortemente após a morte do filho de Ellen White, Guilherme White. As Testemunhas de Jeová, pelo que se sabe, mantém as mesmas doutrinas a respeito do falso de Deus que defendem desde os seus primórdios.

Para o momento, apenas duas provas documentadas em fontes adventistas atestam isso:


“Essa década [1940], por exemplo, testemunhou esforços da parte de alguns de “purificar” e fortalecer as publicações adventistas. Três áreas ilustram essa tendência. A primeira diz respeito à Trindade. Como já observamos em capítulos anteriores, os pioneiros adventistas, eram em termos gerais, atitrinitarianos e semi-arianos.” (Em Busca de Identidade, p. 157).



“O judaísmo, o islamismo, as testemunhas de Jeová e o adventismo não-trinitariano inicial sempre tenderam a ressentir-se da falta de uma clara doutrina de justificação pela graça baseada nos mistérios da justiça divina. Foi apenas quando o adventismo começou a emergir de sua compreensão não-trinitariana da divindade de Cristo que passou a encontrar clareza na justificação somente pela graça mediante a fé. Parece que constituir uma lei de história sagrada que, a menos que os crentes adquiram uma compreensão mais profunda da plena divindade de Cristo, a salvação somente pela graça através da fé não consegue desempenhar-se muito bem.” (A Trindade, p. 284).