sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Igreja Babilônica do Sétimo Dia de Ellen White – e suas mudanças

Azenilto Brito, escreveu um livro sobre as Testemunhas de Jeová, onde apresenta duras críticas a essa religião. E sabemos que uma das formas da religião Torre de Vigia escapar dessas críticas é apresentando uma justificativa de “nova luz” que Jeová envia de tempo em tempo ao Corpo Governante, o atual Escravo Fiel e Discreto:

“A Bíblia mostra que Jeová habilita Seus servos a entender Seu propósito de maneira progressiva (Pro. 4.18; João 16.12)” (Raciocínios, p 390).

Azenilto, ironicamente, chama essas mudanças de ‘pisca-pisca’. E explica um dos textos usados para endossar tais mudanças da seguinte maneira:

“Basta ler o contexto de Prov. 4:18 para perceber que o assunto não é progresso de conhecimento e aprimoramento doutrinário de entidades religiosas, mas o despertar do indivíduo para a vida adulta [...]” (O Desafio da Torre, p.36[grifo meu]).

Curiosamente o famoso e polêmico livro adventista, Questões Sobre Doutrina, cita o texto de Provérbios 4.18 na percepção jeovista, e não de Azenilto Brito, veja:

Os adventistas do sétimo dia crêem que o conhecimento humano da verdade divina é progressivo: “A vereda aos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” (Pv 4.18). Certamente devíamos saber mais sobre a vontade e o propósito de Deus do que os justos de épocas passadas, e no futuro devemos, justificadamente, esperar maior desdobramento da verdade bíblica.” (p. 34[grifo meu]).

Pelo jeito, os autores de Questões não leram o contexto de Pv 4.18, segundo Brito, e incluiu os “adventistas do sétimo dia” como a “entidade religiosa” que muda posições doutrinárias. Para rejeitar categoricamente a posição da Torre de Vigia, Azenilto Brito não vê nenhuma possibilidadede Pv 4.18 ter alguma implicação no progresso do conhecimento da verdade por parte de grupos religiosos – excluindo assim os autores de Questões... mas que escritor tem mais autoridade e representação na IASD - Azenilto Brito ou os escritores de Questões Sobre Doutrina???

Os adventistas já mudaram suas crenças, para se acomodarem aos postulados protestantes, ao máximo que podiam.E isso não é eu que estou dizendo, é um dos historiadores acadêmicos da IASD, George R. Knight:

“[...] devemos observar que durante o período que vai de 1919 a 1950 houve também tentativas de tornar o adventismo mais cristão, especialmente durante a década de 1940.” (Em Busca de Identidade, p. 157[grifo meu]).

Vamos para um exemplo registrado no Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia:

“Diferentemente da maioria dos primeiros adventistas, em tempos recentes, muitos têm adotado a ideia de que, ao assumir a natureza humana decaída, Cristo não tinha nenhuma propensão para ou inclinação pecaminosa.” (p. 224[grifo meu]).

Brito, diz que uma verdade dada por Deus não pode contrariar outra verdade dada por Ele mesmo (p.36), quando acusa a confusão da Torre de Vigia. Pois bem, mas as “verdades” defendidas pelos pioneiros adventistas eram as verdades da fé cristã, que posteriormente acabaram adotando. Como é o caso da natureza sem pecado de Jesus Cristo.

Bom ressaltar ainda, que para essa seita, assim como para a Torre de Vigia – Jesus podia pecar:

“[...] é apropriado ressaltar que Jesus, como ser humano podia ter pecado, mas não o fez.” (Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, p.185 [grifo meu]).

“A tentação de Jesus faria sentido apenas se ele fosse, não Deus, mas uma pessoa à parte que tivesse o seu próprio livre-arbítrio, alguém que pudesse ser desleal se assim o desejasse, como no caso de um anjo ou de um homem.” (Deve-se Crer na Trindade, p.14 [grifo meu]).

Esse é um erro teológico, embora eu deva destacar que nem uma das duas seitas, ou cristãos que assim pesam, chegam ao absurdo de concluir que Jesus tinha pecado, pelo menos em sua natureza, como fez o vários pioneiros adventistas – ‘os restauradores da verdade’.

O que dizer então da doutrina da Trindade?* Bem, é verdade que muitos adventistas acham que creem na trindade cristã, mas não é esse o fato.

“Existem, porém, razões mais complexas para rejeitar a doutrina clássica da Trindade.” (Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, p. 168 [grifo meu])

Porém, mesmo com a suposta trindade whiteana (- produzida por articulações dos Teólogos Adventistas Raoul Dederen em 1970, e Fernando Canale em 1983, juntamente por alguns que tentaram justificar os pioneiros adventistas) ainda assim existe uma forte aproximação com a Trindade clássica. E mesmo essa nova trindade whiteana, seria rejeitada pelos que receberam a “luz” no início da igreja remanescente=IASD:

“A maioria dos fundadores do adventismo do sétimo dia não poderia unir-se à igreja hoje se tivesse de concordar com as “27 Crenças Fundamentais” da denominação [...] Para ser mais específico, eles não poderiam aceitar a crença número 2, que trata da doutrina da trindade [...] Semelhantemente, a maioria dos fundadores do adventismo do sétimo dia teria dificuldade em aceitar e crença fundamental número 4, que afirma a eternidade e a divindade de Jesus [...] A maioria dos líderes adventistas também não endossaria a crença fundamental número 5, que trata da personalidade do Espírito Santo.” (Em Busca de Identidade, p. 16,17).

“Conforme foi dito no início do livro, a esmagadora maioria dos primeiros líderes adventistas não conseguiria concordar com pelo menos três seções da declaração denominacional de crenças de 1980. Essas seções tratam da Trindade, da plena divindade de Jesus e da personalidade do Espírito Santo.”

Fonte: Em Busca de Identidade, pp. 16,17,112

Veja também a respeito do entendimento do Juízo Investigativo. O Tratado de Teologia ASD diz:
“[...] a partir de uma postura inicial que via na morte de Cristo na cruz um sacrifício que supremo, mas restringia a palavra “expiação” apenas a Seu ministério celestial, os ASD ampliaram gradualmente sua compreensão da expiação para incluir nela tanto a cruz como o ministério celestial de Cristo.” (p. 224 [grifo meu])
Porém, a profetisa adventista asseverou:

“Os pontos principais da nossa fé, tal como temos hoje, foram firmemente estabelecidos. Ponto por ponto foi claramente definido e toda a irmandade veio em harmonia. A inteira congregação de crentes está estabelecida na verdade. Há aqueles que vieram com estranhas doutrinas, mas nós não tememos encontrá-los. Nossa experiência foi maravilhosa e estabelecida pela revelação do Espírito Santo.” (http://www.arquivoxiasd.com/mudanca.htm (Ellen White - MSS. 1903)).

A Crença Fundamental 13 diz:

“13. O Remanescente e Sua Missão - A Igreja universal se compõe de todos os que verdadeiramente crêem em Cristo; mas, nos últimos dias, um tempo de ampla apostasia, um remanescente tem sido chamado para fora[...]”

Desde o princípio, imediatamente após o desapontamento de 1844 [...], os adventistas do sétimo dia (o nome só foi adotado anos depois) têm sustentado que as três mensagens angélicas de Apocalipse 14:6-12, junto com a proclamação de Apocalipse 18:1-4, constituem a última mensagem divina de graça antes da volta de Cristo em poder e glória. Creem que seu movimento seja o único a apresentar as condições especificadas nesses versos e em Apocalipse 12:17.” (Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, p. 639 [grifo meu])

Portanto, o Adventismo precisa resolver quando é que surgiu a verdade - Se foi em 22 de outubro de 1844; ou no outro dia com a visão de Hiran Edson; em 1863 na organização; quando deixaram de serem legalistas e aceitaram a doutrina protestante da justificação (o que Ellen White defendeu); quando a Papisa morreu em 1915 e finalizou seus escritos inspirados; em 1931 com a declaração de fé não oficial mais trinitariana; ou em 1946 com a aprovação dessa declaração; no lançamento de Questões Sobre Doutrina quando mudaram a crença da natureza de Cristo sem pecado, ou em 1980 onde os teólogos adventistas tentaram se aproximar mais da fé protestante... ou temos que esperar mais a igreja remanescente ‘sair de Babilônia’... ou entrar nela...???

Essa Igreja Babilônica do Sétimo Dia de Ellen White, que presunçosamente se exibe como a única igreja visível verdadeira[embora reconheçam que os ignorantes à sua mensagem serão salvos, com exceção do tempo final, quando o sábado será o selo da salvação, e o domingo a marca da besta], não é Cristã em um sentido Ortodoxo nem Histórico, nem protestante e nem evangélica. Ela é uma religião de Ellen White e dos promotores da mesma, com prostituições espirituais e muita confusão.

É certo que, se desde o início, o grupo de fanáticos decepcionados se arrependesse, e voltasse para a Igreja de Cristo, defendendo as doutrinas básicas da fé, Deus teria dado bom termo a tais pessoas. Mas eles amaram mais a mentira do que verdade, receberam o espírito do erro predito na Palavra –II Ts 2.10,11. O que resultou? Uma falsa igreja...


*Para mais informações veja meu livro A Conspiração Adventista, 6º capítulo.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O “Neo Trinitarianismo Triteísta Adventista”

O “Neo Trinitarianismo Triteísta Adventista”
Apresentação
Temos denunciado o falso ensino Trinitário da Teologia Adventista no Blog MCA e no livro A Conspiração Adventista. Isso começou quando um apresentador da TV Novo Tempo, o sr. Leandro Quadros, questionou minha palestra no Seminário Presbiteriano JMC sobre o Adventismo. Ele publicou uma crítica à minha colocação de que a maioria dos pioneiros fundadores da Igreja ‘Remanescente’, Adventista, eram antitrinitarianos. Na crítica, ele disse que o que os pioneiros rejeitavam, também, era o que todas as denominações protestantes negam. Um Deus sem “corpo e partes”. Na resposta, eu achei isso estranho, o que também foi notado pelo Rev. Ageu Magalhães, diretor do JMC. Senti cheiro de heresia, mas não tive a capacidade de captar. Na minha refutação não explorei, apenas indiquei a minha estranheza, pois até então, eu sabia que os pais da fé adventistas eram hereges, mas que eles, pelo que nos falavam, abandonaram a heresia satânica e aderiram ao Trinitarianismo que todas as igrejas possuem em seu corpo doutrinário. Bom lembrar que Leandro Quadros disse que daria uma ‘tréplica’, o que há mais de um ano alguns meses, não o fez. Um adventista já o cobrou, mas sua secretária respondeu dizendo que não terei mais respostas...
Um leitor do Blog de nome Paulo Cadi me enviou e-mails, e me mostrou porque o objetor da TV Novo Tempo disse aquilo. Fomos para as pesquisas nessa direção, e tudo foi confirmado. O ‘deus trino’ do Adventismo não é o mesmo da Igreja Cristã conforme exposta biblicamente e historicamente nos Credos conforme provei no livro A Conspiração. Guilherme Rosa, ex-adventista, que me mostrou muito como entender o Adventismo em 2010, me deu a honra de adquirir o meu livro A Conspiração Adventista. Ele então aplicou as pesquisas que notou ali no livro, às três mensagens que o Adventismo afirma possuir sobreposta a todas as demais igrejas. Cada vez mais claro que a IASD não é a Igreja Remanescente, de maneira alguma restaurou a verdade. Isso é uma fraude doutrinária da crença adventista. Dividirei as observações de Guilherme Rosa em algumas postagens, e provavelmente teremos mais outras postagens explorando ainda mais esse tópico. Existem algumas inferências minhas, mas o artigo é dele.
Recentemente um defensor Adventista escreveu em seu face uma crítica às minhas proposições a respeito desse tema, dizendo que ele também não iria crer em um “deus amorfo” que a fé Protestante apresenta. Isso é um reconhecimento de que o deus adventista é um,  e o Deus da fé protestante é outro. Em hipótese alguma, a Igreja Adventista do Sétimo Dia é uma Igreja Cristã Ortodoxa, uma Igreja Verdadeira! Cabe aos pastores do rebanho de Cristo, proteger suas ovelhas agora.
Que o Deus da Verdade, o Verdadeiro Deus Trino do Cristianismo Histórico, Ortodoxo, seja glorificado sempre!

O Neo trinitarianismo Adventista (Parte 1)

INTRODUÇÃO

O livro A Conspiração Adventista, escrito por Luciano Sena, trata de assuntos controversos ao longo da História do Adventismo, composto de oito seções ou capítulos, aborda de forma breve, temas radiculares do Adventismo, ligados a sua origem surgimento e peculiar mensagem.

Encontramos nesta obra, aquilo que o autor denuncia como inconsistências, fatais e inevitáveis, para uma igreja que se auto proclama como um movimento profetizado no ultimo livro da bíblia o apocalipse para o tempo do fim.

Luciano Sena coloca o leitor de seu trabalho a pensar se realmente, se o adventismo é o que ele diz ser: o remanescente fiel chamado para fora da apostasia ampla das igrejas tradicionais (contendo em seu meio uma legitima expressão da verdade), ou se tais reivindicações são insustentáveis, tendo presente que o Adventismo  no seu surgimento se constituía em mais um culto ou seita que não possuía razão especial nenhuma para funcionar como uma entidade a parte sem ser denunciado como movimento heterodoxo.

Em minhas modestas considerações irei escrever algo relacionado apenas ao capitulo seis do referido livro, intitulado; Adventismo e Trinitarianismo, composto por trinta páginas.

Eu considero a leitura do livro A Conspiração Adventista, necessária por todos que tem interesse de estudo no campo das religiões e apologia, por pesquisadores e por qualquer pessoa que deseja entender a o porquê existe tanta diversidade religiosa e por fim convido aos adventistas que leiam o livro A Conspiração Adventista, desafiados por um espírito bereano para conferir se de fato estas coisas são assim.

 Este meu artigo irá interagir com algumas partes principais do capitulo seis do livro, embora eu focalize uma análise um pouco diferente daquela apresentada por Luciano.

O ponto em questão levantado por Luciano, (e estou de acordo com ele) é o seguinteA predominância de conceitos antitrinitarianos no movimento adventista simplesmente invalidou sua pretensão de ter sido um movimento remanescente levantado para proclamar o evangelho eterno, Apoc.14.6,7.

Sobre esta passagem dizem os adventistas: Este anjo [mensageiro], primeiro foi identificado com Guilherme [William] Miller e depois com o próprio movimento adventista, “adorai aquele que fez o céu e a terra significa um chamado para adorar o verdadeiro Deus criador, proclamado pelo remanescente fiel (o Adventismo do sétimo dia).

O conceito do Deus verdadeiro (trinitariano), esteve desvinculado da guarda do sábado por muito tempo, pois os pioneiros não adoravam o Deus verdadeiro mas um outro “Deus” Unitáriano.

Perguntamos:

ü  Porque a igreja remanescente fiel levantada para continuar a obra da reforma rompeu justamente com o ponto mais importante de teologia Cristã o conceito verdadeiro do Deus a trindade e a completa deidade de Cristo?

Portanto, minha análise se concentrará em dois pontos :

Ø  O primeiro ponto é que a intrusão do elemento antitrinitário (heresia) através dos baluartes e porta vozes do Adventismo (os fundadores da mensagem), anula ou cancela totalmente qualquer reivindicação de serem um “remanescente” ou restante fiel como eles mesmos descrevem a si mesmos! Esta será a maior parte de minha avaliação.
Ø  A segunda se concentrará de forma menos detalhada numa apresentação se o trinitarianismo que emergiu lentamente no Adventismo, carrega elementos de seus pioneiros e se ele pode ser alinhado com a crença ortodoxa da trindade ou se ele é uma nova forma de definição doutrinária que seria um Neo trinitarianismo!

Ao mesmo tempo, iremos notar se o monoteísmo confessado pelos Adventistas conserva sutis elementos contraditórios que não puderam ser concatenados com a sua crença neo ortodoxa, e constituem perigosos elementos da crença triteísta resultando inconscientemente ou inconsequentemente (apesar da erudição representativa da igreja adventista), na conservação de traços da crença pioneira, esses elementos da crença triteísta conservados em seu bojo, seriam aqueles que Luciano mencionou em seu livro, ele demonstrou que estes diferem da crença Histórica definida da trindade, estas questões serão trabalhadas na segunda parte.

Eram a maioria dos pioneiros adventistas continuadores do cristianismo Histórico ou eram dissidentes vindos de movimentos opostos ao pensamento estabelecido das doutrinas cristãs?

O que podemos perceber é que a afirmação inicial de Luciano Sena procede, os pioneiros antitrinitarianos estavam empenhados em atacar e repudiar o trinitarianismo, como algo papal e diabólico como fazem hoje com a guarda do domingo e a imortalidade da alma, entre suas pesadas afirmações está a seguinte: 
  
“A doutrina da Trindade foi estabelecida na igreja pelo concílio de Nicéia 325 AD. Essa doutrina destrói a personalidade de Deus e de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor. A forma infame como foi imposta à igreja, aparece nas páginas da história eclesiástica, que causa aos que acreditam na doutrina corar de vergonha. [... ] está tão longe da verdade como a velha e absurda doutrina trinitariana na qual diz que Jesus é verdadeiramente o Deus eterno.” (J. N. Andrews, erudito e pioneiro Adventista, em The Review and Herald, 06/03/1855; The Advent Review, 05 de agosto de 1852).


É até estranho a omissão de um conhecido autor adventista, quando contempla essa parte “missiológica” de doutrinas distintivas, na história adventista, e omite esse fato, especialmente em um livro que crítica as Testemunhas de Jeová, cuja identidade sabemos que é bem próxima dos pioneiros adventistas:

“... [as crenças adventistas] não admitida pelas denominações religiosas tradicionais: a observância do sábado, o estado de inconsciência dos mortos até a ressurreição, o ministério sacerdotal de Cristo no santuário (que seria um ponto abordado em Daniel 8:14 – um santuário a ser purificado no Céu, não na Terra), etc.”  (O Desafio da Torre, p.22).

Naquele período, segundo um reconhecido historiador Adventista,

 “Enquanto é verdade que os primeiros adventistas criam em alguma forma de preexistência de Cristo, também é verdade que muitos deles acreditavam que Ele não possuía eternidade no passado, e uns poucos, como Uriah Smith, criam que Cristo era um ser criado. Assim, muitos adventistas antes da década de 1890 eram antitrinitarianos e semi-arianos. Isto é, eram opostos à doutrina da Trindade e à plena divindade de Cristo [...] a declaração feita na página 46 da edição original de Questões Sobre Doutrina de que os “adventistas do sétimo dia têm sido frequentemente mal-entendidos quanto à sua crença relativa à divindade de Cristo e à natureza da Divindade” é falsa no sentido histórico. A verdade é que muitos dos primeiros adventistas não eram ortodoxos quanto à Divindade. Tiago White, José Bates, J. N. Andrews, Uriah Smith, Ellet. J. Waggoner e outros líderes estavam entre esse número. A posição deles era bem conhecida na maior parte da comunidade protestante. Dessa maneira, poderia ser argumentado que a denominação havia sido compreendida em vez de mal-interpretada nessas discussões em relação à Trindade.” (Questoes Sobre Doutrina, p. 69, nota 11[grifo meu]).
“Essas posições [antitrinitárias] nem mesmo começariam a mudar até os anos de 1890, e as perspectivas trinitarianas seriam um ponto de conflito até a década de 1940.” (Questões sobre Doutrina,  nota 1, p. 56).

Podemos perceber que os pioneiros da Igreja Adventista do Sétimo Dia acreditavam estarem denunciando uma falsa doutrina – a trindade, e se opunham a ela de forma direta sem rodeios, isto fazia parte de suas verdades ou mensagem de advertência contra o vinho de babilônia, inclusive foi assim que J. N. Andrews explicou as passagens de Apoc 14 outros pioneiros fizeram esta conexão, infelizmente sobre tais homens pesa as seguintes palavras da escritura:  logo engana-se quem os considera arautos levantados por Deus para continuarem a manter a sã doutrina e o sagrado depósito da fé, eram hereges desorientados por falsas apreensões e má interpretação da palavra de Deus.

I. As origens heterodoxas do movimento Adventista e a falha de suas reinvindicações.
A Igreja Universal Invisível e o Remanescente Fiel e Final: Uma explicação necessária.

Antes de mais nada nossa discussão não tocará na  questão se atualmente o Adventismo deverá ser visto como uma seita ou como um movimento evangélico infelicitado por heterodoxias, mas que não obstante constitui uma genuína igreja cristã. Nosso ponto em questão é o seguinte; o ASD inicial pioneiro era um grupo sectário e heterodoxo que negava algum ponto essencial da fé cristã, mesmo que mais tarde eles tenham capitulado e tomado ‘outra’ posição?

O que importa em nossa discussão é se eram uma seita quando surgiram, a simples admissão deste ponto terá rendido todas as reivindicações atuais do ASD, pois eles dizem terem sido levantados por Deus no tempo certo como um movimento restaurador da verdade, e dizem pregar as três mensagens desde o início de seu movimento que foi retirado das igrejas caídas ou babilônia, se ficar provado que eles não cumpriram estas três mensagens devido a um grave erro na doutrina ortodoxa sobre Deus – a trindade, então nada mais restará para eles do que admitir não terem sido levantados por Deus naquele tempo.

Outro ponto os adventistas tentam diminuir o impacto desta enfermidade espiritual de seus pioneiros alegando que eram a maioria, mas não todos que tinham tais pontos de vista, contudo uma heresia pra ser validada e assumida não precisa ser divulgada por todos, o fermento que leveda a massa não é da mesma proporção da massa, o que importa realmente nesta questão é que os que falavam mal e contra a crença trinitariana eram na verdade os porta-vozes do movimento seus principais expositores e representantes e o faziam oficialmente por meio da literatura e meios de divulgação de sua denominação mediante suas publicações oficiais, isto basta pra dizer que era este o conceito predominante entre eles por certo tempo, era esta a voz dos três anjos adventistas.

O que conta era o movimento em si e sua mensagem e não vozes discordantes que poderiam existir dentro dele e a mensagem de tal movimento através de suas publicações oficiais eram de hostilidade a doutrina crida e aceita sempre pelo cristianismo histórico, na melhor das hipóteses se eles não tinham convicção que ficassem em silêncio até formarem um ponto de vista, mas não foi isso que aconteceu, escreveram coisas  do homem e ofensivas ao próprio Deus.

 Sabemos também que quando começaram a divulgar o trinitarianismo entre eles ,houve enérgica oposição e disputas sobre o tema a razão era que esta havia sido a orientação inicial do movimento adventista, não importa se seus  alguns pioneiros mudaram de parecer nem todos o fizeram o que importa e sua desqualificação inicial como movimento de restauração, isto impede qualquer pretensão de terem sido chamados ao cenário profético como movimento remanescente naquele tempo.

Antes de quaisquer citações de fontes adventistas, e de análise minuciosa de pormenores, iremos focalizar e tomar por certo que hereges e negadores da fé que foi dada uma vez por todas aos santos” (Jud 4), não podem ser confundidos com reformadores e restauradores da verdade em nenhum sentido, ficando a margem pelo padrão doutrinário do novo testamento como negadores da fé, e elementos que devem ser evitados e nem sequer devem serem recebidos  (1Jo 1. 10).

Curiosamente, os próprios adventistas fazem esta confissão, em Questões sobre Doutrina, os adventistas nos dizem; aqueles que recusam a reconhecer a deidade de Jesus Cristo não podem entender nem experimentar a salvação em toda sua plenitude. Depois fazem esta declaração:

“Não apenas está desqualificado para integrar a irmandade por sua própria descrença, mas na realidade está fora do corpo místico de Cristo: a igreja” p. 69 [grifo meu]


Segundo esclarece esta afirmação, a pessoa que nega a deidade de Cristo não pode ser um membro da igreja invisível. Luciano cita uma corajosa declaração* de George R Knigth teólogo Historiador adventista, contemporâneo:

“Essa década [1940], por exemplo, testemunhou esforços da parte de alguns de “purificar” e fortalecer as publicações adventistas. Três áreas ilustram essa tendência. A primeira diz respeito à Trindade. Como já observamos em capítulos anteriores, os pioneiros adventistas, eram em termos gerais, atitrinitarianos e semi-arianos.” (Em Busca de Identidade, p. 157).

[*Outras citações do mesmo autor: “A maioria dos fundadores do adventismo do sétimo dia não poderia unir-se à igreja hoje se tivesse de concordar com as “27 Crenças Fundamentais” da denominação [...] Para ser mais específico, eles não poderiam aceitar a crença número 2, que trata da doutrina da trindade [...] Semelhantemente, a maioria dos fundadores do adventismo do sétimo dia teria dificuldade em aceitar e crença fundamental número 4, que afirma a eternidade e a divindade de Jesus [...] A maioria dos líderes adventistas também não endossaria a crença fundamental número 5, que trata da personalidade do Espírito Santo.” (p. 16,17). “Conforme foi dito no início do livro, a esmagadora maioria dos primeiros líderes adventistas não conseguiria concordar com pelo menos três seções da declaração denominacional de crenças de 1980. Essas seções tratam da Trindade, da plena divindade de Jesus e da personalidade do Espírito Santo.” (p. 112). Uma justificativa recente que encontramos em conversas com defensores da IASD, é que esse declaração de GK, não está em um contexto ‘polemista’, mas histórico, e que tal reconhecimento não leva ao que propomos, já que o autor não chegou a mesma conclusão. A defesa é inócua, pois seria o mesmo de dizer que a versão que o Mormonismo, o Jeovismo, etc., dão de sua própria história não levam eles a concluírem que estão errados. A citação de GK é carregada de autoridade, a informação dele é histórica, o julgamento a respeito dos fatos que ele honestamente coloca, cabe a cada um - Luciano Sena.]


O movimento religioso que se formou após a decepção de 1844, que resultou na organização ASD em 1863 assumiu para si varias prerrogativas, ao analisarmos uma por uma percebemos a enorme falha ou distorção religiosa que nasceu daquelas ideias confusas e desconexas, poderiam hereges vindos de pseudos movimentos de restauração, que segundo o ensino Cristo não deveriam serem recebidos serem representados por três  anjos a  um mundo religioso caído?

Um quadro desconcertante do Adventismo pioneiro

Não careciam, eles próprios de uma obra de restauração interior, pois pela sua  descrença na fé estavam fora do corpo de Cristo: a igreja? Os três anjos do Adventismo  eram anjos ou outros anjos (Gál 1.8)? Pregavam o evangelho eterno? Pregavam adoração ao Deus verdadeiro? Poderiam ser o remanescente que: Guardava os mandamentos de Deus? Tinham o testemunho de Jesus? Tinham a fé em Jesus? E a fidelidade da era de Filadélfia? Sem nenhuma repreensão doutrinaria seria o período dos pioneiros adventistas, e especialmente após a sua organização em 1863? Como surgiu o movimento dos três anjos? O que disseram os pioneiros adventistas sobre a crença trinitariana?


Uma heresia (ortodoxa)

Esta é sem duvida uma posição herética, os restauradores da “verdade adventista”, não se aperceberam da verdade do Deus triúno. Muitas pessoas pensavam ou ainda pensam que o Adventismo não é herético mas imaginam que já surgiu aceitando a doutrina ortodoxa sobre Deus, tem apenas uns dez anos que tomei conhecimento da proporção deste grave problema doutrinário entre eles, neste ponto qual a vantagem tem o adventismo sobre os outros cultos ou grupos sectários como a ciência cristã os mórmons e tj? Todos surgiram no cenário negando o pensamento oficial já estabelecido!

Como podemos definir biblicamente a situação e heresia dentro de uma igreja que pretendia estar denunciando os erros de todas igrejas cristãs estabelecidas como sendo Babilônia ? Luciano diz o seguinte a respeito sobre a implicação lógica que essa oposição pioneira Adventista contra a doutrina da Trindade:

“Não existe nenhuma investigação positiva nessa direção, pelo que percebemos em tais declarações, mas uma oposição consciente e ferrenha. Cabe-nos perguntar: Como tais pioneiros restaurariam algo da verdade cristã rejeitando e demonizando o centro e a base dessa verdade? Não existe um momento melhor para citar essa declaração adventista: “[...] a divindade trinitária da Escritura funciona como o centro da teologia. Ela vincula aos múltiplos aspectos da vida, das verdades bíblicas e dos ensinos cristãos.[ Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, p. 157](A Conspiração Adventista).
                                                                                                                                                                             
Guardava os mandamentos de Deus? (Apoc.12.17; 14.12).                     

Os adventistas apontam alegremente para seu movimento como sendo o remanescente, pois guardam os mandamentos todos os 10 mandamentos da lei de Deus, ao passo que as outras igrejas estão guardando só 9, dizem eles, pois não guardam o sábado, esta não é uma consideração do assunto do sábado, parar aqui seria fugir do nosso tema proposto, a palavra grega para mandamento abrange no novo testamento coisas como:

Logo, guardar a fé (um corpo de doutrina já estabelecida e aceita) é guardar um mandamento de Deus não cumprir isto é ser um transgressor e não um guardador dos mandamentos!

Os três anjos proclamadores deveriam ser sem a menor sombra de dúvida defensores do sagrado depósito da fé e não seus críticos opositores e até combatentes!

Crer em Cristo como Deus é um mandamento, como nos revela Jo 5.23; 10.30; Hb 1.6,8,10, etc., portanto o movimento adventista inicial era liderado por pessoas que não obedeciam a todos os mandamentos de Deus como dizem, pois promoviam outros pensamentos que navegavam em outro sentido da fé proclamada e já estabelecida.

Levando em consideração os Mandamentos,  segunda a apresentação Adventista, o livro A Conspiração Adventista aponta uma transgressão, que anula também a pretensão de igreja remanescente do ASD:

 “E claro, perguntar se existia idolatria entre os pioneiros não deveria surpreender ninguém, já que adoravam um Cristo criado.”

Continua nas próximas postagens...