domingo, 26 de julho de 2015

‘Se Jesus podia pecar’... Pergunto aos adventistas do sétimo dia...

A história da doutrina adventista a respeito da natureza de Jesus Cristo gera muitas convulsões e ambiguidades, em um emaranhado de afirmações e explicações. Desde sua divindade e até a respeito de sua natureza sem pecado.

Os autores do livro Questões Sobre Doutrina, foram falsificadores, dissimulados e manipuladores, nas informações a respeito do ensino de Ellen White respeito desse tema, dadas aos questionadores evangélicos. A falsidade desses autores, não é uma acusação minha, é o reconhecimento de um historiador adventista autor das notas históricas do livro adventista Questões Sobre Doutrina:

“[...] é muito mais difícil justificar a apresentação e a manipulação de dados dos delegados adventistas sobre a natureza humana de Cristo.” (p.14).

“alguém pode apenas especular sobre o diferente curso da história [...] se Froom e seus associados não tivessem sido divisivos na sua manipulação das questões relacionadas à natureza humana de Cristo [...]” (p. 21).

George Knight após citar algumas afirmações confusas de Ellen White a respeito da natureza pecaminosa de Cristo, e compará-las ao que os autores de QSD disseram e apresentaram, ele afirma honestamente:

“Essas citações, como se poderia esperar, foram deixadas de fora da compilação de Questões Sobre Doutrina.” (p. 438).

A índole das seitas, intelectualmente desonestas, em muitos casos, pode ser vista aqui claramente... isso identifica quem é o mentor espiritual delas...

O livro oficial de doutrinas da IASD, o Nisto Cremos,  faz a temerária afirmativa:

Tentações e a possibilidade de pecar foram muito reais para Cristo. Se Ele não houvesse tido a possibilidade de pecar, não teria sido humano e nem poderia constituir nosso exemplo. Cristo assumiu a natureza humana com todas as obrigações, inclusive a possibilidade de ser subjugado pela tentação.” (p. 72-versão em pdf).

Outro livro oficial, ainda diz:

“[...] é apropriado ressaltar que Jesus, como ser humano podia ter pecado, mas não o fez.” (Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, p.185 [grifo meu]).

As Testemunhas de Jeová herdaram essa doutrina maldita, dentre outras, dos adventistas:

“A tentação de Jesus faria sentido apenas se ele fosse, não Deus, mas uma pessoa à parte que tivesse o seu próprio livre-arbítrio, alguém que pudesse ser desleal se assim o desejasse, como no caso de um anjo ou de um homem.” (Deve-se Crer na Trindade, p.14 [grifo meu]).

Diante da afirmação adventista, considerando que eles entendem que Jesus é Deus (embora não no mesmo sentido que os trinitarianos clássicos) - de que existia a possibilidade dele ter pecado, questiono:


Caso Jesus Cristo tivesse pecado, ele deixaria de ser Deus?

sexta-feira, 10 de julho de 2015

[Mais uma] Declaração de Confiança no Pontificado profético de Ellen White


"Assembleia vota documento que reafirma a confiança dos adventistas nos escritos de Ellen White


Documento foi votado pela assembleia mundial da igreja em San Antonio, Texas (EUA).
Basicamente, a declaração trata de cinco pontos: (1) reconhecimento de que esse dom é um presente de Deus para seu povo; (2) alegria de ver esse material traduzido e divulgado ao redor do mundo; (3) convicção de que esses escritos foram divinamente inspirados e de que têm valor normativo para a igreja hoje; (4) compromisso de estudá-los e; (5) incentivo para que novas estratégias sejam elaboradas para ampliar o acesso a esse legado, dentro e fora da igreja.Há dez dias do centenário da morte de Ellen G. White, co-fundadora da Igreja Adventista, os 2.570 delegados que representam os 18,5 milhões de adventistas votaram um documento em que reafirmam a confiança da denominação nos escritos da mensageira do Senhor. A decisão foi tomada nesta tarde, dia 7, em San Antonio, no Texas (EUA).
Até o próximo sábado, dia 11, os delegados estarão envolvidos em outros debates e decisões administrativas, doutrinárias e de aplicação prática para a denominação. Leia a seguir a declaração na íntegra.
DECLARAÇÃO DE CONFIANÇA NOS ESCRITOS DE ELLEN G. WHITE
Nós, delegados da assembleia da Associação Geral de 2015 em San Antonio, Texas, expressamos profunda gratidão a Deus pela presença contínua dos diversos dons espirituais em meio a seu povo (1Co 12:4-11; Ef 4:11-14), sobretudo pela orientação profética que recebemos por meio da vida e do ministério de Ellen G. White (1827—1915).
No ano do centenário de sua morte, alegramo-nos porque seus escritos foram disponibilizados ao redor do planeta em muitos idiomas e em vários formatos impressos e eletrônicos.
Reafirmamos nossa convicção de que seus escritos são inspirados por Deus, verdadeiramente cristocêntricos e fundamentados na Bíblia. Em lugar de substituir as Escrituras, eles exaltam seu caráter normativo e corrigem interpretações imprecisas derivadas de tradições, da razão humana, de experiências pessoais e da cultura moderna.
Comprometemo-nos com o estudo dos escritos de Ellen G. White em atitude de oração e com o coração disposto a seguir os conselhos e as instruções ali encontrados. Seja em oração, em família, em pequenos grupos, em sala de aula ou na igreja, o estudo combinado da Bíblia e de seus escritos proporciona uma experiência transformadora e edificadora da fé.
Incentivamos o desenvolvimento continuado de estratégias tanto mundiais quanto locais para promover a circulação de seus escritos dentro e fora da igreja. O estudo de tais escritos consiste em um meio poderoso de fortalecimento e preparo do povo de Deus para a vinda gloriosa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. 
[Reportagem: Wendel Lima, equipe RA / Tradução: Cecília Eller Nascimento]"
 ( Fonte: http://www.revistaadventista.com.br/conferencia-geral-2015/declaracao-reafirma-a-confianca-dos-adventistas-nos-escritos-de-ellen-white/).
Observações: O adventismo engana quando diz que crê nos dons contínuos na igreja, 'especialmente no dom profético'. Ellen White possui cadeira cativa nas crenças adventistas, e sempre é objeto de declarações de fé como essas. Veja o que já foi dito pela Assembleia Geral da IASD a exatos 20 anos atrás:
“Uma Declaração de Fé no Espírito de Profecia - Nós, os delegados reunidos em Utrecht para a 56ª Assembleia da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia expressamos louvor e gratidão a Deus por Seu dom gracioso do Espírito de Profecia. Em Apocalipse 12, João, o revelador,identifica a Igreja nos últimos dias como os “remanescentes… que guardam os Mandamentos de Deus e têm o Testemunho de Jesus” (verso 17). Cremos que, nesse breve retrato profético, o revelador está descrevendo a Igreja Adventista do Sétimo Dia, que não apenas guarda “os Mandamentos de Deus”, mas que tem o “Testemunho de Jesus”, ou seja, “o Espírito de Profecia” (Apoc. 19:10). Na vida e ministério de Ellen G. White (1827-1915) vemos o cumprimento da promessa de Deus no prover à Igreja remanescente o “Espírito de Profecia”. Embora Ellen G. White não reivindicou para si o título de “profeta”, cremos que ela realizou a obra de um profeta e mais. Ela disse, “Minha comissão abrange a obra de um profeta, mas não finda aí” ( Mensagens Escolhidas, p. 36);  “Se outros me chamam assim [profetisa], não discuto com eles.” (idem, p. 34);  “Minha obra inclui muito mais do que este nome significa. Considero-me uma mensageira a quem o Senhor confiou mensagens para Seu povo,” (idem, p. 36). O encargo principal de Ellen G. White foi dirigir a atenção para as Santas Escrituras. Ela escreveu: “Pouca atenção é dada à Bíblia, e o Senhor deu uma luz menor para guiar homens e mulheres à luz maior.” (O Colportor Evangelista, p. 39). Ela cria que, embora seus escritos fossem a “luz menor”, eles eram luz, e que a fonte dessa luz é Deus. Como adventistas do sétimo dia cremos que “Em Sua Palavra, Deus conferiu aos homens o conhecimento necessário à salvação. As Santas Escrituras devem ser aceitas como autorizada e infalível revelação de Sua vontade. Elas são a norma do caráter, o revelador das doutrinas, a pedra de toque da experiência religiosa” (O Grande Conflito, p. 8). Consideramos o cânon bíblico encerrado. Contudo, cremos também, como o fizeram os contemporâneos de Ellen G. White, que seus escritos têm a divina autoridade tanto para o viver piedoso quanto para a doutrina. Assim, recomendamos: 1) Que como Igreja busquemos o poder do Espírito Santo para aplicar mais plenamente à  nossa vida o conselho inspirado contido nos escritos de Ellen G. White e 2) Que nos empenhemos mais para publicar e fazer circular esses escritos ao redor do mundo. Esta declaração foi aprovada e votada pela sessão da Conferência Geral em Utrecht, na Holanda em 30 de junho de 1995.”

 Se a crença é na continuidade dos dons, outros seriam apontados. Mas essa desculpa de crer nos dons é apenas para garantir o papado exclusivista de Ellen White. Certa vez uma pessoa perguntou a um apresentador da TV Novo Tempo se  além de Ellen White existia alguém na IASD que tinha o dom profético, ele respondeu: "Chamado por Deus, como profetisa, só Ellen White."

quinta-feira, 9 de julho de 2015

I CORINTIOS 10:13 ENSINA O LIVRE-ARBÍTRIO LIBERTÁRIO?

"Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar."
"É a segunda vez que ouço alguém dizendo que esse texto ensina o livre-arbítrio libertário. Vejamos algumas coisas sobre o texto supracitado:
1. Em primeiro lugar, devemos ter em mente o que o contexto trata. Paulo está falando sobre o modo como os coríntios deveriam viver a sua vida cristã. Não deveriam viver suas vidas de maneira negligente, lapsos morais e pecaminosidade. Apesar dos crentes coríntios terem recebido muitos benefícios de Deus, é provável que eles fossem relapsos com a vida cristã. Porém, isto não seria nenhuma novidade, pois os judeus procederam da mesma maneira no AT. (1 Co 10. 1-6; Nm 14.29, 37; 26.65 ).
2. Paulo usa o que aconteceu no julgamento divino do AT para advertir os coríntios (vv.6-13). Estes acontecimentos da Antiga Aliança serviram como exemplos (v.6, gr. “τύποι”) para os crentes. São ‘exemplos’ e ‘advertências’ para os crentes (v. 11; gr. τυπικῶς, νουθεσίαν). O propósito é esse, servir de exemplo e advertência para que NÃO FAÇAMOS a mesma coisa.
3. O texto não entra no mérito sobre a capacidade de podermos cair ou não. Poderemos perseverar até o fim, ou podemos cair como eles fizeram? Poderemos usar o livre-arbítrio para não utilizarmos o escape de saída da tentação (v13), e, assim, apostatarmos de vez? Essa passagem defende vigorosamente a perseverança dos santos? Resposta: o texto não se interessa em responder nenhuma dessas categorias sistemáticas de pensamento teológico. Apenas diz que o que o julgamento divino com os judeus imorais e idólatras ocorreu para que NÃO FAÇAMOS A MESMA COISA (v.6).
4. Observe o motivo da advertência. Ela tem o propósito de advertir para que não caiamos no pecado. Se podemos cair ou não, esse não é o ponto do autor da advertência, embora a pessoa que estabelece a advertência o faça exatamente para utilizarmos disto para o nosso bem. Por exemplo: se uma pessoa coloca uma placa numa estrada arriscada (à beira de um precipício), ele está fazendo aquilo imaginando naqueles que se jogarão ali de forma suicida? É por esse motivo? Não. Porém, o propósito daquela placa é para sinalizar o perigo. Portanto, ela é colocada naquele lugar para que a pessoa ao passar pelo caminho NÃO TRANSGRIDA A ADVERTÊNCIA. Não podemos confundir o propósito da advertência com especulações sobre a possibilidade ou não da queda, embora possamos entender que somente os crentes se utilizarão dessas advertências como meios para perseverar até o final da caminha cristã. Quando a linguagem do texto é confundida com realidade/metafísica e/ou especulações filosóficas vemos aí a introdução de categorias e sistemas dentro texto examinado. Porém não é assim que fazemos hermenêutica e exegese. Há advertência para que algo impossível não aconteça? Impossível para quem, crente ou descrente? Repito: esse não é propósito de uma advertência existir, mas apenas para sabermos que ela precisa ser obedecida.
5. Paulo prossegue na sua argumentação e advertência, incluindo o texto de 1 Co 10.13. Observamos o uso da expressão ‘tentação’ no v. 13 (gr. πειρασμὸς). Essa expressão é utilizada no NT, cerca de 21 vezes; pode significar “teste, provação divina, tentação, caminho de tentação” (Gingrich, Lexicon). O que dirá o significado da palavra será o contexto mediato e imediato do uso (e.g. Mt 6.13; Tg 1.14-15 a palavra é usada como ‘tentação’, mas em Tg. 1.12 é “provação divina”).
6. O v.13 afirma que não apenas o ‘livramento’ (essa é uma boa tradução para “ἔκβασιν”) é dado por Deus, mas a ‘tentação’ também acompanha (“junto a tentação dará o livramento”). Em Tiago 1.14-15, observamos que “Deus mesmo a ninguém tenta”, mas Paulo diz que o livramento ‘junto com’ [σὺν] a tentação são dados por Deus (1 Co 10.13). Como pode ser isto? Temos aqui uma boa razão do significado de πειρασμὸς: uma “provação” divina. Ademais, um detalhe importante é que as expressões “ἔκβασιν” e "πειρασμῷ" são articuladas (gr. 'τῷ πειρασμῷ καὶ τὴν ἔκβασιν'), ou seja, esse artigo indica que para cada provação existe um escape/livramento para que possamos suportar. Por outro lado, sabemos que se entendermos a palavra 'πειρασμὸς' como uma 'tentação' , então nem sempre saímos vencedores de cada uma delas (a Bíblia e experiência demostram essa verdade na vida dos crentes que sempre caem em tentação). Assim, a estrutura do texto também indica as provações e livramentos como dádivas divinas ensinados por Paulo aqui. Provações essas que não nos levam a pecar contra o Senhor, mas são acompanhadas de apoio divino em todo aquele momento.
7. A relação entre a tentação e a provação nem sempre é tão clara para nós. Mas podemos entender, pelo menos, que uma é produzida por Deus enquanto a outra não. Em nosso texto, sabemos que essa provação é sempre vencida, pois ela é dada por Deus para provar o crente, não para o fazer pecar (o que constituiria uma tentação do diabo).
Há vitória nas provações, pois: 1) Elas são dadas por Deus, e são motivos de alegria [...] sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança (Tg 1.2,3); 2) Além das provas Deus ainda concede um ‘limite’ (ἔκβασιν”) para perseverar nesse momento (Keener, p.59); 3) Há meios e advertências para o crente (v.6,11,14ss).
4) A expressão "Deus é fiel" (v.13.b) indica algo que dá certeza dessa vitória, o agudo contraste, e correção de uma ideia errônea, é trazido pela adversativa "mas" (gr. ἀλλὰ), apontando para o fracasso do homem em relação a fidelidade divina (v.13c). Pensemos um pouco, se fosse possível um crente não vencer a provação (um dos pontos que distingue a tentação da provação: a indução ao pecado), não existiria a necessidade para essa palavra de consolo, uma vez que correríamos o risco de ser reprovados completamente.
Concluindo, o texto não está tratando sobre livre-arbítrio libertário, mas sobre o modo de suportar as provações (que podem ocasionar em tentações posteriores). Assim, é impróprio confundir ou identificar, diretamente, a linguagem (e.g. advertência, exemplos para não cairmos etc.) com metafísica (e.g. decreto incondicional ou em presciência? É possível a apostasia acontecer quando sucumbimos?). A advertência é colocada para que o pecado não seja cometido pelo crente. Mas, a pergunta que não quer calar, “podemos cair”? Esse não é o ponto de Paulo aqui. Basta-nos saber que ao passarmos por fortes provas dadas por Deus, ele mesmo, que concedeu tais provas nos dará, também, o limite destas.
Pretendi trazer um texto curto e simples aqui, mas desenvolvimentos posteriores podem exigir um caráter mais técnico na explanação desse posicionamento. É possível que eu mude o que penso sobre esse texto? Claro que sim! Mas este é o meu entendimento atualmente, ainda mais depois de estudá-lo mais. 

Que Deus nos conceda graça!"

Autor: Evandro Junior - via Facebook.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Qual o conceito de Ellen White a respeito de Calvino?

Por algumas vezes, adventistas achando que eu por ser presbiteriano, devo ter o mesmo conceito místico que eles tem de Ellen White, em torno de Calvino, rapidamente trazem a tona os pecados e intolerância, que geralmente se atribuem a Calvino. Acham esses adventistas, que se eu estou mostrando falhas e heresias, nos ensinos de Ellen White, e se a desqualifica como profetisa, então o Reformador também está em reprovado. Pobres adventistas, não conseguem ver a diferença. Tem até um adventista que insistentemente aqui no blog diz que Calvino é profeta para mim...!!!

Outro adventista, até mesmo postou essa imagem ao lado. Perceba a legenda, as acusações e a indagação dele. Mais abaixo teremos a resposta da profetisa adventista para ele (imagem desse Facebook: https://www.facebook.com/bibliapalavrapoderosa?fref=ts).

Qual a diferença entre um Reformador e Ellen White? 1. O reformador tem reconhecimento histórico dentro do cristianismo, independente de qual denominação pertence. 2. O reformador contribuiu para a Igreja de Cristo. 3. O reformador não está no rol de doutrinas da igreja como um ser escolhido e profético. 4. O reformador não se afastou das doutrinas essenciais e ortodoxas do cristianismo. 5. O reformador tinha capacidade teológica, não era místico.

Para isso consulte as crenas oficiais adventistas e as crenças oficiais de qualquer denominação cristã. Em qual você encontra o nome, além do Nome do Senhor? Somente as crenças dos Adventistas do Sétimo Dia. Veja:

“18. O Dom de Profecia: Um dos dons do Espírito Santo é a profecia. Este dom é um sinal identificador da Igreja remanescente, e foi manifestado no ministério de Ellen G. White. Como a mensageira do Senhor, seus escritos são uma contínua e autorizada fonte de verdade que proporciona conforto, orientação, instrução e correção à Igreja. Eles também tornam claro que a Bíblia é a norma pela qual deve ser provado todo ensino e experiência. (Joel 2:28 e 29; Atos 2:14-21; Heb. 1:1-3; Apoc. 12:17; 19:10.)”

É até engraçado ver adventistas falando isso ou aquilo de Calvino quando lemos o que a profetisa adventista escreveu a respeito dele. Até a crítica é modesta, e seus elogios, de um calvinista ardoroso:

As citações são do livro O Grande Conflito (busca no site: http://www.ellenwhitebooks.com) :

“Deus estava ainda a preparar obreiros para ampliar a Sua causa. Em uma das escolas de Paris havia um jovem refletido, quieto, e que dava mostras de espírito robusto e penetrante, e não menos notável pela correção de vida do que pelo ardor intelectual e devoção religiosa. Seu gênio e aplicação logo o fizeram o orgulho do colégio, e tinha-se como certo que João Calvino seria um dos mais hábeis e honrados defensores da igreja.” Pag. 219 - Paragrafo 4.

“Mas um raio de luz divina penetrou até ao próprio interior das paredes do escolasticismo e superstição em que se achava Calvino encerrado. Estremeceu ao ouvir das novas doutrinas, nada duvidando de que os hereges merecessem o fogo a que eram entregues. Contudo, sem disso se dar conta, foi posto face a face com a heresia, e obrigado a submeter à prova o poder da teologia romana no combate ao ensino protestante.” Pag. 220 - Paragrafo 1.

“Calmamente deu Calvino início à sua obra, e suas palavras foram como o orvalho que caía para refrigerar a terra. Deixara Paris, e então se encontrava numa cidade provinciana sob a proteção da princesa Margarida, que, amando o evangelho, estendia seu amparo aos discípulos do mesmo. Calvino era ainda jovem, de porte gentil e despretensioso.” Pag. 221 - Paragrafo 5.

“Calvino, se bem que fosse hábil lutador nos campos da controvérsia religiosa, tinha a cumprir uma missão mais elevada do que a daqueles teólogos ruidosos. O espírito dos homens estava agitado, e esse era o tempo para lhes desvendar a verdade. Enquanto os salões da Universidade ecoavam do rumor das discussões teológicas, Calvino prosseguia de casa em casa, abrindo a Escritura ao povo, falando-lhes de Cristo, o Crucificado.” Pag. 222 - Paragrafo 2

“Calvino ainda estava em Paris, preparando-se pelo estudo, meditação e oração, para os seus futuros labores, e continuando a disseminar a luz. Pag. 223 - Paragrafo 3.

“Pessoas de todas as classes ouviam alegremente o evangelho. Não havia pregação pública, mas na casa do magistrado principal, em seus próprios cômodos, e algumas vezes num jardim público, Calvino desvendava as palavras de vida eterna aos que as desejavam ouvir. Depois de algum tempo, aumentando o número dos ouvintes, foi considerado mais seguro reunirem-se fora da cidade. Uma caverna ao lado de uma garganta profunda e estreita, onde árvores e pedras salientes tornavam a reclusão ainda mais completa, fora escolhida como o local para as reuniões. Pequenos grupos, que deixavam a cidade por estradas diferentes, dirigiam-se para ali. Neste ponto isolado, a Escritura era lida e explicada. Ali, pela primeira vez, foi pelos protestantes da França celebrada a Ceia do Senhor. Dessa pequena igreja foram enviados vários fiéis evangelistas.” Pag. 224 - Paragrafo 2.

“Farel confiava em que houvesse encontrado em Calvino a pessoa que o pudesse assistir naquela obra. Em nome de Deus conjurou solenemente o jovem evangelista a que ficasse e ali trabalhasse.” Pag. 233 - Paragrafo 4.

“Durante quase trinta anos, Calvino trabalhou em Genebra, primeiramente para estabelecer ali uma igreja que aderisse à moralidade da Bíblia, e depois em prol do avançamento da Reforma pela Europa toda. Sua conduta como dirigente público não era irrepreensível, tampouco eram suas doutrinas destituídas de erro. Mas foi instrumento na promulgação de verdades que eram de importância especial em seu tempo, na manutenção de princípios do protestantismo contra a maré do papado que rapidamente refluía, e na promoção da simplicidade e pureza de vida nas igrejas reformadas, em lugar do orgulho e corrupção favorecidos pelo ensino romanista.” Pag. 236 - Paragrafo 2.

De Genebra saíram publicações e ensinadores para disseminar as doutrinas reformadas. Daquele ponto os perseguidos de todos os países esperavam instrução, conselho e animação. A cidade de Calvino tornou-se um refúgio para os perseguidos reformadores de toda a Europa Ocidental. Fugindo das terríveis tempestades que duraram séculos, chegavam os foragidos às portas de Genebra. Famintos, feridos, despojados de lar e parentes, eram afetuosamente recebidos e tratados com ternura; e encontrando ali um lar, por meio de sua habilidade, saber e piedade abençoavam a cidade de sua adoção. Muitos que ali buscaram refúgio voltaram a seu próprio país para resistir à tirania de Roma. João Knox, o bravo reformador escocês, não poucos dos puritanos ingleses, protestantes da Holanda e da Espanha, e os huguenotes da França, levaram de Genebra a tocha da verdade para iluminar as trevas de seu país natal.” Pag. 236 - Paragrafo 3.

Calvino manda aos cristãos "não hesitarem, desejando ardentemente o dia da vinda de Cristo como o mais auspicioso de todos os acontecimentos"; e declara que "a família inteira dos fiéis conservará em vista aquele dia". "Devemos ter fome de Cristo, devemos buscá-Lo, contemplá-Lo", diz ele "até à aurora daquele grande dia, em que o nosso Senhor amplamente manifestará a glória do Seu Reino." Pag. 303 - Paragrafo 3.

Se eles seguirem Ellen White nesses conceitos se beneficiarão mais do que ficarem escrevendo bravatas infantis... 

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Graça Preveniente Arminiana e sua falha prévia

Os arminianos clássicos, uma genuína vertente do cristianismo evangélico e ortodoxo, estão ‘surgindo’ finalmente no Brasil – não contra o semi-pelagianismo dominante no Evagelicalismo Brasileiro, mas contra o Calvinismo. Mais uma tentativa de barrar o calvinismo no Brasil.

O arminianismo insiste dizer que creem na Depravação Total. E que, em última instância, não é a vontade do homem, mas Deus e seus atributos de amor e justiça, são os cernes de sua teologia. Será mesmo que esse é o fato? Qual é a doutrina necessária para que defendam essa doutrina Reformada da depravação total, e não venham ser consequentemente Calvinistas?

A Graça Preveniente: A graça preveniente arminiana, é uma teoria que ensina que Deus capacita o homem em seu estado de pecado e inimizade, a crer, sem contudo, regenerá-lo. Seria, em termos críticos e irônicos, um tratamento médico aplicando remédio a um morto, mas que funciona - segundo eles!  

Vamos pegar por base uma explicação arminiana da Graça Preveniente em relação a Depravação Total, de Timothy C. Tennent, e vejamos se há algo bíblico nisso:

“É importante entender que a salvação nunca começa com algo que nós fazemos, mas sempre como uma resposta a algo que Deus fez. Pensar que a salvação começa com nosso arrependimento de nossos pecados e convite para que Jesus entre em nossos corações não é a forma que as Escrituras entendem todo o processo de salvação. Antes, a salvação sempre começa com uma ação anterior de Deus. Ele age, e nós respondemos ou resistimos. Ela sempre segue esse padrão.”

A) Nesse primeiro parágrafo, o autor mostra um salutar pensamento evangélico, e em seus termos definidos, plenamente bíblico. Porém, salvação é um plano divino na eternidade e executado no tempo. O autor está certo em dizer que é Deus que começa, antes, e que nós – os objetos do amor, respondemos ou rejeitamos.

O que acontece no tempo é o resultado do que se decidiu na eternidade. A resposta positiva, também faz parte do que Deus planejou, antes da fundação do mundo. Falar da salvação destituído do domínio Soberano de Deus em fazer o que Lhe apraz, não é plenamente bíblico.

“Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama),” (Rm 9.11).

Se alguma pessoa achar que Saulo decidiu aceitar a Cristo, como resposta de ter aquele encontro dramático com o salvador (o que nem seria convencional para um convite assim tão passivo), se engana. Ele mesmo escreveu depois:

“Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça,” (Gl 1,15).

B) Nós respondemos, pois isso faz parte do processo que Ele decidiu, porém, ele não nos escolheu a todos, para depois ver quem iria aceita-lo e permanece fiel, e escolher especificamente esses. Nossa resposta é a um chamado irresistível. Mas deve ser dito, que não significa que o chamado é sempre irresistível, que vem ordinariamente por meio da Igreja. Muito menos também significa que os não eleitos não aceitarão o chamado universal e dele se beneficiem. O que significa que é que no tempo de Deus, esse chamado se tornará irresistível para produzir salvação verdadeira, conversão genuína. Saulo, apesar de eleito e finalmente salvo, resistiu a mensagem de Estevão como lemos em Atos:

“Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais.” (At 7.51)

“E, expulsando-o da cidade, o apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas capas aos pés de um jovem chamado Saulo.” (At 7. 58).

“E também Saulo consentiu na morte dele.” (At 8.1a)

“Instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade, E tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que à vontade dele estão presos.” 2 Timóteo 2:25,26

O arminiano continua:

“Uma abordagem de todas as maneiras que Deus nos prepara para receber o evangelho é usar o termo “graça preveniente (precedente)”. A graça preveniente diz respeito a todos esses atos da graça em nossas vidas que antecedem a nossa conversão. Sabemos que tal graça existe porque Jesus disse que “ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer” (Jo 6.44). Há uma “atração” ou “preparação” que precede nossa efetiva conversão.”

A graça preveniente, pelo que notamos, é uma solução para a incapacidade humana de aceitar – ensino claro de Romanos 3.11 “Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.” Porém, o autor desconsidera o contexto da citação de João 6.44, e até mesmo o texto. Leiamos na integra:

“E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede. Mas já vos disse que também vós me vistes, e contudo não credes. Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia. Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Murmuravam, pois, dele os judeus, porque dissera: Eu sou o pão que desceu do céu. E diziam: Não é este Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos? Como, pois, diz ele: Desci do céu? Respondeu, pois, Jesus, e disse-lhes: Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim.” João 6:35-45

O termo grego na Atualizada, foi traduzido por “trouxer”, tem a ideia de um puxar, não necessariamente sempre em um sentido violento, mas positivamente atuante: “... significa “puxar” por poder interior, mediante impulso divino.” (Vine, p 414). No Dicionário W. E. Vine coloca a tradução do termo no verbete “arrastar”. A Chave Linguística do Novo Testamento Grego apresenta “trazer, atrair” (p.172). Porém, o termo parece ser mais usado no sentido que Vine apresenta. Tanto que o termo é usado nesse sentido ativo em outros textos da Escritura (At 16.19; 21.30, Tg 2.6). Mesmo que atrair fosse a tradução mais literal (o que não é), ainda sim a ideia de força nessa atração não seria eliminada, devido a intensão do uso em seu contexto. Para ilustrar - um imã atrai ativamente o metal!

Acredito que ter que explicar alguma coisa nesse contexto claro, é uma falta de respeito com os leitores desse artigo. Assim, não existe a citação favorável de Jo 6.44 para a graça preveniente. Por dois motivos simples, óbvios e claros – em Jo 6.44 e no contexto ela não é nem universal nem passiva!

 A outra razão que sabemos que a graça de Deus deve preceder nossa decisão de seguir a Cristo é que as Escrituras nos ensinam que estamos mortos em nossos delitos e pecados à parte de Cristo (Ef 2.1). As Escrituras não ensinam que estamos meramente doentes ou que o nosso progresso espiritual geral é lento, mas que estamos espiritualmente mortos. (Esta é uma outra grande característica distintiva do Cristianismo.) Isto significa que somos incapazes de nos ajudar ou de nos salvar sem uma ação prévia de Deus.

Embora na prática eles fazem isso, que negam acima, com a tal Graça Preveniente, as afirmações acima tem parcialmente o aval a respaldo bíblico - devemos ter cuidado com a sentença final.

Agora, com a próxima citação, fica claro que o arminianismo apenas afirma a crença na depravação, apenas isso. Eles ainda estão submissos ao livre-arbítrio, e causa o descompasso entre Depravação Total e aquilo que a corrige – a Regeneração. Note bem o que o arminiano escreveu, e suas ressalvas:

Muitos cristãos creem na doutrina da depravação total. Isso significa que os seres humanos estão mortos em seus pecados e não podem fazer nada para ajudar ou melhorar seu estado espiritual diante de Deus. Entretanto, é também um ponto de vista cristão crer no livre arbítrio. Isto significa que afirmamos que Deus quer que agimos e tomamos decisões a seu favor. Este é o problema: Como uma pessoa espiritualmente morta pode agir ou decidir dar suas vidas a Cristo? A Bíblia está repleta de prescrições para agir – as pessoas são chamadas a se arrepender, crer, vir, decidir e assim por diante. A resposta é a doutrina da graça preveniente. Esta é a ponte entre a depravação humana e o livre exercício da vontade humana. A graça preveniente é um ato soberano de Deus pelo qual ele suspende a raça humana de sua depravação e nos concede a capacidade de respondermos à graça de Deus. Ela é um ato de Deus de favor imerecido. É a luz de Deus “que ilumina a todo o homem” (Jo 1.9, ACF), que nos levanta e permite que exercemos nossa vontade e respondemos à graça de Cristo.”*

O que faz a Graça Preveniente? Ela corrige parcialmente o que a Depravação Total causa, mas não corrige a Depravação Total, pois ela não é o Novo Nascimento. Ela faz a ponte para um morto passar, mas não o ressuscita – talvez o deixa entre um estado meio morto e meio vivo.

A Graça Preveniente também é irresistível. Ela capacita o homem dizer sim a Deus, mas não garante – ela então não é Soberana para esse fim. Porém, ela é Soberana e Irresistível, apenas para outro fim – capacitar o homem a decidir querer, mesmo que o homem não queira o que se oferece, nem na verdade deseja querer!!
Devemos lembrar que o pecador não é apenas incapaz de aceitar, ele não quer, ele é inimigo.

“Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.” (Rm 5.10).

“Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” (Romanos 8:2-8).

Perceba que no inicio do texto, o autor faz indireta alusão à Regeneração: “Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Não existe graça preveniente aqui. No fim do artigo o autor mostra uma lista de textos bíblicos que, segundo ele, ensina a Graça Preveniente: Isaías 55.1, João 1.9, João 6.44, João 12.32, João 16.8-11, Atos 14.17, Atos 16.13-15, Romanos 2.4, 1 Timóteo 2.4-6, Tito 2.11.

Em postagens futuras, trarei uma avaliação de tais textos.