quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

O diabo e os demônios – segundo a Bíblia?


1. Quem são eles, e por que são o que são? O diabo e seus demônios eram anjos, espíritos, criados por Deus (Jó 1.6; 2.1; 38.7; Ez 28.14 compare com Ez 9.3; 10.2, 4, 7, 9, etc), que deixados em sua livre decisão, abandonaram sua comunhão com Deus, tronando-se criaturas pecaminosas, maldosas, e se rebelaram contra tudo que promova a verdade de Deus. O primeiro anjo rebelde encontramos em Gn 3.1,2 – quando comparado com João 8.44, e Apocalipse 12.9,14,15 e os demônios II Pe 2.4; Jd 6. Eles deveriam manter sua posição – Salmos 103. 20,21; 148.2.

2. Como o do diabo seus demônios agem? 
  • Intimidação: quando ameaçam pessoas, ou causa mal a elas – ex Jó 1 e 2; I Tm 2.18; Ap 2.10; 9.1-11. 
  • Influência: quando por vários meios, propagam uma forma de vida pecaminosa (incluindo um viver submisso ao misticismo, espiritismo, mundanismo, etc) - ex Ef 2.1,2; I Tm 4.1,2. 
  • Imitação: Eles podem reproduzir coisas que parecem serem de Deus – ex II Co 11.1.-6, 14; I Jo 3. 1-3; Tg 2.19; Ap 2.9. 
  • Interferência: quando eles se apoderam de pessoas – ex Lc 8.2; Mt 8.28.


3. Por quais motivos a presença do diabo e seus demônios foram mais evidentes e abundantes no tempo do ministério do Senhor Jesus? Em toda a história do Velho Testamento, o diabo e seus demônios não são mencionados com tanta constância como o é no Novo Testamento – em especial quando comparamos o período abrangido. Isso não significa que eles não atuavam. Há algumas referencias a respeito: Gn 3.1,2; I Cr 21.1; I Sm 16.14; I Rs 22.19-21; Jó 1,2; Is 14.13; 27.1; Dn 10.13, Zc 3.2. Quando o Filho de Deus se encarnou, na plenitude dos tempos, houve um grande ‘choque’ cósmico nas forças espirituais, e o Senhor Jesus despojou as potestades de seus domínios. Podemos ver isso claramente em muitas passagens bíblicas: Mt 4. 1-11; 8.29; 12.27-28; 43-45; Lc 4.16-21; 33-36; I Co 15.25; Ef 1.20-22; Cl 1.13; 2.15; Hb 2.5-18, etc. Bom destacar que o que Cristo fez em seu ministério terrestre, em sua ascensão, faz e ainda fará até o fim de todas as coisas (Rm 16.20; Ap 20.10), teve início desde logo em sua encarnação.

4. O crente fica endemoniado? A Bíblia não ensina que uma vez habitado pelo Espírito Santo, sendo selado/batizado, regenerado, por Ele, sendo assim feito Sua habitação e templo, justificado, adotado, sendo feito co-herdeiro de Cristo, nessa mesma pessoa demônios habitem do lado do Espírito Santo – veja os seguintes textos: Rm 8.1-17; 26-39; Gl 4.6; I Co 6.19,20; Tg 4.5; I Jo 2.27-29; 5.18,19. Olhando para a forma que o diabo age, tendo em vista o ensino bíblico – podemos dizer que (conforme a pergunta 2) a Intimidação, Influência, Imitação, são formas com que o diabo age contra os crentes, mas nunca com Interferência em seus sentidos.

5. E o que dizer quando um crente se envolve em pecado? Ele não daria certa abertura ao diabo? Em primeiro lugar, o problema do pecado do crente é com Deus. Ele precisa confessá-lo e abandoná-lo (I Jo 1.1-2.2). Agora se certo crente tem um compromisso com o pecado, a situação pode revelar duas coisas. A) Ele se encontra em um estado deplorável de espiritualidade fraca e vigilância morta (I Co 5.1; Ap 2.22,23) e/ou B) Talvez não seja um crente verdadeiro (II Pe 2.1-22). Geralmente o primeiro caso é o que mais frequentemente ocorre. Os crentes lêem pouco a Bíblia, oram pouco, se santificam com negligência, a doença espiritual é notória em vários campos da vida (I Co 11.30,31). Com isso a presença do Espírito Santo em sua vida não é notado por ele mesmo, geralmente essa pessoa perde a alegria da salvação (Sl 51.12,13). Fica ele assim mais vulnerável ao diabo? SIM e NÃO. Entenda – Jó era um crente fiel, e foi atacado pelo diabo, Paulo um servo dedicado e santo, igualmente esbofeteado e perseguido por Satanás (II Co 12.7-10). O Senhor Jesus confrontou o diabo e foi atacado por ele (Lc 4). Em contra partida, crentes como Pedro foram até usados pelo diabo, quando falou o que não devia. Não há uma norma, nem uma regra bíblica fixa. Pode ser que um crente fiel seja mais atacado pelo diabo do que um crente infiel. Deus é o Soberano sobre o diabo e esse apenas vai agir SE Deus determinar que sim (II Ts 2.9-12). O que somos advertidos é fugir de tudo que nos identifique com o diabo, e o pecado é a marca do diabo.

6. Exageros e distorções. Toda maldição infligida por Deus tem por base sua punição sobre a desobediência. O diabo é o grande tentador e acusador. Mas há um exagero em alguns seguimentos evangélicos, que devemos evitar e tomar cuidado, pois são ensinos falsos do diabo, para darem a ele crédito que de alguma forma tire a responsabilidade humana sobre seus atos. Veja por exemplo que em muitos casos na Bíblia os pecados não estão associados a uma influência demoníaca direta, antes ao conceito e falta de espiritualidade dos crentes: Gl 5.17-26; Cl 3.1-4.6; Ef 5.1-6.9, etc. Devemos também nos afastar de tudo que soe claramente com algum contato com coisas demoníacas (I Co 10.14-22; Ap 2.24). Não é ficar vasculhando, mas se você tem certeza que certa coisa está ligada a procedimentos satanistas, espíritas, etc, sabemos que o Senhor já nos advertiu contra isso. Evidentemente, algum tipo de perturbação mental e espiritual será advinda de práticas que nos coloquem em contato com isso, caso haja descuido, negligencia de nossa parte.


7. Como resistir o diabo? Temos na Bíblia orientações práticas em Efésios 6.10-20. E resumindo o ensino geral bíblico -  em primeiro lugar o Nome de Jesus Cristo é o que tem autorização bíblica para resistir e expulsar os demônios (Mc 16.17; At 16.18). Conhecimento da Palavra (Lc 4.4,8,12). Depois a vida obediente deve seguir ao uso do Nome do Senhor e da Palavra (Mt 7.21-23; Tg 4.7-10). Por fim, Jesus recomendou a oração e jejum como meios ordinários de termos da parte de Deus poder para enfrentarmos as hostes malignas (Mc 9.29). Obviamente, o crente não se preocupará em encontrar demônios (nem é algo a ser desejado) em sua evangelização e aconselhamentos bíblicos. Sabemos que o Evangelho quando chega realmente no coração de uma pessoa, o Senhor Jesus liberta a pessoa por meio do Seu Poderoso Espírito (Rm 8).

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

A Lei e os Ofícios de Cristo

A perspectiva protestante reformada olha para a Lei de Deus, como tendo três facetas. A Lei Moral, A Lei Cerimonial e a Lei Civil. Interessante que podemos fazer uma correspondência pedagógica (não rígida) dessa divisão com os três ofícios de Cristo – a saber; Profeta, Sacerdote e Rei. Perceba:

1. A Lei Moral é a faceta dos preceitos divinos que dirigem ao homem integral, como adorador e integrante da família e da sociedade. O decálogo é o resumo básico da lei, em sua essência, eternos. Apesar de ter sua redação contextualizada após a Queda, e aplicação especifica na situação de Israel, não escapa-nos a realidade essencial de que temos orientações para espiritualidade e comportamentos, que nos serão de segurança para agradar a Deus por fazer a sua vontade.

Ø  Cristo como profeta. O profeta revela a vontade de Deus ao povo, e não raro faz ameaças e promete bênçãos. Isso pode ser uma correspondência à Lei Moral, já que nela está contida a vontade eterna de Deus, qual o profeta deve advertir. Romanos 7.7-12; I Tm 1.8-11, etc, demonstram que a lei moral faz um trabalho demonstrativo de nossa situação*.

2. A Lei Cerimonial percebemos nos trabalhos litúrgicos de Israel. Aquilo que estava incluindo nos minuciosos serviços de sacerdotais - sacrifícios, ofertas de cereais, dias sagrados ,  orientavam a adoração a Deus e o que ele exigia como símbolo (Ex 35-40, etc). Tudo era estritamente calculado para que a adoração do VT fosse adequada - aqui inclui também as leis dietéticas de alimento puros e impuros (Lv 11).

Ø  Cristo como Sacerdote em Sua Igreja também estabeleceu ‘as cerimonias’ simbólicas da nova dispensação. Enquanto as cerimonias do VT eram sombras de realidades que viriam (Cl 2.16,17), os símbolos da dispensação da graça são símbolos de realidade espirituais invisíveis. Pregação da Palavra, Batismo e Santa Ceia, são os elementos cerimoniais na Nova Aliança.

3. A Lei Civil. Como nação, Israel precisava de leis coercitivas, para manter a ordem visível, coibir os abusos, evitar a anarquia, organizar o povo, socorrer os necessitados, proteger de doenças que dizimariam a existência da nação. Tais leis eram punições, pois as infrações eram consideradas como crime. Não contra a ordem moral, mas cerimonial também. O livro de Levítico, dentre outras porções no pentateuco, estão repletos de leis que podem ser classificadas como civis (incluindo leis sanitárias).

Ø  Cristo como Rei estabeleceu leis a Seu povo. Ele também incluiu disciplina na Igreja (I Co5), uma ordem de presbíteros para regência e diáconos para o cuidado, regras claras (diretamente da Escritura) ou normas indiretas (extraídas de princípios da Lei Moral), que sua igreja deve proteger e ser protegida por elas. Além disso, ele mesmo executará no fim a punição sobre os que não são seus súditos.


*Como eu disse, não é uma correspondência rígida, pois o profeta advertia a respeito de coisas cerimoniais e civis também. Mas por certo, o resultado da desobediência às leis cerimoniais e civis, era de prejuízo moral.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

As duas naturezas de Cristo - uma doutrina que os TJs desconhecem

Os principais argumentos dos seguidores da Torre de Vigia contra a deidade absoluta de Cristo, nasce de uma má compreensão da doutrina bíblica conforme definida na fé cristã clássia, ou, também, de uma caricatura distorcida do dogma cristão. 

Nesse áudio, uma entrevista com o Dr. Heber Carlos de Campos, corrige magistralmente vários erros e mal-entendidos de nossa parte, ou dos críticos, a respeito dessa doutrina bíblica e misteriosa.


sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Definição de Santidade – J. Ryle:

1) Santidade é o hábito de ser de uma só mente com Deus, de acordo com o que as Escrituras descrevem como sendo a mente dele. É o hábito de concordar com seu julgamento, odiando o que ele odeia, amando o que ele ama e comparando tudo neste mundo com o padrão de sua Palavra

2) Um homem santo se esforçará para evitar cada pecado conhecido, e guardar cada mandamento revelado. A inclinação de sua mente será decisivamente direcionada para Deus. O desejo do seu coração será o de fazer a vontade do Pai. Ele temerá muito mais a desaprovação divina do que a do mundo e terá o mesmo sentimento que Paulo teve quando disse: ‘Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus’ (Rm 7.22). 

3) Um homem santo se esforçará por ser como o Senhor Jesus Cristo. Ele não somente viverá uma vida de fé nele, e dele receberá paz e força para viver o dia-a-dia, mas também trabalhará para ter a mente de Cristo e ser conforme à sua imagem (Rm 8.29). O seu objetivo em relação às outras pessoas será o de andar ao lado delas, perdoá-las... ser generoso... caminhar em amor... ser manso e humilde...Ele guardará no coração as palavras de João: ‘Aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou’ (1Jo 2.6). 

4) Um homem santo buscará mansidão, longanimidade, bondade, paciência, gentileza e controle de sua língua. Dará um bom testemunho, será muito paciente, tolerante para com os outros, e também não se apressará em exigir os seus direitos. 

5) Um homem santo buscará temperança e auto-negação. Lutará para mortificar os seus desejos carnais, crucificar sua carne com suas tentações e lascívias, fugir das paixões e controlar suas inclinações carnais, sempre que elas se manifestarem (Ryle então cita Lc 21.34 e 1Co 9.27).

6) Um homem santo buscará praticar a caridade e a fraternidade. Ele se esforçará por fazer para os outros o que gostaria que os outros fizessem para ele e falará dos outros o que gostaria que os outros falassem dele...Abominará toda mentira, difamação, maledicência, engano, desonestidade e injustiça, mesmo nas pequenas coisas. 

7) Um homem santo buscará misericórdia e bondade no trato com os outros... Será como Dorcas, ‘notável pelas boas obras e esmolas que fazia’, que não somente se propôs a fazer ou falou a respeito das boas obras, mas as praticou (At 9.36). 

8) Um homem santo buscará a pureza de coração. Temerá toda a corrupção e impureza de espírito e tentará evitar todas as coisas que podem levá-lo a se contaminar. Ele sabe que o seu coração facilmente se inflama, e tentará cuidadosamente evitar a brasa da tentação. 

9) Um homem santo buscará o temor a Deus. Não me refiro ao temor de um escravo, que somente trabalha para evitar a punição que receberá, caso seja descoberto sem fazer nada. Ao contrário, penso no temor de uma criança, que deseja viver e se locomover como se estivesse sempre com o seu vigilante pai por perto, porque sabe que ele a ama. 

10) Um homem santo buscará humildade. Desejará, em sua mente simples e caridosa, ter os outros em mais alta estima do que a si mesmo. Também perceberá mais o mal existente em seu coração do que em qualquer outro neste mundo. 

11) Um homem santo buscará fidelidade em todos os seus deveres e relacionamentos. Por seus motivos serem os mais sublimes, e contando com o adicional da ajuda divina, ele não se contentará apenas em cumprir suas obrigações, mas, melhor ainda, tentará ajudar aqueles que não se preocupam com a sua alma. Pessoas santas devem, em todos os momentos, desejar praticar o bem, e devem se envergonhar se algo de mal acontecer a alguém que elas poderiam ter ajudado. Elas devem lutar por ser boas esposas e bons maridos, bons pais e bons filhos, bons patrões e bons empregados, bons vizinhos, bons amigos, bons cidadãos, bons em particular e em público, bons no local de trabalho e no ambiente familiar. O Senhor Jesus perguntou ao seu povo algo que exige reflexão, quando diz: ‘Que fazeis de mais?’ (Mt 5.47). 

12) Por fim, um homem santo encherá sua mente com coisas espirituais. Tentará se concentrar inteiramente nas coisas do alto, não se apegando às coisas deste mundo...Ele buscará viver como alguém cujos tesouros estão no céu e cuja permanência nesta terra é vista apenas como a de um peregrino, que viaja para casa. Sua maior fonte de prazer está na comunhão com Deus por meio da oração, da leitura da Palavra e da reunião do seu povo. Ele dará valor à cada coisa, lugar e relacionamento, uma vez que esses fatores o trazem mais para perto de Deus”.

Sugestão de estudo: Quando a frase inicia “um homem santo” leia com o seu nome, ou com pronome pessoal. Por exemplo:  12) Eu ( Luciano), encherei a minha mente com coisas espirituais. Tentarei me concentrar inteiramente nas coisas do alto...

(Citado em A Redescoberta da Santidade, J. I. Packer)


segunda-feira, 28 de novembro de 2016

AUGUSTUS NICODEMUS: O INFERNO É ESPIRITUAL OU FÍSICO?

A natureza do inferno é um tema carregado de curiosidades, temores e debates. Ninguém melhor que o rev. Augustus Nicodemus, não apenas uma voz de peso para a igreja reformada no Brasil, aos calvinistas em geral, mas também para os crentes ortodoxos de nosso país - para apontar alguns parâmetros bíblicos para o tema.


segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Por que o Adventismo não crê na inspiração verbal das Escrituras?

Quando colocamos lado a lado aquilo que chamamos de ortodoxia cristã protestante,com a teologia adventista, e avaliando seus pressupostos menos conhecidos, sua reflexão acadêmica teológica, é inevitável algumas conclusões: O Adventismo do Sétimo Dia não é ortodoxo em assuntos de peso - na salvação pela graça na suficiente mediação de Cristo – quando pesado as implicações da doutrina de 1844 e do sábado como selo escatológico; não é ortodoxo na doutrina da Trindade, - quando pesado suas implicações de uma nova definição trinitariana com base nas visões de Ellen White e na rejeição da teologia trinitariana tradicional; não é ortodoxo na sua eclesiologia -quando pesado em sua medíocre crença de que são os ‘remanescentes’; não são ortodoxos na rejeição da inerrância da Escritura, ao recorrem a isso para justificar os erros de Ellen White, e consequentemente o assunto dessa postagem – também não são ortodoxos na crença na inspiração verbal da Escritura Sagrada.

Mais uma vez tal postura se deve à cega crença de Ellen White era/é profetisa dessa igreja, e visto que ela rejeitou a inspiração verbal (obviamente por causa de seus tropeços como escritora ‘inspirada’), eles também rejeitam a doutrina da inspiração verbal da Escritura. Ainda assim, a IASD se declara ‘protestante’:

“Numa resposta mais detalhada, pode-se dizer que os adventistas são uma corporação protestante e conservadoras de cristãos evangélicos [...]” (Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, p. 1).

Mas como é comum entre os adventistas, ‘falar com dois lados da boca’, como dizia o Pastor Natanael Rinald, prática iniciada no livro Questões Sobre Doutrina, você encontra autores adventistas, e a própria teologia oficial adventista, dizendo que as palavras da bíblia foram inspiradas (Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, p. 45). Mas quando dizem isso, dizem como produto geral e final, não as palavras usadas imediatamente pelo autor inspirado; [ou talvez façam isso para evitar problemas – ‘um dilema desnecessário’ (ibidem, p. 45)]. Porém, veja o que afirmava Ellen White:

“Não são as palavras da Bíblia que são inspiradas, mas os homens é que foram. A inspiração não atua nas palavras do homem ou em suas expressões [...]” (Em Busca de Identidade, p. 137).

“Não por acaso que a maioria dos líderes adventistas mais próximos de Ellen White rejeitaram a inerrância e o verbalismo tanto da Bíblia como dos escritos dela.” (Em Busca de Identidade p. 140).

A Crença Fundamental 1da comunidade adventista não entra em detalhes sobre o processo de inspiração, mas suas explicações oficiais preenchem o vácuo:

“1. As Escrituras Sagradas. As Escrituras Sagradas, o Antigo e o Novo Testamentos, são a Palavra de Deus escrita, dada por inspiração divina por intermédio de santos homens de Deus que falaram e escreveram ao serem movidos pelo Espírito Santo.”

“Tampouco o conceito de inspiração verbal ou mecânica. Já os conceitos de inspiração plena e conceitual foram amplamente aceitos, mas a igreja nunca formulou uma doutrina exata sobre inspiração ou revelação. Por mais de 100 anos, os adventistas repetiram e refinaram as convicções adotadas por seus pioneiros em declarações de crenças fundamentais.” (Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, p. 60).

A Bíblia, diferentemente de Ellen White, afirma categoricamente que não apenas as pessoas, mas as palavras que seus autores usaram, foram inspiradas por Deus. Ambos!!! Alguns textos confirmam isso. Por exemplo, O Senhor Jesus disse que nenhum ‘til’ da lei cairia sem se cumprir (Mt 5.17), que a Escritura não pode ser falhar (Jo 10.35) ao mesmo tempo que afirma a autonomia do autor humano (Mt 8.4). Pedro disse que homens santos falaram da parte de Deus (II Pe 1.21), enquanto Paulo também disse a Timóteo que a Escritura e as sagradas letras, foram inspiradas por Deus para a salvação (I Tm 3.15-17).

A crença cristã protestante e conservadora – excetuando-se os liberais, neo-ortodoxos, etc – é que a ‘inspiração da Escritura Sagrada é plenária, dinâmica, verbal e sobrenatural.’ (A Inspiração e Inerrância das Escrituras, pp. 99,100).Essa é a mesma posição de um reconhecido teólogo pentecostal, Myer Pearlman e afirma que a inspiração da Escritura é “Verbal, não apenas conceitual.” (Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, pp. 29-33). A Declaração de Chicago resume bem o pensamento cristão a respeito da inspiração verbal:

VI. Afirmamos que a totalidade das Escrituras e todas as suas partes, chegando às próprias palavras do original, foram por inspiração divina. Negamos que se possa corretamente falar de inspiração das Escrituras, alcançando-se o todo, mas não as partes, ou algumas partes, mas não o todo. 

VIII. Afirmamos que Deus, em Sua obra de inspiração, empregou as diferentes personalidades e estilos literários dos escritores que Ele escolheu e preparou. Negamos que Deus, ao fazer esses escritores usarem as próprias palavras que Ele escolheu, tenha passado por cima de suas personalidades [uma explicação das implicações e afirmações da Declaração de Chicago pode ser visto em – Havendo Deus Falado, de J. I. Packer].

A Confissão de Fé de Westminster diz:

[...] foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda.

O Velho Testamento em Hebraico (língua vulgar do antigo povo de Deus) e o Novo Testamento em Grego (a língua mais geralmente conhecida entre as nações no tempo em que ele foi escrito), sendo inspirados imediatamente por Deus e pelo seu singular cuidado e providência [...]

CONCLUSÃO

Diferentemente da Igreja Adventista do Sétimo Dia, as Igrejas Cristã – com o verdadeiro Espirito de Profecia, não tendo um (falso) profeta para ‘justificar’, nem mesmo o mundo secular para temer, não baixa sua posição a respeito da Inspiração para salvar um profeta ou sua aceitação do mundo. No conhecido ditado ‘um abismo chama outro abismo’, percebemos que o Adventismo entrou no mais no abismo herético. Aceitaram uma profetisa inspirada, com isso a suficiência da Escritura foi abalada. Ao depararem com os erros dessa falsa profetisa, detonaram a inerrância da Bíblia. Mas para fazerem isso, precisaram ‘diluir’ a doutrina da inspiração. A Igreja Adventista é uma falsa igreja, é uma seita no pleno sentido*. Lamento que vários no Brasil estão caindo na malha do marketing dessa seita, abrindo o aprisco para as heresias.


*Há alguns apologistas cristãos de renome internacionais que não compartilham a ideia de que a IASD seja uma seita. No Brasil,a maioria das igrejas continua mantendo a postura de que a IASD é uma seita, à medida que a TV Novo Tempo age, e ganha terreno em crentes incautos. Mas até mesmo pastores e pesquisadores no Brasil, já demonstram uma tendência de mudarem de opinião, ou já mudaram. Os que acham que a IASD é uma igreja cristã ortodoxa, não tem condições de defender essa postura em relação aos adventistas sem prejuízos à ortodoxia cristã, nem mesmo sem prejuízos ao que é o adventismo de fato, e até mesmo a essa posição ‘ecumênica’.Já que um dos votos para o batismo na IASD reza: “13. Aceita e crê que a Igreja Adventista do Sétimo Dia é a igreja remanescente da profecia bíblica e que pessoas de toda nação, raça e língua são convidadas afazer parte de sua comunhão e são nela aceitas? Deseja ser membro desta congregação local da Igreja mundial?”

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Por que você deve orar?

1)    É um mandamento divino, não orar incorre em desobediência (I Ts 5.17).  A oração é ordenada na Escritura. Jesus contou parábolas para nos ensinar ‘o dever de orar’. Na oração do Pai Nosso, ele pressupõe que isso é algo natural de seus discípulos, pois disse ‘quando orares’. ‘Buscai, batei, orai’, são imperativos claros encontrados no Livro do Espírito. Podemos dizer que o crente que não ora está em desobediência. Um crente que não ora, não é um crente de verdade, ainda.


2)    Imitaremos a Jesus Cristo (Mt 26.40).
Imitar a Jesus Cristo, sermos conformados com a Sua imagem, seguir a Cristo, andar como ele andou, crescer à Sua estatura, sermos seus alunos, entre outros termos que nos classificam como cristãos, não podem deixar de lado a verdade de que Cristo orou, e orou muito. Como seremos seus imitadores se não orarmos? Impossível. Você não tem direito de dizer que segue a Cristo se não o segue na oração. Ele advertiu a seus discípulos certa vez ‘não podeis vigiar comigo por uma hora?’

3)    Sermos cheio do Espírito Santo (Ef 5.18).
A Bíblia diz que devemos estar cheios do Espírito Santo. Aliás, é uma ordem, ‘enchei-vos do Espírito’. Lembrando que em pentecostes os discípulos estavam orando, que a igreja em Atos vivia em oração, e percebemos a presença do Espírito Santo no relato histórico da igreja apostólica, não resta duvida de que a oração é meio para que o Espirito nos torne mais cheios Dele. A Palavra usa os termos ‘orando no Espirito Santo’, e diz que ele intercede por nós com gemidos inexprimíveis.

4)    Para afinar nossa espiritualidade, nos colocando em contato com Deus (Mt 6.6).
A sensibilidade espiritual, a noção do mundo espiritual, a comunhão com Deus, o meditar na Palavra, se torna um exercício mais valioso e significativo quando nossa vida de oração é mais constante e intensa. Crentes que não oram não tem um espirito contagiante, não há vida em suas convicções, não tem poder em sua vida. Claro, que a oração não é fonte de nossa vitalidade espiritual, apenas o meio, mas um meio que Deus decidiu usar. Um dos maiores vitupérios que um pastor ou teólogo pode cometer é achar que pode falar de Deus sem falar com Ele. Isso revela a arrogância e a autoconfiança carnal de quem faz da vocação uma profissão, um mercenário, caso não seja um momento de fraqueza espiritual.

5)    Confessar e pedir perdão pelos nossos pecados (Sl 32.5).
Uma das melhores coisas para combater o pecado, é confessá-los diante de Deus, nome por nome, ato por ato. Diga suas intensões. Sente-se diante dele e conte suas práticas imundas, egoístas, mentirosas, dissimuladas, covardes e irresponsáveis. Uma das coisas que você precisa dizer a Deus em oração é que você se comporta como um ateu, pois a onisciência e onipresença de Deus não te intimidam. Não faria diante de seu cônjuge o que faz longe dele, de seus irmãos em Cristo, pais e pastor, mas o faz diante de Deus. Você praticaria o pecado que pratica em um culto no templo? Mas o faz com o Espirito Santo dentro de si... não te incomoda de fazer diante dos anjos. Ore com ira contra suas práticas, não use Romanos 7 para suas intensões carnais. Lute em oração.

6)    Conformar-nos com a vontade divina (Lc 22.42).
Muitas coisas acontecem em nossas vidas, boas e ruins, todas essas cooperam para o bem. Cooperam pra nos moldar, para fortalecer nossa fé ou nossa gratidão, não há uma gripe, nem um câncer, nem uma cura ou uma benção, que Deus não ordene para realizar Seu proposito em nós. Ainda que seja uma bofetada do diabo, apenas após a oração entenderemos que ‘a graça nos basta’! A oração nos ajuda a nos conformar com a vontade Divina.

7)    Agradecer a Deus por tudo que temos, visto ser Ele o doador de tudo (Cl 4.2).
Bebemos água, comemos arroz e feijão, todos os dias, mas parece que nosso senso de gratidão é apenas profundo quando conseguimos uma casa, um carro ou uma alta de um hospital. Reserve tempo em sua oração para agradecer coisas corriqueiras, que nos são certas. Mas a providência divina não é apenas em casos extraordinários, mas especialmente ordinários também. Já que esses estão sempre conosco. Já deu algo a alguém e a pessoa não agradeceu? Já deu um copo de água a alguém na porta da sua casa e essa pessoa disse “muito obrigado”? Comportemo-nos assim, pois nada nesse mundo é finalmente nosso.

8)    Para lançar sobre Deus toda nossa ansiedade, problemas, desafios e medo (I Pe 5.7).
Deus é maravilhoso, pois trata um pedido de oração de uma criança com medo do escuro a um cristão fugindo de assassinos. Ele tem cuidado de nós, e diferente de nossos conselheiros, não minimiza nem aumenta nossos problemas. Ele entende e assim recebe desde um pedido de oração por uma prova para se adquirir uma CNH, bem como a um concurso público de alto grau de dificuldade. O Nome de Seu Espirito é “Consolador”, pois está em nosso ‘solo’, conosco, em nossas realidades.

9)    Interceder por nossos irmãos, participando em oração de seus sofrimentos e alegrias (Tg 5.16).
A começar por sua família, você deve orar pela esposa e filhos, ou outros familiares. Ore pelo bem deles e pelo crescimento espiritual deles. Um por um. Orar por irmãos nos impede de criticá-los, nos dá mais afinidade pelo bem estar deles, além de nos dar empatia por seus sofrimentos. Quando o Mestre nos ensinou a orar ele começou com a afirmação de nossa fraternidade “Pai nosso”.

10)                      Abater nosso orgulho, pois demonstramos que não confiamos em nossas forças (Dn 9.4-19).
Nada mais poderoso contra o orgulho e soberba do que dizer a outro que você não é capaz! E o Senhor Jesus nos disse “sem mim nada podeis fazer”. Em oração revelamos a nossa pequenez. Bom lembrarmos que em oração um salmista pediu “da soberba guarda o teu servo”. E nem adianta dizer que você ora muito para outros, pois não dá resultado algum. Você receberá seu galardão por se exibir e perderá todo seu tempo em oração. Sem duvida, orar de joelhos ou com o rosto no chão nos ajuda bem nisso, mas não importa a posição se nosso espírito estiver soberbo. Abata-o antes de falar com o Soberano.


sábado, 5 de novembro de 2016

12 razões para você ser presbiteriano

Apresentação

Em primeiro lugar, preciso dizer que as razões que apresento, são doutrinas e práticas oficiais que devem ser vistas nas igrejas locais da IPB. Pode ser que as que você conhece não possuam tal identidade nítida, mas deve ser lembrado que o padrão aqui apresentado é o que consta nas doutrinas, constituição e concílios da IPB. Algumas igrejas estão mais alinhadas com esses postulados. Em segundo lugar, esse convite é a você que tem interesse em congregar em alguma igreja cristã e por hora está ainda indeciso. Por último, creio que a IPB faz parte da igreja visível, somos inclusivos e não exclusivistas, no que diz respeito às denominações cristãs. Cremos que o Presbiterianismo está apto para representar uma doutrina bíblica mais pura do que as demais igrejas cristãs.

Razões

1º Razão: convidamos você a se tornar presbiteriano, por causa da ortodoxia cristã presente nas doutrinas da IPB. As doutrinas dos credos cristãos a respeito da Trindade, são mantidos nas doutrinas presbiterianas na sua mais pura representação. Credo Apostólico, Credos Niceno e Niceno-Contantinopolitano, Credo Atanasiano e de Calcedônia, são prezados e os confessamos como representação de nossas crenças. Estamos ligados aos cristãos primitivos, herdeiros das doutrinas apostólicas.

2º Razão: convidamos você a se tornar presbiteriano, por causa da ortodoxia protestante presente nas doutrinas da IPB. Os cinco Solas (somente a Escritura, somente a Fé, somente Cristo, somente a Graça e a gloria somente a Deus) estão em sua mais plena madureza no contexto presbiteriano. Nenhuma igreja tem mais estima pelos postulados protestantes que a IPB. Na verdade, a fé presbiteriana vai até as ultimas ‘consequências’ ao manter essas doutrinas, sobretudo, a suficiência das Escrituras – por isso não cremos em novas revelações. A pregação da Palavra é a parte mais importante de nosso culto prestado a Deus. Nossas doutrinas a respeito da Fé, da Graça e da Glória de Deus, estão em seu sentido mais bíblico.

3º Razão: convidamos você a se tornar presbiteriano, por causa da originalidade de nossa herança doutrinária e identidade. A IPB não é produto de divisão de outras igrejas cristãs, não dividimos o corpo visível do povo de Deus. Somos filhos diretos do movimento da Reforma Protestante, que a principio foi rejeitado por Roma, e com o tempo, e por sua vez, negou a legitimidade do Papado de Roma. Adotamos como representação oficial de nossas crenças o mais maduro e pleno produto protestante – A Confissão de Fé de Westminster e seus catecismos.

4º Razão: convidados você a se tornar presbiteriano, por causa da centralidade de Cristo em nossas doutrinas. A Confissão de Fé de Westminster possui exposição doutrinária de vários assuntos da Teologia. De casamento à censuras eclesiásticas. Em seus 33 capítulos, 11 capítulos estão relacionados diretamente com a pessoa e obra de Cristo Jesus, realizada nos crentes pelo Espírito Santo, pela glória de Deus Pai. Mais 5 capítulos indiretos. Os capítulos diretos são do 8º ao 18º, e os indiretos são os capítulos 7, 25, 27-29.

5º Razão: convidamos você a se tornar presbiteriano, por causa da teologia bíblica presente em nossas doutrinas. Por mais dogmático que pareça ser ter uma Confissão de Fé, ou um manual de doutrinas, a Teologia presbiteriana nasceu em primeiro lugar de uma teologia exegética, bíblica, não desconsiderando as doutrinas cristãs, examinando-as sempre à luz das Escrituras. Um dos maiores pensadores da teologia reformada, João Calvino, era um exegeta. Os teólogos de Westminster tinham domínio e noção daquilo que chamamos hoje de exegese bíblica. Somente O Catecismo Maior de Westminster possui 2884 versículos bíblicos citados em apenas 196 perguntas. E essa tradição exegética pode ser vista no Brasil.

6º Razão: convidamos você a se tornar presbiteriano, por causa do alto grau de santidade presente em nossas doutrinas. Apesar da doutrina da segurança eterna gerar maus entendidos nos críticos, dizendo que isso pode gerar um descuido moral e/ou vigilante, a verdade é totalmente o oposto. Os puritanos revelaram uma vida santa de sublime obediência. As perguntas e respostas de 98 a 152, do Catecismo Maior de Westminster, ao explicar os Dez Mandamentos, trazem doutrinas a respeito de vestimentas, palavras, diversão, pensamentos, trabalho, família, adoração, que infelizmente, foram esquecidas por muitos.

7º Razão: convidamos você a se tornar presbiteriano, por causa do sistema de governo presbiteriano. A IPB possui um sistema de governo representativo, em uma federação de igrejas e concílios, eleito pelo povo da igreja e/ou designados por esses. Não há presidência absoluta, não existe uma pessoa “mandando na IPB”, ainda que haja pastores influentes no cenário nacional (louvamos a Deus pela vida deles), por fim, apenas os Concílios da IPB determinam por maioria, os rumos da IPB. Os Concílios da IPB são: Conselho – governa a igreja local. Presbitério – governa as Igrejas de certa região. Sínodos – governa presbitérios de certa região. Supremo Concílio – governa a Igreja Presbiteriana em todo território nacional. Esses Concílios apesar de serem conduzidos por uma Executiva (presidente, vice, secretários, tesoureiro) eles apenas moderam suas reuniões. O plenário com representantes de todas as igrejas, sendo presbíteros e pastores, em sua maioria, é soberano. As reuniões e assuntos tratados nos concílios maiores, são públicos podendo ser verificados por todos – nos sites e publicações oficiais da IPB.

8º Razão: convidamos você a se tornar presbiteriano, por causa da seriedade de nossa denominação. A IPB, apesar de ter pessoas falhas e pecadoras em suas fileiras e liderança, tem usufruído de um bom nome no Brasil. Nossa seriedade bíblica e equilíbrio, tem nos colocado em um patamar de igreja séria. Obviamente não somos os únicos. Mas escândalos, exploração financeira, não fazem parte de nossa história no Brasil.

9º Razão: convidamos você a se tornar presbiteriano, por causa de nossa identidade local. Apesar de sermos uma igreja confessional, há um espaço salutar em cada região manifestar sua vida em comunidade. A IPB possui Sociedades Internas, onde momentos de celebração e comunhão são compartilhados, no espirito piedoso e em suas manifestações locais, culturais, desde que não fira princípios bíblicos. Essa identidade também pode ser manifestada na forma de adoração. Há igrejas que cantam cânticos contemporâneos, juntamente com hinos clássicos. Algumas usam pianos, outras baterias, umas batem palmas, outras não, etc.

10º Razão: convidamos você a se tornar presbiteriano, por causa de nossa pecaminosidade e imperfeições. A IPB tem erros, seus pastores e membros são pecadores, assim como você (e eu). Não há entre nós ‘ares’ de unção de um sobre outro. Somos tão necessitados da graça de Deus quanto você. Entre nós acontece tudo que aconteceu nas igrejas nos dias apostólicos (Ap 2,3). Há adultério, fornicação, roubos, brigas, picuinhas, e toda sorte de coisas ruins que você já viu em muitos lugares, e até nas igrejas do NT. Isso se dá, pois nós estamos na IPB, somos pessoas que maculam aquele lugar, e que ainda lutam pela vida santa. Por vezes esses pecados atinge pastores, presbíteros e diáconos também, há muitas vezes negligencia na disciplina, ainda que em nossa doutrina e constituição isso deve ser tratado. Nossa IPB vai piorar quando você entrar nela, pois será mais um pecador dependente da graça de Deus. Mas pelo poder do Espírito Santo, você, eu, e todos nós na IPB, seremos melhores, mais parecidos com Cristo!

11º Razão: convidamos você a ser presbiteriano, por causa de nossa rejeição ao pentecostalismo, dispensacionalismo e neopentecostalismo. As falhas doutrinárias nesses movimentos tem elevado em número, gênero e grau. Com algumas ressalvas às igrejas pentecostais, em suas doutrinas cristãs, ainda assim, não podemos compartilhar deles em sua continuidade dos dons. Isso não significa que não cremos que Deus não faça milagres – cremos na providencia divina em tudo! Também não cremos que Deus não possa restaurar alguns dons quando e onde achar necessário – mas não temos observado a semelhança com o padrão bíblico nos atuais movimentos pentecostais. O dispensacionalismo, fracionando os períodos bíblicos da salvação, e colocando Israel hoje em um patamar de povo de Deus, não é um ensino bíblico. Por último, e pior, os abusos heréticos nos movimentos neo-pentecostais, reproduzindo tudo quanto é ‘macumbaria evangélica’, ungido objetos e em campanhas místicas de poder, e para piorar ainda mais, que visam o lucro. Isso não tem nada com presbiterianismo.

12º Razão: convidamos você a se tornar presbiteriano, por causa de nossa missão. A IPB investe a maior parte de sua arrecadação em missões e no bom preparo teológico de nossos pastores – os melhores seminários e instituição de ensino teológico, são presbiterianos (ex: o Seminário JMC e Andrew Jumper, o centro de preparo acadêmico de maior robustez teológica no Brasil). Há campos missionários em quase todo território nacional. Temos um programa de TV (Verdade e Vida) que busca levar uma Palavra centrada na glória de Deus, em muitos lugares. A IPB apoia outras frentes evangelísticas, e há trabalhos transculturais. O Evangelho precisa ser anunciado, Deus ordenou isso, e isso TEM QUE SER FEITO. Tudo isso para proclamar o Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, para todo aquele que crer, seja salvo, e escape da ira de Deus (Jo 3.36).

O que está esperando? Procure uma IPB em sua cidade.


sábado, 22 de outubro de 2016

CONTEÚDO (REFORMADO) PARA FOLHETO EVANGELÍSTICO

Disponibilizo aqui o conteúdo de um folheto evangelístico que produzi. Creio que está embasado na mais pura teologia reformada, confessional, que os Presbiterianos adotam. Não raro, alguns pastores, missionários e evangelistas, presbiterianos, reclamam que vários materiais evangelísticos soam muito estranhos à nossa doutrina. Espero que o texto abaixo possa ser usado por você, caso o queira. Creio que, qualquer igreja cristã ortodoxa não verá também problemas e dificuldades em imprimir. As ilustrações , fonte, estilo, endereço da igreja e outros recursos, deixo a cargo dos que quiserem usar o conteúdo. Que Deus abençoe seu evangelismo (Lc 14. 21-23).

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“QUAL É O OBJETIVO DA SUA VIDA???”

Dependendo da sua situação emocional, familiar, conjugal, financeira, física, sua resposta a essa pergunta, pode ir desde um desabafo revoltado, a lamentações, ou júbilos de alegria, e até mesmo mais perguntas. Muitas pessoas, infelizmente, olham para a sua existência apenas com base nos prazeres que ela usufrui, ou mesmo, nos sofrimentos que ela constantemente suporta. Ambos, prazeres e sofrimentos neste mundo, porém, são passageiros... precisamos encontrar a resposta em algo permanente.

Na verdade a resposta bem definida para a questão acima – qual o objetivo da sua  vida?, não é muito popular. Essa questão nos incomoda, mais cedo ou mais tarde, teremos que resolvê-la. Filósofos, teólogos, ateus, religiosos, cientistas, jovens e idosos, homens e mulheres, sabem que a importância de encontrar o objetivo da vida, pode dar um norte significativo para sua existência. E assim, encontrar a alegria que tanto os corações anseiam.

Convidamos você a reservar alguns minutos, para ler o que temos a dizer a respeito desse assunto nesse folheto. Antes de rejeitar o conteúdo, pois se trata de religião – ‘e cada um tem a sua’, você precisa lembrar que não custa nada tentar encontrar a resposta a essa questão que corrói qualquer um, até mesmo quem não se importa com ela, na verdade desistiu de buscar o significado de sua vida.

Muitas pessoas adiantam a rejeição da religiosidade por causa dos maus exemplos das igrejas em nosso país. Vou te dar uma razão, apenas uma, para ler o que estamos expondo aqui. Já que você não pode confiar muito nos religiosos da atualidade, o que dizer de Jesus Cristo e Sua Palavra? Ele convida os seus discípulos a aprenderem dele, caminhar com ele e segui-lo. Veja o que ele disse: 

“Vinde a mim... aprendei de mim...” (Mt 11.28-30).

Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (Jo 14.6).

A RAZÃO DA NOSSA EXISTÊNCIA

Há alguns séculos atrás, um pensador cristão escreveu que ‘Deus nos criou para ele, e enquanto não descansarmos em Deus, nosso coração ficará inquieto.’ (Confissões de Agostinho). Ele percebeu bem. Parece que há um vazio imenso no coração humano. ‘Dentro do homem há um grito’. Sim, é a busca de significado. Mas, por que existe essa busca? Onde ela nasceu? Um seguidor fiel de Jesus Cristo da Igreja do Novo Testamento apontou a raiz do problema, inspirado por Deus, ele escreveu:

“Todos pecaram e carecem [estão destituídos] da Glória de Deus.”
(Romanos 3.23).

Houve algo que destituiu a humanidade do seu bem mais precioso, fazendo nossa natureza carecer, necessitados de algo que nos dá significado - não o dinheiro, não de amizades, fama, reconhecimento, ‘farras’, não. Segundo foi dito pelo autor inspirado, o pecado contra Deus, nos esvaziou, drenou, roubou, destituiu-nos daquilo que era mais precioso... Daquilo, que nos enche de alegria santa, de sentido eterno, e que manteria nossa consciência em pleno prazer piedoso – isto é, fomos destituídos da GLÓRIA DE DEUS! 

“Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.”  (Rm 11.36).  

“Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas.”
(Ap 4.11).
  
Mas como pode ser isso? A glória de outro – isto é de Deus - é o sentido da minha vida?

Sim, é exatamente isso!!!

Um grupo de teólogos cristãos, que formularam o Catecismo Maior de Westminster apresentou a questão e a resposta com essa objetividade:  “1. Qual é o fim supremo e principal do homem?  Resposta. O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e alegar-se nele para sempre.  Rom. 11:36; 1 Cor. 10:31; Sal. 73:24-26; João 17:22-24.”

Um profeta de Deus, escreveu algo que pode iluminar ainda mais esse assunto em nossas mentes: E levantou-me o Espírito, e ouvi por detrás de mim uma voz de grande estrondo, que dizia: Bendita seja a glória do SENHOR, desde o seu lugar.” (Ez 3.12). Mas para que essa verdade seja revelada na alma, nas aspirações mais profundas do ser, dando o sentido pretendido ao nosso espírito, levando-nos a saber como isso se processa em nossa vida espiritual, moral e futura - precisamos que Cristo, por Seu Espírito Santo ilumine nosso entendimento, por remover de nós a culpa judicial do pecado, nos dando uma nova vida.

“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.” (Romanos 5:1,2)

“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” (Romanos 8:1,2).

Pela fé na Palavra de Deus, o Espírito pode te conduzir a esse estado de comunhão com Deus. Arrependa-se de seus pecados, confessando-os a Cristo, e confie Nele para revelar a Sua Gloria, a glória de Deus (Jo 17.5,24). Viver com essa percepção espiritual, nos coloca no lugar correto, aos pés do Senhor, usufruindo de seu inesgotável bem e  por nos tornar Seus filhos. E tendo a bendita esperança de habitar com Ele eternamente (Ap 22.1-5).

A FALSIDADE DA - ‘TEOLOGIA’ DA PROSPERIDADE E DO ÓLEO ‘UNGIDO’

Muitas igrejas, ditas evangélicas estão deturpando a mensagem do Evangelho, e levando as pessoas a crerem que o TER, o POSSUIR, riquezas, saúde, bens, etc. é o sentido de ser cristão. Nada mais falso do que isso! A Teologia da Prosperidade é uma das mentiras mais sagaz que o diabo tem espalhado em muitas denominações religiosas hoje. Como vimos nos textos bíblicos, é a Glória de Deus em Cristo que nos traz sentido permanente e piedoso. Na verdade, Cristo Jesus nos advertiu contra os perigos das riquezas (Mt 6.24). A vida de muitos hoje nas igrejas tem sido mais estimuladas ao materialismo, do que a fé e a devoção pela glória de Cristo. As pregações estão mais voltadas para o homem e seus anseios do que para a glória de Deus.

Ainda outros têm acreditado que a espiritualidade pode ser adquirida, de alguma forma, por meio de amuletos evangélicos, como objetos ungidos, óleo ‘ungido’, sal grosso, banho de luz, ou restaurando as práticas cerimoniais do Velho Testamento, abolidas em Cristo (Hb 7-10). O NT diz de ungir enfermos com óleo (Tg 5.14), não que o óleo seja ungido; ou mesmo ungir objetos, como chave do carro, documentos, etc. Com isso, a vida pela fé está sendo trocada pelos objetos ungidos, carregados de misticismo. Essa é uma dura e triste realidade! Um desvio da simplicidade do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Convidamos você a ter um conhecimento mais pleno das verdades do Evangelho de Cristo, lendo sua Bíblia, e se desejar por um curso de discipulado bíblico conosco. Verificando na Escritura Sagrada a verdade da Cruz de Cristo. Que nos dá paz com Deus, nos concedo o fruto do Espírito Santo (Gl 5.22-25).